A garota do teatro.

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Collei estava extremamente curiosa sobre a misteriosa "Garota do Teatro" de quem todos falavam com tanta empolgação. Ela estava intrigada porque os comentários a descreviam como alguém de alto calibre intelectual e habilidades excepcionais no mundo teatral, sendo reconhecida como a melhor do clube e mentora dos novos integrantes. Um dia, após as aulas, Collei não seguiu o caminho usual em direção ao clube de jardinagem, que era seu destino correto. Em vez disso, ela parou abruptamente em frente à porta do teatro e começou a observar o local, hesitando entre entrar ou não. Enquanto contemplava sua decisão, uma voz cativante capturou sua atenção. Era a voz de uma jovem mulher, uma voz angelical que transmitia uma gama de emoções tão intensas que Collei sentia como se pudesse ler os sentimentos da garota apenas pela forma como ela falava.

Com o passar do tempo, Collei se viu irremediavelmente atraída por essa voz e, quando percebeu, já estava dentro do teatro. Lá, ela viu a Garota do Teatro que tanto despertava o interesse das pessoas. Fischl, como era chamada, notou Collei observando-a atentamente. A loira não se perturbou com a atenção e se manteve destemida, sem se envergonhar facilmente.

A peça em andamento era um treinamento para um iniciante que lia suas falas nervosamente. A história girava em torno de um circo assombrado, com Fischl interpretando o papel da assombração e o iniciante no papel do investigador. Embora fosse uma peça breve, era evidente o talento da loira. Collei estava admirada, com os olhos grudados em Fischl, completamente cativada.

Fischl, por sua vez, continuou a observar Collei, que estava perdida em seu olhar. Quando Collei finalmente percebeu a atenção de Fischl, ela desviou o olhar, sentindo-se nervosa.

— Quem é você, minha senhora? Uma nova estrela para minha bela peça de teatro? Venha cá, minha leal seguidora, e vamos apresentar um espetáculo incrível, revelando ao público um vislumbre do que sentimos. Eu nunca a vi antes. Quem é você? Uma princesa perdida ou um dragão escondido? — Fischl indagou, com as mãos na cintura, falando rapidamente, o que confundiu Collei.

— Meu nome é Collei... Não entendi muito bem, mas estou apenas de passagem e queria conhecê-la. — Collei respondeu com convicção, embora ainda estivesse visivelmente nervosa, suas mãos suando e dificuldade em manter contato visual. A reação de Fischl ao elogiar o nome de Collei e chamá-la de princesa a deixou envergonhada.

Collei não entendia por que Fischl a chamava de princesa, o que a deixou constrangida, já que não estava acostumada a tais elogios. No entanto, Collei aceitou o gesto estendendo a mão para Fischl, que a segurou, surpreendida pela reação de Collei e pela sensação do toque quente e áspero de suas mãos. Fischl não soltou a mão de Collei, e a pele áspera da esverdeada contrastava com a pele suave da atriz, indicando o esforço que Collei colocava em suas atividades de jardinagem.

Fischl começou a corar à medida que o tempo passava, sem saber como lidar com a situação. Ela se sentia confusa e não conseguia formular palavras. Collei, percebendo o desconforto de Fischl, finalmente soltou sua mão e coçou a nuca, também nervosa e incerta do que fazer a seguir. O teatro agora estava vazio, o tempo havia passado despercebido para Collei, impressionada com o talento de Fischl.

— Me desculpe! De qualquer forma, acho que vou indo agora. Está tarde e meu pai pode estar preocupado. Gostei muito da sua peça! Você é realmente talentosa, e os rumores eram verdadeiros. Quem sabe eu possa assistir a mais de suas apresentações no futuro, se isso não for um problema. — Collei disse, parando de coçar a nuca e tocando timidamente no ombro de Fischl como gesto de afeto.

Fischl estava tão atônita que não conseguia articular uma resposta, apenas abrindo a boca sem emitir som, acenando com a cabeça enquanto observava a "princesa" se afastar. Collei acenou de volta, e Fischl não pôde evitar um sorriso bobo.

Quando Collei chegou em casa, estava nervosa e envergonhada com a situação em que se envolveu. Ela estava mais agitada do que o normal, o que não passou despercebido por seu pai, Tighnari. Ele se aproximou dela e a questionou sobre o que havia acontecido. Collei passou horas relatando tudo, desde os rumores até a peça, o teatro e, acima de tudo, Fischl. Seu pai a observava com orgulho, percebendo que sua filha estava iniciando algo novo. Collei ainda não compreendia plenamente o significado do amor ou de um relacionamento, mas sabia que no futuro teria o apoio de seu pai em qualquer situação.

 Collei ainda não compreendia plenamente o significado do amor ou de um relacionamento, mas sabia que no futuro teria o apoio de seu pai em qualquer situação

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