Modo Automático

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Na encruzilhada da existência, pondero,
Dinheiro ou amor, qual caminho escolher?
Não persigo nenhum, mas a escolha ecoa,
Um dilema eterno, um constante pesar.

Regresso ao piloto automático, relutante,
Onde a indiferença é um véu confortável.
Mas a facilidade é uma armadilha enganosa,
Que me afasta do sentir, do ser palpável.

Ainda sinto, ainda me importo, ainda respiro,
Ainda me preocupo, com a alma em chama.
Mas cada emoção é uma pá que cava mais fundo,
Na vala do ego, onde a luz se derrama.

Não quero ser o observador distante,
O manipulador frio de corações e mentes.
Luto para ser mais, mas a luta me consome,
E o desapego se torna um refúgio frequente.

O egoísmo e a vergonha me cegam,
Silenciando a voz da amizade verdadeira.
Ele me salvou uma vez desse abismo,
Mas agora, sua voz é apenas uma sombra ligeira.

Melhorar, piorar, acabar, reconstruir,
Um ciclo de altos e baixos, um mar revolto.
Não sou triste, nem depressivo, apenas humano,
Buscando sentido no caos, um resultado solto.

Quanto mais me escondo, menos me importo,
Menos vivo, mais forço a máscara do contentamento.
Anseio por viver, sofrer, chorar, rir, esbravejar,
Sentir cada momento, sem me perder no vento.

Não quero ser um autômato da existência,
Quero a plenitude do ser, a essência da vida.
Entre dinheiro e amor, escolho o caminho do coração,
Onde cada passo é sentido, cada ferida é sentida.

Uma alma em descobertasOnde histórias criam vida. Descubra agora