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"Ta me chamando pra um rolê de gente rica?? AKAKAKAKKAKA"
"Eu topo"

Evelyn havia respondido Isadora poucos minutos depois dela ter enviado a mensagem, porém a Cavalcanti só visualizou após sua longa seção da academia.

Seria algo diferente para Evelyn, a menina costumava sair com seus amigos em praças, festas clandestinas ou em podrões... Agora, ela tinha uma amiga de fora de sua realidade, e iria poder experimentar um pouco dessa vida.

Evelyn não tinha vontade alguma de ter uma vida diferente da que tinha, claro, vivia suas dificuldades e complicações, mas não trocaria seus amigos, jeitos e falas por alguns zeros na sua conta!

A tarde da morena fora mais calma do que o de costume, sua avó estava apagada em seu próprio quarto, a senhora de idade tinha um sério problema com álcool, e cabia a Nely cuidar dela. Sua mãe, diferentemente, não lhe dava trabalho algum, sempre saia de manhã e voltava tarde de noite apenas para dormir... Era até que bom, já que as únicas vezes que dirigia a palavra a sua filha, eram frases de desgosto e arrependimento, principalmente quanto a mulher estava bêbada...

Ela ligou uma música qualquer em sua caixinha de som, enquanto lavava a louça da noite anterior. Estava calmo e silêncio, e Evelyn aproveitava a calmaria que quase nunca sentia.

— Passa o dinheiro maluco!! —Ela se assustou com uma voz grave que gritou aparecendo na janela da cozinha.

--- Vai assustar sua avó, cabaço!! —  Evelyn descansou uma mão no peito, sentido a respiração descompassada. Brennuz apenas sorria divertido do lado de fora.

--- Abre aí pra mim, meu amor!--- Ele pediu, já que não poderia pular a janela por conta das grades que tinham.

--- Ih... qual foi?--- Nely brincou rindo--- Vou abrir se parar com isso!

--- Não consigo, você é irresistível!!

Evelyn se virou para o rapaz, erguendo seu dedo com um sorriso sínico. Ela abriu a porta para que ele pudesse entrar.

Brennuz e Evelyn eram amigos dês de que a Nely podia se entender por gente, e quase que inseparáveis dês de que um Brennuz de apenas oito anos prometeu garotinha de quatro anos que sempre iria protege-la. Seus pais eram amigos de infância... Eram, do verbo no pretérito imperfeito do passado... Já que o pai de Evelyn não mostrava as caras dês de seu nascimento, e o pai do Breno havia falecido a cinco anos...

Mas a amizade dos dois seria mais duradoura. Brennuz e Nely sabiam se entender, sabiam mais um do outro do mais do que sabiam de si mesmo.

--- Vai sair com a gente na sexta né?--- Brennuz entrou na cozinha, sentando em uma das três cadeiras da pequena mesa.

--- Não, vou sair com aquela amiga que te contei.

--- Vai trocar a gente por esse povo rico?!--- Brennuz revirou os olhos brincalhão.

--- Não!--- Ela riu--- Você sabe que eu amo de mais vocês pra isso.

--- Eu ainda mais, não é?--- O garoto de levantou parando com o quadril apoiado na pia, próxima de Evelyn.

Ela fingiu pensar, antes de jogar a espuma da esponja que usava para lavar a louça em sua camisa e rosto:

--- Claro que não!! Você sabe que o Schuller mora no meu coração.

Os dois riram, e Brennuz ajudou Evelyn com a louça, secando e guardando-a.

--- O que a gente vai fazer agora?---  O rapaz se sentou no pequeno sofá da sala, que tinha as costas grudado em uma cama de solteiro, e Nely o acompanhou.

ENTRE MANSÕES E GUETOS― TavinXoc e BrennuzXoc―Onde histórias criam vida. Descubra agora