As três flores do arrependimento

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Estava eu andando em um campo não florido e coberto por grama baixa, e vi três flores distantes uma da outra sobressaindo o verde da grama.

A primeira era uma rosa. Era a mais perigosa, seu cheiro e seu exterior era bom, mas por dentro era escura e desagradável, seus espinhos eram grandes e profundos, mas só se percebe isso ao tocá-la. Não deixa uma ferida profunda, mas ao conhecer seu interior, você não se deixa mais levar pela beleza ou o cheiro de mais nenhuma.

A segunda era um girassol. Doce e sempre agradável, mas não dava para ver todos seus lados, virando sempre o lado bom para mim, e isso era perigoso, ele poderia ser tudo e ao mesmo tempo, não ser nada. Ao tentar tocá-lo, ele desaparecia, daí que me dei conta de que não passava de uma miragem.

A terceira era uma tulipa rosa. Era simples, linda, doce, perigosa quando necessário mas também um pouco misteriosa. Ela me apareceu quatro vezes, antes de eu conhecer a primeira e eu não a vi, depois de eu conhecer a primeira e eu fingi que não vi, depois de conhecer a segunda e eu fiquei com medo de que fosse também uma miragem, e até que enfim chegara a hora que eu queria tocá-la, eu a mostrei para um pássaro que em um rasante passou e antes que eu pudesse recolhê-la, tinha a roubado de mim. E já era tarde, por erro meu a doce tulipa voava pelos ares no bico do inocente pássaro.

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