Capítulo 2

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Chegamos na praia e fomos até um quiosque comprar água de coco.

O atendente era gatinho e eu tentei flertar com ele, mas o KJ tratou logo de cortar as minhas asinhas e me puxou para bem longe dali.

- Você viu que o moço era bonito? Eu quero pedir o número dele para praticarmos um sexo selvagem. - falo rindo.

- Não no meu turno, Minotaura. - ele responde sério e eu o olho sem entender.

- Então tá, né. - falo e reviro os olhos.

- Quer saber, Isabella? Vai lá então, porra, mas depois não fica de mimimi quando se arrepender.

- Por que eu iria me arrepender, meu bem? - pergunto, cruzando os meus braços e arqueando minha a sobrancelha direita.

- Porque tu ama o Victor e mesmo que ele tenha borrado contigo, sair abrindo as pernas só pra se vingar dele não vai te fazer bem, porque só dar um pente, nesse caso, não é a solução pra tu. - KJ fala e eu tento fingir que não é verdade.

- Você só fala isso, porque eu sou mulher.

- Não tem nada a ver com a tua xota, Isa. Tem a ver com te conhecer suficiente para saber que você vai ficar mal depois e que não vai te ajudar a esquecer o mano.

- A solução é qual? Ficar chorando sozinha, enquanto ele já deve estar vendo qual puta vai receber para a visita íntima. - falo com raiva e o KJ levanta as duas mãos em sinal de rendição.

- Não tá mais aqui quem falou, Minotaura. Fique a vontade para ir pegar o número do cara lá. - ele aponta em direção ao quiosque.

- Perdi a vontade. - dou de ombros e sigo nosso caminho em silêncio até encontramos um lugar mais deserto e estendemos uma toalha na areia.

Sentamos um ao lado do outro e não falamos mais nada, porque não tinha motivos para entrarmos em uma nova discussão.

O clima estava nublado, então eu não fiz questão de entrar na água e fiquei apenas olhando para o nada, tomando minha água de coco ao lado do meu mais novo amigo e pensando no Victor.

Eu me odiava por pensar nele ainda. Tentava esquecê-lo, mas eu o amo tanto e é tão difícil tacar o foda-se para alguém quando tem muito amor envolvido, mesmo que esse sentimento, claramente, não seja correspondido.

Na maioria do tempo, eu ficava bem, porque tinha minha irmã, meu cunhado, o KJ e até mesmo minha mãe me animando, mas algumas vezes as lembranças do meu namoro com o Victor chegavam sem pedir licença e eu ficava mal.

- Talvez tenha uma boa explicação. - KJ quebra o silêncio.

- De quê? - pergunto.

- Pro Victor ter te traído, porque essa história não faz sentido. - ele responde simples e dou uma risada sem humor. - É sério, Minotaura. No dia eu fiquei puto, mas depois fiquei com algumas desconfianças, vai saber qual foi a fita no dia, ninguém tava lá pra ver.

- A única explicação é que o mesmo não me ama, não de verdade. Seu amigo apenas fingiu ter sentimentos por mim. - falo e sinto algumas lágrimas caírem pelo meu rosto.

- Tu já pensou em ir falar com o Victor? Tipo ouvir o lado dele? - olho para o KJ não acreditando que ele realmente está me sugerindo isso.

- Não. Eu não vou me sujeitar a ir em uma prisão por um cara que colocou um belo par de chifres na minha cabeça. - respondo firme. - E no final, eu também tenho culpa, eu devia ter mantido meu pensamento inicial de não me envolver com bandidos, era querer demais que ele fosse fiel e me respeitasse. Fui muito burra de esperar isso.

Visita Íntima [2] [Degustação]Onde histórias criam vida. Descubra agora