Encontro de Almas: e outras desventuras derivadas de uma maldição

CAPÍTULO 09: SINFONIAS CARTOMÂNTICAS

FRASE MOTIVACIONAL: SERVIU DE APRENDIZADO, MAS GOSTARIA DE TER CONTINUADO BURRO

MENSAGEM PARA ENTIDADES SUPERIORES:

- Oi pessoal, sei que não dediquei parte da minha vida em acreditar na existência de vocês, mas como situações desesperadas pedem por medidas desesperadas, seria SUPERINTERESSANTE se vocês quebrassem um galho e me ajudassem a encontrar alguém que me amasse de verdade (mas se isso for demais, ao menos me ajude a encontrar Dona Socorro para que ela possa ter a oportunidade de conversar com vocês presencialmente, com o espirito na santa luz divina e o corpo apodrecendo debaixo da terra), com amor e carinho de seu pecador misericordioso Arnon.

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BOLAS DE PELO E CARTAS PROFÉTICAS

Tive sonhos duvidosos, Tarin me atropelava com sua bicicleta e eu tentava correr atrás dele. Mas depois o sonho mudou, eu estava num castelo sombrio em plena tempestade do lado de fora. Para fugir eu precisava passar por aparelhos de academia, mas eles eram revestidos com espinhos e couro, tudo bem torturante, e no percurso de fuga eu vislumbrei Helena, a líder das Petúnias, com roupa de ginástica anos 80 tentando me ultrapassar. Ela era mais ágil no sonho do que na realidade, e me ultrapassou com rapidez, ela chegou na porta de saída antes de mim:

- Eu venci, e agora você é quem vai ficar preso aqui para sempre- e soltou uma risada tenebrosa.

Do lado de fora Felipe estava esperando-a naquele carro bonito que ele tinha, e ambos zarparam do castelo antes que eu pudesse notar a criatura que me perseguia. Era Dimitri, o vampirão, o castelo era provavelmente dele e eu estava preso sob suas garras e dentes afiados quando...

Acordei com o barulho do meu telefone tocando, levantei em sobressalto com os braços para o telefone na escrivaninha, eram as notificações do Encontro de Almas, eu devia excluir esse aplicativo de MERDA, mas fiquei grato pela notificação ter me acordado daquele sonho esquisito.

Vejamos, eu tinha duas opções, sentir pena de mim mesmo pelas duas tentativas fracassadas de romance prematuro, ou, pegava os caquinhos do meu coração e recomeçava novamente. Eu decidir seguir.

A mensagem do Encontro de Almas era de um rapaz chamado O Oráculo, certo, certo, esse provavelmente não era o nome dele, mas achei interessante a sua descrição no perfil, falava sobre todas as coisas do mundo estarem conectadas e sobre os planetas regentes serem nossos guias na vida, oba, um rapaz místico. Eu sempre achei interessante esse lance dos signos e do misticismo, sou do tipo que prefere não duvidar das coisas e procuro acreditar em qualquer coisa que vá me beneficiar, será que ele saberia me falar sobre a maldição da Dona Socorro? Poderia retirar esse negócio de mim?

Marcamos de nos encontrar na casa dele (ele fazia sessões de tarô e eu achei genial juntar uma sessão oculta com um encontro que poderia terminar em solenes beijos e carinhos, duas em uma). E, apesar de parecer meio suspeito, o endereço dava de cara para um apartamento repleto de câmeras de segurança, levei em consideração que ele podia ser uma pessoa de confiança. (Deveria levar uma faca por segurança?).

O Oráculo era um rapaz muito bonito, pelas fotos eu podia ver uma barba milimetricamente alinhada e um olhar cansado, misterioso, penetrante, seu cabelo era todo enroladinho, num degradê agradável aos olhos. Tinha duas fotografias na qual ele estava rodeado de gatos de todas as cores e jeitos possíveis, e na descrição ele deixava bem claro que os felinos eram seus regentes de vida.

Novamente estava na odisseia do que usar para me encontrar com uma pessoa mística, deveria ir de bruxinho? Provavelmente a ideia de cartomante era descartável, era importante ter em mente que ser eu mesmo era fundamental para que esses encontros ocasionais dessem certo, afinal, Dona Socorro falou sobre um sentimento puro e verdadeiro de amor, e isso só seria possível com a ideia de ser eu mesmo.