Capítulo 1

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Tão Azul Quanto O Mar

   Seu coração estava batendo muito rápido, ficou com medo que o dragão pudesse ouvir de tão forte que ele estava batendo. Ele estava ali caçando peixes, Ellie tentou sair dali o mais possível, mas antes que pudesse dar mais um passo, o dragão já havia notado sua presença. Os dois encararam por incontáveis segundos, sem mexer um músculo. A vontade de Ellie era sair correndo, porém sabia que se fizesse isso, se tornaria a presa, então sua única opção foi continuar parada e encarando.

   O dragão começou a se mover vindo em sua direção calmamente, Ellie continuou parada, estava sentido seu corpo todo tremer, estava apavorada, ninguém viria a salvar, não poderia acreditar que ia morrer ali.

   Enquanto sua vida passando diante dos seus olhos, o dragão se aproximava mais, saindo da água e parando bem em frente a ela, Ellie fechou os olhos e cerrou os punhos, se preparando para o que estava por vir, implorando aos céus para que não sentisse muita dor no processo.

   E então o dragão abaixou a cabeça ficando na altura do rosto de Ellie, a mesma se atreveu a abrir os olhos e se deparou com o dragão cara a cara com ela, podendo ver os detalhes de seu rosto, escamas com contrastes de azul, espinhas contornando toda sua mandíbula, um pouco de pêlo em cima da sua cabeça entre os chifres e olhos tão azuis quanto o mar. Ellie estava deslumbrada, por mais que não tenha visto outro dragão com exceção deste, bem a sua frente, ela jurou que esse é o dragão mais lindo que já existiu.

   Por um momento havia esquecido que estava prestes a virar comida de dragão, seu medo ficou maior ainda quando ele aproximou a cabeça de seu corpo para cheirar, parecia que estava a analisando.

   Então sem mais nem menos, ele se afastou e voltou para a água e continuou caçando os peixes como se ela nem estivesse mais ali. Um grande alívio percorreu o corpo de Ellie, não consegui acreditar que o dragão a poupou e não perdeu tempo em sair dali ainda de maneira cuidadosa, sem dar as costas ao dragão. Retornou para onde estava pescando, juntou suas coisas rapidamente e saiu dali apressadamente .

...

   No palácio, Kian esquentava mais uma vez a cama da rainha, Alicent estava a cada dia mais apaixonada e obcecada pelo guarda real, essa paixão começou a um tempo, depois que seu primeiro filho com o rei, Noam, completou sete anos, que foi quando Kian se juntou à guarda real. Na frente das pessoas ele é só mais um membro da guarda real, mas entre quatro paredes Kian é o homem de Alicent.

   Por mais que o rei seja um homem bonito aos olhos de Alicent, um ótimo marido, amável e carinhoso, Kian era o homem pelo qual ela se atraiu muito mais e se apaixonou.

   O sol ainda não havia nascido quando Kian acordou e começou a se arrumar para sair dos aposentos da rainha sem que alguém o visse.

— Já vai sair? – Alicent perguntou ao sentir que o corpo musculoso e quente do seu homem não estava mais perto dela, sentou-se na cama com os cabelos loiros um pouco bagunçados devido a noite anterior, com o lençol de cetim branco cobrindo um de seus seios.

   Kian parou de se arrumar para admirar, era uma visão terrivelmente deliciosa, de fato Alicent era dona de uma beleza absurda, Kian nunca viu moça igual, porém, por mais que ela fosse a moça mais linda que já viu em sua vida, não a amava, não se sentia apaixonado por ela. 

   Gostava de transar com ela, era tão bonita de rosto quanto de corpo, mas Kian sabia muito bem quem ela era, por trás de toda essa beleza, existia uma mulher perigosa, capaz de fazer qualquer coisa para conseguir o que quer. A beleza dela apenas servia para enganar as pessoas, escondendo sua verdadeira face.

— É melhor eu ir de uma vez, a chance de alguém me ver saindo daqui agora é pequena – Voltou a calçar a bota.

— Não sei se vou conseguir esperar até a noite para ter você de novo – Alicent falou da cama, em seguida se levantou e andou até Kian, sem se importar com sua nudez. Até porque ela queria que ele parasse imediatamente o que estava fazendo e a tomasse de novo no chão, na cama, nos cômodos dos quartos, não importava, eles já tinham batizado cada lugar daquele quarto antes mesmo.

   Kian soltou um longo suspiro, já conhecia todos os joguinhos de Alicent, estão juntos há anos, já a conhecia o suficiente.

— Sinto em desapontar sua majestade, mas terá que esperar – Sorriu irônico enquanto terminava de colocar sua armadura.

   Alicent não satisfeita com a resposta de Kian, segurou seu rosto o virando para si e então o beijou, buscando a língua dele, colou seu corpo no dele em busca de fazer com que ele desistisse de sair daquele quarto e a deixar. Alicent estava perdidamente apaixonada por Kian, para ela, ele era perfeito, o homem mais lindo que já viu, gostaria de se casar com ele em vez de Rory.

— Eu preciso mesmo ir, Alicent – Disse olhando nos olhos dela depois que conseguiu desgrudar suas bocas. Alicent suspirou frustrada, se afastou e voltou desfilando para a cama — Nos encontramos mais tarde, assim que for possível – Disse enquanto terminava de abotoar o cinto da bainha de sua espada.

— Acho bom não demorar – Kian soltou um breve riso e foi em direção a porta, a abriu e primeiro viu se tinha alguém por perto antes de sair. Quando viu que não tinha, saiu e fechou a porta deixando a rainha entre os lençóis.

   Alicent bufou frustrada quando seu amante saiu pela porta, não iria conseguir voltar a dormir, ela se via ansiosa para a hora de se encontrarem de novo, imagens da noite passada passaram por sua mente, assim como todas as outras noites que dormiram juntos.

   Estava ficando cansada de só poder tocá-lo a noite, escondida de todos, ela sabia que as outras mulheres que trabalhavam no palácio, até mesmo as que não trabalhavam no mesmo, ficaram encantadas com Kian, como não ficariam? Um rapaz jovem, alto , moreno, forte e de belos olhos azuis. Mas, Alicent não gostava disso, sabia que existiam mulheres que se ofereciam para Kian e isso a deixava possessa de ciúmes, queria mostrar a essas mulheres e a todos que ele era seu, apenas seu.

   Por fim decidiu levantar, vestiu uma camisola e um robe por cima, o sol já estava nascendo quando saiu de seu quarto e foi para quarto de Anne, ver sua caçula de seis anos. Alicent só tinha Anne e Noam, por Anne ter tido algumas complicações no parto e quase morrer, fez com que Alicent desistisse de querer mais filhos.

   Quando chegou em frente à porta do quarto de sua filha, Alicent entrou silenciosamente e se aproximou da cama de Anne, passou a mão nos lindos cabelos castanhos da filha com cuidado para não a acordar e não conseguiu evitar de sorrir ao ver seu rostinho, ela lembrava um pouco o pai. Deixou um beijo na testa de Anne e saiu do quarto, em seguida foi em direção ao quarto de Noam, o mesmo já estava despertando quando ela entrou.

— Aconteceu alguma coisa, mãe? – Perguntou enquanto se sentava na cama.

— Não, está tudo bem – Alicent achou a preocupação fofa de seu filho — Só passei para ver você. Por que você acordou tão cedo? Teve pesadelo? – Sentou-se na cama ao lado de Noam e o trouxe para perto de si.

— Não, apenas não estava mais com sono – Olhou para sua mãe. Noam puxou mais ela, ao contrário de Anne, Noam possuía cabelos loiros idênticos aos da mãe.

— Está com fome então?

— Muita – O menino respondeu sorrindo.

— Então vamos! Seu pai também já deve ter acordado – Sorriu acariciando brevemente o rosto do filho.

Mais um capítulo, espero que tenham gostado. Por favor, deixem um estrelinha e comentar, gostaria de saber o que estão achando.

The True HeirOnde histórias criam vida. Descubra agora