Capítulo 1

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                                                                           Em algum lugar de Arkhangelsk

— Estou feliz que tenha vindo.

— Não perderia esse jantar por nada, ainda mais, comer a comida feita por uma mulher tão linda como você — fica ruborizada. — Não precisa ficar acanhada.

— Não estou acostumada a elogios.

— Mas deveria, é lindíssima e divertida.

— Obrigada. Agora, vamos comer antes que esfrie, o vinho que trouxe combina muito bem com prato.

— Combina, sim, é um dos meus favoritos, possui sabor sem igual. — Leva taça aos lábios, saboreando-o.

Huuum... realmente, ótimo — disse, pousando a taça na mesa e começando a comer. — Não provará a comida?

— Irei, sim, estava apenas a admirando.

Sorri, continua a comer e beber vinho, até que sente algo, mas ignora. Pela expressão estranha que tem no semblante, sei que começou a sentir formigamento pelo corpo.

— Você está bem?

— Não, sinto-me tonta e com formigamento pelo corpo... me ajuda?

— Por que faria isso?

— Você...

Aleksei Petrov

Dia seguinte...

Nos últimos meses nunca tive tanto trabalho e dificuldade para solucionar um enigma, por mais que olhe o relatório da perícia e do legista, não consigo encontrar nada que me dê uma pista dos últimos casos.

Em dois meses e meio já são mais de três mortes, investigamos a vida de cada vítima, interrogamos vizinhos, mas ninguém sabia dizer muito sobre elas. Parecem fantasmas entre nós, sem família, ao que parece, nem vida social, ou que fosse de conhecimento dos vizinhos e colegas de trabalho.

Não sei mais por onde, ou o que procurar para encontrar qualquer coisa que me dê uma pista ou ligue as vítimas umas às outras. Bóris disse ter a solução, encontrou o detetive particular, Sasha, acho ser esse nome que mencionou. Acredita ser o único que poderá nos ajudar, assim espero, pois, se não bastasse tudo isso, ainda preciso lidar com outras questões pessoais.

Sou tirado dos meus pensamentos com alguém batendo na porta.

— Entre! — A porta se abre, é Bóris, meu chefe.

Vejo que não está sozinho, logo após entrar, uma jovem adentra e fica ao seu lado, aparenta ser muito nova. Por que ela está aqui? Será parente de alguma das vítimas? Não parece, pois se fosse, estaria com semblante de alguém preocupada, mas está calma demais.

— Bom dia, Aleksei. — fala empolgado.

Não sei como consegue manter a calma e o bom humor quando tudo parece despencar nesta delegacia.

— Só se for para você. Encontrou a solução dos meus problemas?

— Como sempre, de excelente humor... mas sim, como prometido, trouxe-lhe reforço que precisa. — recostei-me na cadeira, cruzando os braços, o encarando.

— Onde está?

— Aqui. — diz olhando para devochka[9].

— Como é? Uma rebenok[10], Bóris? É parente de uma das vítimas, por acaso? Só pode, ou você precisa urgente aposentar-se, já está senil.

Akonit O belo pode ser letalOnde histórias criam vida. Descubra agora