𝕭𝐑𝐔𝐓𝐔𝐒, yumeko jabami.

𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟏.

𝗆𝖾𝖾𝗍𝗂𝗇𝗀

Respirando pesadamente, o ar soprando no frio da floresta. As árvores grandes em sua volta deixando tudo mais assustador, o silêncio tenebroso contrastando com o som da sua respiração e grunhidos doloridos. Agarrando desesperadamente o braço machucado, o sangue escorrendo com as marcas grandes de garras.

Sentada no chão de terra e encostada em uma árvore, pendendo a cabeça para trás, você fecha os olhos tentando se distrair um pouco da dor, seu coração acelerado batendo em seu peito e seu corpo tremendo, o ar frio começando a te afetar, fazendo seus pelos se arrepiarem.

Você não lembra quanto tempo ficou alí, talvez uma hora ou duas, mas em certo momento você começou a ouvir passos pesados ao longe, fazendo seus olhos se abrirem rapidamente e procurar de onde vem o som. A neblina e a escuridão da floresta da dificultando sua visão, mas aos poucos uma figura surge da neblina, parece ser uma mulher. Ela anda em passos lentos até você, seu corpo se arrepiando, sem saber se deveria se levantar e correr ou esperar o que essa estranha iria fazer.

Agora bem a sua frente, sua cabeça para baixo e seus olhos vermelhos fixos em você. Você repara bem na aparência dela, cabelo preto e surpreendente longo e bagunçado, mechas longas e bagunçadas cobrindo um pouco o seu rosto fino. O corpo dela é alto e curvilíneo, mas parece ter alguns músculos pelos seus braços expostos. Ela veste uma calça jeans um pouco suja e uma regata branca colada entre seus seios generosos, a regata também um pouco suja de terra e ela está usando botas pretas.

Aquela mulher não diz nada, apenas te encara fixamente, te deixando arrepiada e apreensiva.

— Quem é você? — Você gagueja entre respiração pesada.

— Yumeko. — A mulher responde de forma breve e seca, ainda com os olhos fixos em você.

O jeito que ela te olha parece ser curioso e ao mesmo tempo ameaçador, fazendo você se sentir intimidada e apreensiva. Você acaba ficando em silêncio, sem saber o que dizer perante o silêncio ensurdecedor, até que a mulher decide falar novamente.

— Machucada. — A mulher murmuro e aponta para o seu braço esquerdo machucado que você segura firmemente.

Seus olhos vão para o seu braço machucado e em seguida voltam para a mulher.

— É... Um urso me atacou... Mas eu consegui fugir. — Você respondeu fracamente. A mulher fica em silêncio, observando seu braço machucado.

— Como? — A mulher faz uma pergunta, te deixando confusa.

— Como o que? — Você pergunta de volta.

— Como você fugiu... É quase impossível fugir de um urso. — Ela pergunta novamente, agora de forma mais esclarecedora e entendível.

— Eu não sei... Acho que ele não queria me comer tanto assim. — Sua voz é um pouco apreensiva, sem saber ao certo como você mesma conseguiu fugir de um animal tão enorme e perigoso como um urso.

A mulher não diz mais nada, apenas te encarou por mais alguns minutos até se abaixar um pouco e estender a mão para você aceitar. Você observa a mão estendida e a pega, sentindo a pele um pouco áspera, você põe força no seu corpo para tentar se levantar, mas é inútil, você está muita fraca pra conseguir.

— Uh... Acho que não consigo me levantar, estou muito fraca e cansada. — Você diz apreensiva e a mulher rapidamente puxa a própria mão de volta para o corpo.

Ela parece pensar em algo enquanto te encara fixamente, e com um movimento repentino ela se abaixa e pega seu corpo facilmente, te carregando de núpcias, como se fosse uma noiva, te pegando totalmente de surpresa e desprevenida.

— A-Ah... Não precisa me carregar, eu sou pesada. — Você gagueja ainda surpresa e colocando a mão que não está machucada no peito da mulher.

— Não, é leve. — A mulher responde de forma seca e começa a andar em passos calmos para algum lugar que você não faz a mínima ideia.

Você permanece apreensiva enquanto observa ao redor da floresta, os passos pesados dela ecoando pelo silêncio que se instala entre vocês, até você decidir perguntar.

— Aonde está me levando? — Você faz contato visual com ela enquanto faz a pergunta.

— Casa. — A mulher apenas responde isso e volta a ficar em silêncio, enquanto te carregada delicadamente, tomando cuidado para não machucar mais ainda o seu braço.

Um suspiro recai de seus lábios e você decide não falar mais nada, descansando a cabeça sobre o peito da mulher, seu corpo cansado de tanta adrenalina que passou e lentamente seus olhos começam a se fechar, apenas os passos da mulher ecoando ao fundo de sua mente antes de você cair na inconsciência.

©Lavixyo