resumo
e quando setembro chega, vozes na minha cabeça se conversam e se acusam, se questionam e se gladiam. quem morreu? quem matou? quem feriu? quem foi ferido?
e elas gritam, eu! eu! eu!, num coro de súplicas incessantes.
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤMorreu!, gritou a voz do Desespero,
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤmas morreu de morte morrida ou de
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤmorte matada?ㅤㅤㅤㅤㅤㅤClaro que foi de morte de morto,
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤcaçoou a Insegurança.ㅤㅤㅤㅤㅤㅤE quem matou?, inquiriu um Alguém.
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤQuem mais?, ironizou a Sobriedade —
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤjá quase esquecida no meio da
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤconfusão emocional —, se matou
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤsó, tacou-se de cabeça direto nos
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤsentimentos e se afogou nas
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤemoções.ㅤㅤㅤㅤㅤㅤÉ uma pena, lamuriou a Dor, antes
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤfosse de um prédio.ㅤㅤㅤㅤㅤㅤ por: um sentimento suicida.
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Relatos de Precariedade
Poetryuma coletânea de sentimentos que me sufocam, que me tiram o ar, me roubam o fôlego. assim, eu me torno insano, fico em pânico. quando peço por socorro, o faço através de palavras e suspiros escritos. de devaneios em frangalhos e insanidade vagamente...