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Toronto,Canadá
07 de janeiro,2020

Tudo começa em uma Quinta-feira.

Em uma escola nova e um país novo...

Eu e minha família costumávamos morar na Flórida, em Miami para ser mais exata! Uma cidade bonita, harmônica e calma. Moramos lá até os meus dezesseis anos, e nos mudamos logo após o divórcio de meus pais. Meu pai, mais uma vez, se superando... com seus olhos frios e sem nenhum arrependimento... ele nem sequer hesitou ao pedir e assiná-lo imediatamente.

Mas ele se recusou a começar uma nova vida na Flórida. Minha mãe insistiu algumas vezes; ela só queria que ele pudesse continuar sendo um pai "presente". Ela vem guardando a dor para si desde aquele dia, não diz quando dói, mas ainda posso ouvir o barulho do choro em meio às madrugadas.

[...]

E então..

Eram exatamente 7:15am quando cheguei ao colégio junto com meu irmão, que rapidamente entrou. Havia uma grande entrada e três andares a acima de salas;

Eu olhei para aqueles corredores perdida.

- Por que não tem nenhuma placa que diz SALA 23 (2°ano)? Com algo do tipo..-olhei para o final do corredor

- É que aqui é a rádio. -uma voz feminina ao meu lado

Me assustei ao notar a presença da garota, mas logo voltei á minha postura séria. A garota tem uma pele parda,cabelos castanhos e cacheados,usando um suéter preto largo e uma calça cargo bege.

- Ah..você sabe onde fica o 2° ano? - fui direta.

Ela assentiu com a cabeça.

- Apenas me siga. - ela andou mais à frente e subiu as escadas.

Hesitei um pouco antes de seguir a garota,e logo a acompanhei. Ela abriu a porta e a sala era grande,paredes brancas sem um único rabisco,mesas e cadeiras comuns, e um quadro de vidro que ficava próximo aos armários.

Posso aprontar poucas e boas aqui..

Dei uma breve olhada aos meus novos colegas e coloquei minha mochila em uma mesa vazia qualquer.  Notei que a garota também era da mesma turma.

Sem um mínimo sorriso, saí da sala e respirei fundo enquanto andava pelos corredores e entrei no banheiro. Abri uma cabine e a tranquei. Sentei-me na tampa da privada e peguei meu celular, que tinha notificações da minha mãe.

Mãe
-"Não espere por mim no jantar,meu turno termina mais tarde."

Mais um jantar sozinha,que legal. -penso

-"Ok,mãe."

-"Se precisar de algo,fale com seu irmão,beijo."

Mãe saiu do chat

-"Beijo."

Não quero parecer egoísta; Afinal compartilhamos a mesma dor...mas ela está tão distante...

O sinal toca, saio da cabine,guardando todo aquele sentimento comigo novamente.

Entro na sala, e a aula de literatura começa. Já cansada desse clima ruim,abro a mochila buscando meus Airpods.

- Façam duplas agora. - o professor Gilbert diz no momento em que me viro,sem sucesso em encontrar meus Airpods, volto para frente rapidamente.

Todos se juntam com seus amigos, e eu e a mesma menina de hoje mais cedo estamos sem dupla. Ela se aproxima.

- Posso sentar com você? - ela me olha,e olho pro professor que me encara, esperando junto à turma.

- Ah...claro. - sentada,pegando algumas canetas,enquanto ela fica com a mesa ao lado.

- A propósito, meu nome é Kiara. -diz enquanto anota a lição do livro. Eu ainda sem a responder, ela continua - Qual o seu?

Sim,estou parecendo uma antipática,mimada, e é só que realmente não sou muito de conversar sem ter intimidade.

- Kristen Conner. ‐ respondo simples.
- É,você realmente não é de Miami. - Kiara para de escrever.

O que ela quis dizer com isso?

Antes que eu possa questionar,o professor começa a explicar o conteúdo.

[...]

A aula já havia acabado. Pego minha mochila e jogo em meus ombros, saindo da sala.  Subo até o terceiro andar à procura da sala do meu irmão.

- Cadê aquele idiota? Já se passou 15 minutos; devíamos estar a caminho de casa. - Suspiro sem paciência pra esperar.

Que se foda,vou sozinha.

Desço aquelas escadas na base do ódio,e rapidamente saio pelo enorme portão com o celular na mão,ligando para o babaca do meu irmão.

Maninho
- chamando -

- Alô?

- Alô é o caramba. Onde você es? - deixo o ódio explícito em minha voz.

- Ei,relaxa. com uns amigos; vou pra casa mais tarde. - sua voz é calma.

- E você sabe que a mãe prefere que me leve até em casa..Mas,espera. - me atento às palavras dele.
- Amigos? Ethan,foi só o primeiro dia de aula...- falo mais calma.

- Sim amigos, qual a porra do problema de ser o primeiro dia de aula? Se você não fez amigos,o problema é seu. - sua voz agora carregava um ódio repentino.

Ele não disse isso...disse?

- Tanto faz então. Não se preocupe comigo,mas por favor,não leve esse desgosto à nossa mãe.

Desligo

Chego em casa,e ela estava vazia. Subo até meu quarto,fecho a porta e arremesso a mochila na cama. Me deixo escorregar pela mesma até chegar ao chão,sento-me e tento manter a calma.

Pai,se aquele divórcio não tivesse acontecido,as coisas estariam bem?

Por algum motivo,eu não posso descrever meu pai...ele sempre está na minha cabeça de alguma forma, ou eu estou pensando nele ou escuto tudo à minha volta falar sobre ele.

Me culpo por não ter feito nada. Eu queria ter falado com ele. Eu não queria ter ficado calada e deixado que ele fosse...

E agora minha mãe está sozinha; ela é a única responsável por mim e meu irmão.

- Estou presa no tempo. - falo em meio às lagrimas.

E então ouço alguém bater na porta de entrada,fazendo com que minhas lágrimas cessem.
....

Autora:
Primeiro capítulo. Peço desculpas, por qualquer erro ortográfico.

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𝐎 𝐓𝐄𝐌𝐏𝐎 𝐌𝐄 𝐋𝐄𝐕𝐀 𝐀𝐓𝐄́  𝑽𝑶𝑪𝑬̂Onde histórias criam vida. Descubra agora