𝙶𝙸𝚅𝙴 𝙼𝙴 𝙰 𝚂𝙸𝙶𝙽. -ᵒˡˡᶦᵉ ᵇᵉᵃʳᵐᵃⁿ🧸

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𝔒𝔩𝔦𝔳𝔢𝔯 𝔅𝔢𝔞𝔯𝔪𝔞𝔫

—Não vai ignorar o que aconteceu, né? —Pergunto após uns 2 minutos andando em direção ao mercado. Maya está quieta desde que saímos da frente de seu prédio.

—O que aconteceu? —Ela fala rindo.

—Vai querer que eu te lembre? Posso demonstrar agora mesmo. —Falo arqueando as sobrancelhas.

—Não! —Ela fala rapidamente. —Já lembrei.

—Dissimulada. —Falo brincando. Ela está bem longe de ser dissimulada.

—Como é? —Ela para de andar, me olha logo em seguida.

—Estou brincando. —Ergo as mãos em rendição.

—Não pareceu. —Ela fala desacreditada com os braços cruzados.

Ainda estamos nos olhando quando uma corrente de ar frio passa por nós, fazendo a garota se arrepiar. Ela não veio de blusa. Maluca.

—Quer meu moletom? —Pergunto já sabendo a resposta.

—Não. —Maya me responde e volta a andar.

—Foda-se. —Falo e puxo seu braço. Fazendo a mesma parar.

—Você vai ficar doente. —Ela fala enquanto tiro meu moletom.

—Você também.

—Mas eu posso ficar doente. —Ela debate.

—Não, não pode. —Falo enquanto passo meu moletom pela cabeça da garota. Como se eu estivesse vestindo uma criança.

—Eu sei me vestir. —Ela fala colocando os braços nas mangas.

—Grossa.

—Minha pica. —Maya responde.

—Onde você aprendeu a falar essas coisas? —Falo incrédulo.

—O pirralho aqui é você.

—Chata.

—Metido.

—Idosa.

—Arrogante.

—Linda. —Falo e ela me olha.

—Sou mesmo.

—Convencida. —Maya não responde, apenas balança os ombros enquanto entramos no mercado.

—Vamos direto ao ponto. —Ela fala me puxando para o corredor de massas.

—Você podia fazer alguma coisa do Brasil para a gente comer, né?

—Tipo? —Ela pergunta enquanto observa as diversas opções de marcas de lasanha.

—Ué, e eu que sei? A brasileira é você. —Falo óbvio.

—Mal educado. —Ela me mostra a língua. —Vou fazer brigadeiro.

—Que isso?

—É tipo um creme de chocolate. Tá ligado Nutella?

—Sei. Deve ser bom.

—É perfeito. —Ela fala colocando a massa na cesta que eu estou segurando.

—Aqui tem as coisas para fazer? —Questiono, vai que são ingredientes que só tem no país dela.

—Tem. —Ela responde rumando para outro corredor. —Aqui, ó. —Maya aponta para uma caixinha. Parecia ser leite.

—Que isso?