𝐏𝐎𝐈𝐍𝐓 𝐎𝐅 𝐕𝐈𝐄𝐖 ━ 𝗯𝗮𝗯𝗶𝗰𝘁𝗼𝗿

two

BÁRBARA PASSOS POV

— calma amiga. Vou tentar explicar a sua situação pra minha mãe e vejo se ele deixa você vir pra cá— disse minha melhor amiga tainá do outro lado da linha.

— Fala rápido amiga, preciso sair daqui logo.—eu suspirei já exausta de todo aquele problema.

Me levantei da minha cama e abri meu guarda roupa com pressa. Eu olhava para trás a todo instante, com receio de que alguém me pegasse no flagra.
Peguei "meia dúzia" de roupas e coloquei rapidamente em minha mochila antiga e empoerada que hibernava à séculos dentro do meu guarda roupa.

Peguei alguns livros para que eu pudesse ir para que eu pudesse frequentar a escola enquanto estivesse fora de casa.

Enquanto me tremo inteira de nervoso, ouço o celular vibrando.

— alô?— disse ofegante

— amiga,pode vir. Minha mãe falou que você pode dormir aqui hoje.— tainá disse me deixando aliviada.

—tudo bem, já estou pronta.— eu respiro fundo e sigo para a porta.

Desço lentamente as escadas e confiro se há alguem na sala. Visto que não havia ninguém, dou passos largos e rápidos em direção a porta. Abri a porta lentamente com receio de que pudesse fazer algum barulho indesejado.

Até que me vi livre, do lado de fora. Pego meu celular e imediatamente peço o uber, sem ao menos me importar com o valor.

< time skip >

— amiga, que bom que você está aqui!— Tainá sorri após abrir a porta de sua casa.— sinta-se avontade.

— muito obrigada amiga, não sei oque seria de mim sem você.— eu sorri, entrando lentamente na casa de minha amiga, ainda um pouco envergonhada.

— minha mãe foi comprar algumas coisas, quer ir para meu quarto?— ela disse trancando a porta de sua humilde residência.

— pode ser amiga.— eu disse colocando uma mecha do meu cabelo por trás da orelha.

Andamos pelo estreito corredor que levava para o quarto de minha amiga. Entrando em seu quarto me senti confortável. Tirei minha mochila das costas e coloquei no canto perto de sua cama, me sentei lentamente enquanto Tainá pegava sua roupa no armário.

— trouxe seu uniforme irmã? Daqui a pouco temos aula. — ela disse com seu uniforme na mão

— ah sim...— eu disse meio aéria.

Tainá percebe que havia algo errado comigo. Ela respira fundo e se senta lentamente na minha frente enquanto me encara.

— amiga, não é de hoje que venho percebendo você meio triste e distante. Você mudou de repente. Isso tudo é pelo marcos?— ela disse séria enquanto segurava minha mão.

— não, eu estou ótima.— eu engoli a seco desviando o olhar, encarando o chão.

— Bárbara, eu quero que você seja sincera comigo. Sou sua amiga, você pode confiar em mim. — ela disse tentanto me passar confiaça.

— é que não sei se devo...— eu disse nervosa com meus olhos se enchendo de lágrimas.

— não sabe se deve oque? Não confia em mim amiga?— ela questionou.

— é que ele é o problema... eu também sou o problema. — eu disse deixando as lágrimas rolarem no meu rosto.

— amiga, não estou conseguindo te entender. Se abra comigo, porfavor...—  ele diz com uma semblante triste, com som de preocupação.

— Marcos me usou Tainá... ele foi o único homem que eu amei. Ele me tramatizou, ele roubou minha inôcencia, eu confiei nele!— eu disse chorando em um tom de raiva.

— calma... explica isso direito. — ela enxuga uma gota de lágrima que escorria em meu rosto.

— na noite do meu aniversário, depois da festa... eu não sei ao certo mas eu acho que o Marcos colocou alguma coisa na minha bebida que me deixou meio tonta...— eu disse soluçando.

— e o que aconteceu?— tainá pergunta preocupada.

— ele me estrupou... eu estava tonta mas estava consciente do que estava acontecendo... ele sempre me pedia pra transar mas eu nunca quis, eu queria manter a minha dignidade, eu não sentia que era o momento. Foi horrível, eu pedia para ele parar... ele me machucou, eu sangrei e chorei muito... eu odeio aquele dia, ele me persegue sempre... esse pensamento não sai de mim, agora eu tenho nojo de mim mesma e do meu corpo.— Eu disse enquanto tainá estava me encarando desacreditada com os olhos arregalados.

— amiga... ele é um monstro. Fica calma.

Tainá me abraça e acaricia meu cabelo enquanto eu desabo em seus braços. Relembrar aquilo me fazia ter nojo de viver, me fazia ter pesadelos constantes. Como ele foi capaz?