Capítulo 3

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POV - Victor

Me sinto tão envergonhado, meu Deus: EU ENTREGUEI MEU NÚMERO PRA UM ESTRANHO, PRA UM MENINO!!

Voltei ainda corado à floricultura, meu pai queria falar comigo, imagino que sobre trabalhar.

– Oi pai! Me chamou?

– Ah Victor, sim chamei. Já disse que na empresa você tem que me chamar de Fernando, mas tudo bem.

– Desculpa. Você queria falar sobre?

– Filho, sei que você gosta de fazer esses trabalhos como modelo mas, sabe que isso não tem futuro…

– O que você quer dizer?

– Eu anunciei duas vagas de emprego, mas na verdade nós precisamos de três funcionários. Quero que você seja o terceiro.

– Não! Eu não vou fazer isso – Fiquei com tanta raiva, ele nunca me pergunta nada.

– Não é sobre você querer ou não Victor! Você começa segunda à tarde, junto com os novos funcionários. Você ainda vai ter as manhãs para fazer sei lá que você faz.

Não queria discutir com ele. Cansei de discutir com ele, não adianta, nunca sou ouvido.

– Fernando, te vejo em casa.

– Tá bom filho.

Que raiva. Saí daquela floricultura de merda, queria chorar e gritar. Mas não dava tempo, tinha que ir pra faculdade.

Aliás, eu sou Victor Lima, tenho 20 anos, trabalho como modelo pela manhã, estudo fotografia à noite, e agora, pelo visto, vou trabalhar na floricultura durante a tarde.

Minha família é muito rica, e tudo começou com essa maldita floricultura, a Pétalas Douradas, que hoje em dia é a maior de toda São Paulo. Mas a fortuna não vem só daí, meus irmãos mais velhos também criaram mais negócios para a família, e lógico, contratos com governos.

Sei que a vida com dinheiro não é difícil, não estou falando isso, mas é que às vezes queria não estar vinculado à minha família.

Moramos em uma casa boa, no centro, passei lá no caminho da faculdade, tinha que comer e pegar minhas coisas. Depois fui à faculdade que só terminou às 21h.

Quando cheguei em casa, fugi do jantar em família e fui tomar banho. 22h quando todos já tinham jantado, eu fui comer, depois fui pro quarto.

Quintas-feiras são chatas na maioria das vezes. Não tenho trabalho na agência na sexta então fui jogar videogame.

Por volta das 23h, recebi uma mensagem: "Oie, é o Hugo!". Fiquei corado e feliz.

Violetas e QuadrosOnde histórias criam vida. Descubra agora