Capítulo 1

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POV - Hugo

– Sr. Santos, certo?

– Sim! Sim, mas por favor me chame de Hugo.

– Certo, sou Fernando. Hugo, o que faz você pensar que se destaca para a vaga?

– Bem, além de todas as certificações que pode ver no meu currículo, sou bom comunicador e tenho ótimas habilidades artísticas. Inclusive, estou cursando a faculdade de artes, até o motivo de estar interessado na vaga de meio período.

– Entendo, aqui diz que você fala inglês fluentemente.

– Sim falo, em anexo mandei meu diploma de certificação, mas podemos conversar se tiver interesse...

– Não, por favor, não há necessidade. Sr. Santos, obrigado por vir. Entraremos em contato amanhã, por e-mail, com uma resposta sobre sua candidatura à vaga.

– Obrigado pela oportunidade.

Levantei daquela cadeira desconfortável de escritório. Bem duvido que vá ser contratado. Preciso de um emprego para ajudar nas contas e comprar coisas pra faculdade, mas é mais difícil do que parece arrumar um emprego...

Ah! Desculpa, esqueci de me apresentar: Sou Hugo Santos, tenho 19 anos, estudo Artes na USP, moro com minha tia em um apartamento bem localizado e... e sou gay.

Voltando, saí do escritório, passei pela sala de espera, entrada da loja e caminhei até o bicicletário. Quando subi em minha bicicleta e me preparava pra ir escuto alguém me chamar:

– HUGO! HUGO!

Um desconhecido corria até mim. Ok, não tão desconhecido, era um menino que estava na sala de espera junto comigo para a entrevista de emprego. Ele é bonito, tem o corpo bem definido, se encaixa perfeitamente no padrão eurocêntrico de beleza, coisa que normalmente me incomoda, mas cai bem nele, ele é bonito, podia muito bem ser modelo.

Ainda assim não sei o nome dele, então é um desconhecido (que passou cerca de uma hora comigo e que eu reparei um pouco na existência), desconhecido, correndo até mim e gritando meu nome (como ele sabe meu nome?).

Quando chegou até mim parou para respirar.

– Hugo, né?

– Sim... e você é?

– Victor.

– Prazer Victor...

– Ok, isso pode parecer estranho, mas te achei bonito e queria conversar com você. – Victor ficou corado ao dizer isso.

Ele estendeu a mão até mim e me entregou um papel dobrado com o nome dele anotado em cima de um número de telefone.

– Me manda uma mensagem depois... se quiser. – ele disse ainda envergonhado.

– Vou mandar, Victor.

Ele sorriu para mim e depois correu de volta à floricultura onde estávamos de início, fazendo a entrevista.

Violetas e QuadrosOnde histórias criam vida. Descubra agora