𝟢𝟣 ˑ𖥻𓂃 MEGA SUPER HYPER EGO

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ᅟ ꒰ ﹫ ᶻ 𝘇 𐰁 ꒱
MONSTRO 𓄹͓ ˖࣪
꒰ ִ ֗ ⌕ CAPÍTULO 01 𓂃 °. ꒱
⏜ ۫ . ᨫ͜ 𓈒 ! ׁ 𓈒 യ

—— TUDO ACABA, LEOZIN.

GARULHOS, SÃO PAULO.

Charles Bukowski em uma das suas sublimes linhas de raciocínio uma vez divagou sobre a arte que um bom poeta pode a alma tocar; "Um bom poeta pode fazer uma alma despedaçada voar" ele disse. Era um cara excêntrico, mas havia pouca ou nenhuma mentira em suas frases, dependendo do ponto de vista. A arte podia salvar tanto quanto destruir, só bastava imaginação e sentimento.

Para a música, a qual estilo de arte Antonella estava mais familiarizada, a música era emoção em formato de palavras, mas ia muito mais além. Cada gênero em seu cerne compunha uma intrincada linha de raciocínio e palavras que encaminhavam alguém para um lugar; o mais profundo e depreciativo poço com músicas deprimentes, a maior onde de epifania com um pop bem feito ou uma identificação de si mesmo que vinha de moleques pretos com o hip hop.

Em um contexto geral, Antonella via muito mais do último do que todos os outros. Esteve tanto tempo em batalhas de rima, andando sobre vielas escuras e tendo um melhor amigo de pele retinta desde que deixou o ninho ao dezesseis, que era impossível que não o fizesse. Ela mesma fazia parte do grupo de jovens que foram salvas pelo hip hop. Mas aquilo fazia tempo depois e fazia anos que não pisava em uma quebrada pra assistir uma batalha, mesmo que continuasse sendo salva todos os dias pela música. Ela respirava música, só tinha passado da fase de observar e agora era música.

—— O peito dela é tipo algum tipo, tipo, tipo, o peito dela é tipo uma boia, ela não afunda. O peito dela é tipo uma boia, ela não mergulha. Ela vai na piscina, mas não afunda nem mergulha, ela vai na piscina não afunda, nem mergulha. Ela quer tomar tapa na bunda, então pede pra mim. Passa o meu dinheiro...

Mas certamente não um flow de Detroit vindo de Jaya.

—— Qual a chance de sair algo desses dois hoje?

—— Nenhuma. — não que Paulo esperasse uma resposta diferente vindo dela, mas ele ainda sorriu desacreditado quando escutou "eu não tô me tremendo, ha" vindo de Jaya.

Não era comum que os quatro estivessem no mesmo lugar, saindo para beber juntos. Hoje poderia ser considerado um dia incomum. Jaya e Dudu, os dois moravam fora de São Paulo e estavam sempre ocupados entre viagens, shows, produção de músicas e o primeiro, filhos. Ecologyk tinha a gravadora, a produção de música era infinita e a divulgação também. Antonella preferia as paredes brancas da sua casa quando não estava na Asfalto Rec, era mais fácil de compor sozinha. O que não anulava que os quatro tivessem um grupo e estivessem sempre em contato por mensagens ou que um ou outro se encontrassem pra beber e fumar - em maioria, Dudu tinha mais disposição do que os outros três, mesmo que Antonella quem tivesse mais tempo. Era um grupo torto, mas dava certo, em geral.

Era felicidade que as agendas tivessem batido e mais ainda que Antonella — depois de meses infurnada dentro de casa em seu próprio inferno depreciativo, tivesse topado ir para uma noite em um clube encher a cara e liberasse sua casa em Garulhos para os meninos passarem a noite - ainda que a aceitação inicial fosse para que eles dormissem e não que invadissem seu estúdio fazendo rima porca.

—— Corta essa porra. —- Antonella sussurrou, esticando o braço para que a pulseira rosa fixa ao pulso que antes a marcava como um membro do camarote fosse cortada. Jaya e Dudu já haviam dado fim às suas logo no início da live, porém, escondida atrás, a Costa ainda tinha permanecido com a sua, entretida demais com a rima dos garotos e o remelexo do baiano para se importar antes daquele instante com o adorno no braço.

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⏰ Última atualização: Sep 28 ⏰

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