Capítulo 2

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9 anos se passaram

O professor entregava as provas e Sanji sentiu sua língua embolar ao deparar-se com sua nota. Sua boca abria e fechava, uma balbuciação que tentava dizer alguma coisa, que tentava exprimir o seu desespero e só conseguia pensar em amassar aquela folha de papel numa bolinha o mais rápido possível. Mas seu amigo Luffy, que sentava-se na carteira atrás da sua, viu sua nota rubricada em vermelho antes que pudesse pôr em prática o que pensou.

— 7?

Sanji virou-se numa velocidade absurda e colocou o dedo indicador junto aos lábios que se comprimiram em um "xiiii". — Não conte ao marimo!

— Ham? Por quê?

— Aquele imbecil fechou esse teste, enquanto eu tirei 7!

Luffy piscou os olhos, coçou a cabeça por baixo do chapéu de palha que usava. — O que tem 7? É uma nota boa, não?

— Pra você sim!

Nesses momentos que não se sentia bem, Sanji costumava ser mais ignorante que o normal, mas Luffy não se importou — diferente de Zoro, que sempre retrucava e virava uma guerra de egos —, ele conhecia seu amigo e era normal que soasse como um cuzão de vez em quando. Luffy apenas jogou o corpo pra trás, recostando-se no encosto da cadeira até o professor chegar perto e lhe entregar a prova. — Ora, eu também tirei 7.

Sanji revirou os olhos, havia tirado a mesma nota que a do asno da sala de aula. Escondeu o rosto na carteira com os braços ao redor e amaldiçoou a sorte de Zoro. Se a prova não fosse toda objetiva, tinha certeza de que ele tiraria um zero. Mas isso era pensamento de perdedor querendo se acomodar com coisas muito simples, como uma disputa besta com o melhor amigo. Sanji devia pensar maior, pensar que suas notas estavam caindo e que provavelmente não conseguiria ingressar uma universidade no ano que vem.

Seu sonho de ser um chef de um restaurante famoso ia por água abaixo.

— Então, você tirou 7? — Zoro ficou sabendo com Luffy na hora do intervalo, porque Zoro fazia parte de outra turma.

Os dois desciam a ladeira em frente a escola com os demais alunos, naquele momento o céu estava alaranjado por conta do sol se pondo.

Sanji se esforçou para não pular em cima de Zoro com um sorriso presunçoso. — Olha aqui, você só conseguiu tirar 10 porque foi tudo de marcar X e não sei como não consegue vencer na loteria.

— Não tenho sorte com dinheiro.

— Já percebi, não consegui pagar toda a dívida com a Nami-san.

Zoro parou os passos, pasmo. E Por falar demais, Sanji parou também. — Você pagou minha dívida com aquela bruxa?

Sanji soltou um suspiro. — Eu só paguei uma parte...

— Por que fez isso? — Zoro estava irado.

— Marimo, eu só quis ajudar, tá legal? Afinal, somos amigos, né? — Sanji tentava mirar em seus olhos castanhos, mas Zoro os desviava porque se sentia desnorteado. Tanto faz, resolveu andar mais rápido e deixar o sobrancelhas pra trás. — Marimo! Me espera! — Parou Zoro pegando em seu braço.

— Não se mete onde não deve! — Esbravejou muito irritado, às vezes odiava aquele altruísmo exagerado do amigo. — Você não deve nada a mim! Para com essas coisas!!

Sanji piscou os olhos muito perplexo, depois afrouxou a mão no braço de Zoro. — O que você está querendo dizer?

— Isso mesmo que está pensando!

Filho favorito de DeusOnde histórias criam vida. Descubra agora