- Alteza, acredito que esteja na hora de descansar, permita-me levá-lo...
- É claro que permito.
Alois abriu um pequeno sorriso vendo ser tirado da enorme janela na qual ele observava a lua poucos segundos atrás. O mordomo sentou-se na cama com o pequeno mestre em seu colo.
- Claude...
- Sim, mestre?
- É que... Ah, deixe em paz.
- Sim, mestre.Na verdade Alois havia estranhado aquela quebra de rotina repentina por Claude. Normalmente Claude apenas botava Alois para dormir na cama e após isso ia embora. Mas isso não aconteceu.
Alois ficou feliz.
- Por favor, alteza, apenas relaxe em meus braços... - Ele umedeceu os lábios. E abaixou as finas sobrancelhas. - E aproveite esta história que irei contar.
Os olhos âmbar assistiam os azuis acinzentados por alguns segundos em meio a escuridão daquela noite, se não fosse pelo lua cheia os banhando.
Jim observava o homem com admiração, quase hipnotizado pelo mesmo.
- Feche os olhos, mestre.
Jim os fechou, se aconchegando no peito de Claude.
O mordomo começou a contar:
Havia uma linda borboleta. Ela era a mais bela de todas, com um belo par de asas azuis. Em um dia ela voava contentemente com a vida, quando se deu conta havia caído na teia de uma aranha.
A voz dele estava calma e aconchegante. Tão acolhedora e por um momento deixou o coração de Alois aquecido.
Jim conhecia muito bem aquela história que Claude costumava contar muitas vezes. Ele sorriu ao lembrar dos momentos.
A aranha, quando percebeu, se encontrava admirada com a beleza da borboleta, e a cada dia que se passava, a aranha adiava mais ainda os dias apenas para apreciá-la.
O mordomo se posicionou a acariciar os fios ondulados do loiro. Que percebeu que havia algo diferente na história contada, mas ignorou permitindo Claude continuar.
A borboleta não duraria para sempre. - Ele deu uma pausa. - As asas dela foram perdendo a cor, ficando murchas e logo começaram a perder a habilidade de voar. E num piscar de olhos, ela caiu voando lentamente para o chão, parando lá, se tornando nada menos como uma folha seca.
Alois abriu os olhos e puxou a nuca de Claude em direção a ele, para encará-lo.
- Este não é o final feliz! Não é como você costuma contar! - Ele fez um biquinho triste. - Conte o de sempre, por favor... Por favor, Claude! - Ele pediu com decepção e angústia, mascarados pela insatisfação.
- Este é o final.
Claude olhou nos olhos dele, inexpressivo como ele sempre foi com ele.
- Entendi... - Ele relaxou as sombrancelhas e logo foi o seu corpo, deitando-se sobre a cama. Ele suspirou com medo - Claude... Eu estou com medo..
Disse olhando para um ponto fixo, no qual era a madeira escura de uma escrivania que estava logo ao lado de sua cama.
- Doque está com medo? — Perguntou.
- De ficar sozinho...
- Você não está sozinho, meu mestre. Eu estou aqui com o senhor.
- Então deite comigo!
O mordomo deitou ao lado dele, envolvendo seus braços em volta do menino calado e deprimido. Jim fechou os olhos, aproveitando o calor do corpo de seu mordomo.
Seu amado Claude.
Aquele abraço foi tudo oque ele queria. Um abraço aconchegante, acolhedor e familiar.
Mas como Claude disse a ele:
Este é o fim.
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Só posso dizer - Alois x Claude
PoetryE após todos esses tempos que estivemos juntos, você lutou por mim e eu estive lutando por você. Alguns preferem as flores e seus espinhos, os cactos do que a solidão desta noite enquanto assisto a flor que quando se abre...