city of angels - Minsung

this is Halloween

— Vamo logo Chan!

Jisung já não se considerava uma pessoa muito paciente e Chan estava testando seus limites pela segunda vez em um curto espaço de tempo. Mais cedo naquele dia Han já havia ficado duas horas esperando o amigo em frente a loja de fantasias e quando finalmente Chan apareceu a fantasia que Jisung queria já estava esgotada. Claro que ter esperado até o dia da festa para comprarem seus trajes não havia sido a decisão mais inteligente de ambos, mas você pode julgar dois universitários em época de provas?
Você não pode julgar, mas Han Jisung julgava e julgava muito. Batia seus dedos impaciente no beiral da porta do estúdio levando Chan para perto de um surto.

— Ficar batendo na porta só tá me deixando puto e não mais rápido Jisung! — Christopher não se moveu, apenas continuou clicando e clicando em seu notebook enquanto tentava acertar uma batida na música que estavam produzindo.

— Mas caralho Chan você não tem que terminar isso hoje, logo hoje. Esse projeto é pra terça feira, sabe como eu sei disso? — puxou a cadeira do amigo o forçando a olhar para si — Porque eu faço parte dessa merda!

— Só falta um pouco, você já tá vestido e eu só preciso colocar a máscara. Pra que a pressa? — retirou as mãos de Jisung dos seus ombros e voltou para seu notebook com um suspiro alto e fechou o mesmo — Às vezes eu te odeio, você sabe que vou ficar pensando nisso a noite toda.

— Eu odeio atrasar e nem queria ir você que me forçou! Os meninos já estão lá, vai tá lotado cara. — passou as mãos nos cabelos — Vai ser um saco achar eles no meio daquele monte de gente.

— Tamo indo Jico, você vai gostar depois do segundo shot! — Chan pegou a sua máscara de cima da mesa controladora e desligou os aparelhos — Ou depois do segundo beijo.

— Que nojo.

Jisung além de não ser nada paciente não era muito fã de contato humano, ou de humanos em geral. Então estar a caminho de uma das maiores festas de Halloween da sua cidade era algo que não o agradava, mas era tradição. Ele e seus seis melhores amigos juntos, Felix, Chan, Hyunjin, Changbin, Seungmin e Jeongin, tentando curtir o máximo possível dos dois dias de festival. Se conheciam desde a adolescência e na primeira vez que foram ao evento, depois de um motim dos sete para seus pais, ele e Felix quase nunca mais pisaram o pé lá novamente.
Os dois decidiram ir sozinhos na casa mal assombrada, logo dois medrosos juntos, o que, claramente, resultou nos dois caindo de uma escada após Jisung socar o rosto de um dos monstros. Felix saiu da brincadeira com um braço quebrado e Jisung com um olho roxo.
Agora anos depois os gostos e jeitos de todos mudaram, mas o amor um com os outros continuava o mesmo. Então por isso Jisung estava mais uma vez em cima da bicicleta de Christopher indo em direção ao caos do centro de Incheon.
O vento gelado de outubro penetrava sua fantasia barata de caveira, mas Jisung gostava. Gostava de ser lembrado pelo mundo que estava vivo. Então sentia, sentia o vento cortando suas bochechas, o perfume dos cabelos ruivos de Chan preenchendo seus sentidos, a música frenética aumentando a cada metro que avançavam de bicicleta e o desejo incontrolável de ir embora antes mesmo de chegar.

— Acho que tô vendo o Bin! — Chan gritou tirando Jisung de seus devaneios — Changbin!

Christopher gritava e freiou a bicicleta bruscamente em frente do amigo, Changbin é musculoso e aparentemente marrento, mas isso são apenas pré conceitos dele. O baixinho na verdade é uma das pessoas mais doces e sentimentais que Jisung já conheceu e também se assusta muito fácil, por isso depois da brincadeira de Bang Chan, Changbin se encontrava gritando com os outros dois com os olhos cheios de lágrimas.

— Você tá doido porra! Eu nunca mais espero vocês, devia ter deixado vocês se fodendo pra encontrar a gente. Caralho Bang Chan qual a porra do seu problema? Você ia me atropelar mano! Seu sem noção, que merda. — disse tudo de uma vez só sem respirar, seu rosto estava vermelho igual um pimentão pelo susto, enquanto o de Christopher parecia que ia explodir por conta do rizo — Entra logo e não olha mais na minha cara.