𝔔𝔲𝔦𝔫𝔷𝔢

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- Bom

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- Bom...- dissemos juntos, isso faz os dois rir. Por alguns segundos observo aquele sorriso maravilhoso que eu sonhei por anos. Suspiro afastando esses pensamentos

- O que quer dizer?- pergunto fechando o rosto mais uma vez. Ajeito a minha postura encarando a mesma

- É... hum- ela limpa a garganta de maneira nervosa- O meu pai, Athos, está em uma reunião do conselho tentando atraza-los para que você e o Sam possam ir embora.

Pai

Ela o chama de pai. Balanço a cabeça mais uma vez ignorando todos os pensamentos que cercam a minha mente e me concentro no que ela disse. Franzo o cenho confuso

- Porque ele faria isso?

- Por que você é importante para mim!- A sua exclamação me faz engolir seco

- Aema...

- Eu sei que você me odeia agora, tudo bem. Se fosse ao contrário eu também te odiaria- ri sem jeito- Mas vocês precisam ir, Dean. Toda essa raiva não vale a sua vida.

"Eu sei que você me odeia" quem me dera conseguir te odiar, lobinha. Mesmo com raiva e magoado, os seus olhos mel não saem da minha cabeça, as suas gargalhadas ressoam na minha mente desde que discutimos na mansão em uma constante lembrança de que mesmo tentando te odiar, eu não consigo

Engulo as palavras que se formam na minha cabeça impedindo que saiam. Encaro Aema que aguarda pela me resposta, sejam em gritos ou não

- Tudo bem!

- O que?- seu rosto era puro choque por eu ter concordado tão facilmente. Apenas dou de ombros

- Eu concordo, toda essa raiva não vale a minha vida, mas principalmente, ela não vale da vida do meu irmão, nada vale. Então eu vou embora!

- Sem pegadinha?- balanço a cabeça negando

Há mais motivos para ir do que para ficar, então não tem porque arriscar tudo por algo incerto. Tenho uma missão, encontrar o Cass e o Kevin, e por enquanto essa é a minha preocupação

Me levanto da cadeira e ela faz o mesmo. Não a mando embora, apenas me viro puxando a bolsa de baixo da cama e colocando as poucas coisas que tiramos de volta nas malas

- Dean...- ela me chama insegura, me viro a vendo engolir seco- Você disse que era tarde demais para se desculpar!- sua voz sai embargada e incerteza era a única coisa que tinha na sua voz

- Aema...

- É tarde demais?- suas sobrancelhas se erguem em esperança- porque essa sou eu, bem aqui na sua frente, engolindo o meu orgulho e te pedindo perdão por aquele dia!

- Porque se desculpar por algo que você não se arrepende?- minhas costas tocam a parede, mas meu olhar se mantém em meu rosto. Seus lábios tremem ao receber a minha resposta

Talvez seja tarde demais. Talvez quatro anos seja tarde demais

- Eu sei o que eu sentia, Aema- inspiro fundo odiando te essa conversa, porque ela me machuca. Então prefiro brigar e gritar do que falar dos meus sentimentos, mas há momentos que temos que fazer coisas que não gostamos- E se sentisse por mim um pouco do que eu comecei a senti por você, não estariamos tendo essa conversa!

A dor em seus olhos me fazem lutar contra a vontade de puxa-las para os meus braços e abraça-la até que se sinta melhor. Mas não o faço, apenas a ouço fungar e me dar o seu melhor sorriso, mesmo com tantas lágrimas acumuladas nos olhos

- Queria ter feito tudo de uma maneira diferente!

- Teria sido bom- ela abaixa o olhar e solta um longo suspiro- mas não dá para voltar no passado, não é?- engulo seco, apesar de estar mexido com a sua repentina aparição, minha decisão está tomada

- É, eu acho que não...- diz pensativa. Ela sorri novamente enquanto as lágrimas molham suas bochechas- E-eu preciso voltar para casa, tá?- recua até que suas costas bata contra a porta- se cuida!

Então mais uma vez se vai

Dou partida na ignição ouvindo o suspiro de Sam

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Dou partida na ignição ouvindo o suspiro de Sam. Encaro ele revirando os olhos vendo o mesmo mudar a rádio diversas vezes nitidamente incomodado

- Vamos, Sammy. Diga logo o que você quer dizer!- ele me encara

- Não deveríamos estar indo embora!

- Não vamos discuti isso de novo, cara. Temos coisas mais importantes para resolver, sabe disso muito bem.

- Eu sei, eu sei. O Cass e o Kevin. Mas por que não podemos resolver as três coisas de uma vez?

- Sammy...- tento cortar sua fala, mas ele não permite

- Eu vi como você ficou depois que ela foi embora- se vira para mim- com raiva, depois de triste e depois depressivo. Você não se recuperou mesmo depois de tanto tempo, você ama ela! Sabe disso. E também sabe que se deixar ela ir de novo, não vai conseguir superar!

Sopro uma risada

- A quatro anos atrás ela decidiu ir embora, Sam. Fiquei triste, mas segui em frente por que é assim que a vida funciona- suspiro- Eu sinto algo por ela, não nego, mas ela tem uma vida aqui, ela quer ficar, não vou obriga-la a escolher. Não posso fazer isso!

Então ele se cala apenas assentindo como se desistisse de discutir de mim. Eu reviro os olhos cansado desse assunto e me concentro na estrada soltando um longo suspiro

Uma parte minha não quer ir, é claro que fiquei com raiva, mas depois foi diminuindo. E quando ela entrou no meu quarto mais cedo e disse que ainda se importava, algo dentro de mim se aqueceu. Mas eu não posso ficar, não vou fazer ela escolher mais uma vez, principalmente porque da última vez não deu muito certo

Ela tem uma família, aquela que ela sempre sonhou. Não posso acabar com isso

Mas no instante que o impala ultrapassa a placa de bem-vindo da cidade meu coração se aperta-- Porra!- praguejo levando a mão ao meu peito. Sammy vira o rosto para mim no mesmo instante com uma feição confusa

- O que foi?- engulo em seco sentindo minha cabeça doer. Freio a baby no mesmo instante que ela faz um zig zag na pista- Dean!- exclama preocupado. Abro a porta do carro sentindo uma falta de ar

- A-algo está e-errado!- a minha voz quase não sei. Me apoio no capô do impala vendo Sam sair de dentro e se por ao meu lado

- Será que é bruxaria?- pergunta assustado dando alguns tapinhas nas minhas costas

Não. Isso não tem haver com alguma bruxa, eu sinto que tem haver com Aema. Não sei como, apenas sinto. Arregalo os olhos quando tudo fica em total silêncio, encaro Sam vendo sua boca se mexer mas nada sair dela. Uma brisa fria de choca contra o meu rosto e um rosnado alto e assustado chega até mim, me fazendo voltar para a realidade

- Aema!

CONTROL | Dean Winchester Onde histórias criam vida. Descubra agora