Emaranhado

995 70 31
                                    

Simone estava de volta a Brasília depois de longos anos longe, residia em solos italianos e só estava de volta a pedido da família, segundo estes eles estavam cansados de serem os únicos a cruzarem o atlântico para visitar a morena. Morava em Roma há 10 anos, amava o Brasil mas viver na Itália lhe remetia a viver no paraíso, era apaixonada pelas ilhas do país, pela cultura e pela comida.

Estava em solos brasileiros há uma semana, ficaria no país pelos próximos cinco meses. Não era uma pessoa festeira, mas no segundo dia que estava de volta seu irmão ignorou suas alegações de cansaço e a arrastou para uma balada qualquer. Definitivamente não era mulher para aquele tipo de lugar, já estava entrando na casa dos quarenta e preferia o aconchego de sua casa. Mas aquela bendita ida a boate lhe trouxe algo diferente, algo que mudaria sua estadia ali.

A junção do cansaço e de muito tempo sem praticar português a fez passar uma pequena vergonha diante do barman, dialogou em italiano com o pobre rapaz que apenas a olhava como se estivesse diante de uma louca, sua sorte foi uma mulher de cabelos loiros que prontamente traduziu tudo que ela havia falado para o rapaz. Foi impossível não sorrir para a mulher sentada ao seu lado, os cabelos loiros na altura dos ombros, olhos castanhos misteriosos, nariz arrebitado e bochechas bem marcadas. Linda. Soraya Thronicke.

Simone se deixou levar e se divertiu na companhia da mulher naquela noite, conversaram, beberam, se conheceram e no fim da noite trocaram número de telefone. Trocaram mensagens durante aquela uma semana e marcaram de se verem em um bar, Simone não sabia ao certo o que estava fazendo, estava encantada pela loira de mais o menos 1,55 de altura.

Se encontraram no bar e voltaram a conversar, diferente a primeira noite, que seguiram caminhos distintos, agora encerraram ela com os corpos nus e enlaçados sobre a cama de um motel. No dia seguinte Simone acordou sozinha, na companhia apenas de um bilhete escrito com letra bonita, nele a loira pedia desculpas por deixá-la sozinha pois precisava ir bem cedinho para casa pois precisava trabalhar.

As conversas continuaram, juntamente com os encontros furtivos e Simone se encantava cada vez mais com a loira. Soraya era encantadora demais, todos ao seu redor ficavam agraciados com a simpatia e beleza da advogada.

[...]

Uma festa da alta cúpula política tirou Simone de casa, sua presença era obrigatória já que o pai continuava a ser um político assíduo e de grande importância. O salão estava lotado e a morena soltou um suspiro, caminhou pacientemente ao lado dos pais e dos irmãos, cumprimentou cada conhecido e desconhecido, a fila de pessoas para cumprimentar não tinha fim.

Conversava com o irmão distraidamente enquanto seguiam seus pais como se ainda fossem crianças, falavam sobre o emprego da morena nas terras italianas e no quão difícil foi para a empresária tirar as ferias acumuladas, quando foram interrompidos pela voz calma do pai os chamando para cumprimentar mais algum conhecido. O irmão mais novo da morena revirou os olhos e apertou o braço dela levemente, era nítido o quanto o rapaz odiava aquelas festas formais.

- Filha, deixe-me apresentar. Esse é o Carlos César, trabalha no congresso conosco, e Soraya a noiva dele..- Ramez falou e Simone tirou a atenção do irmão que resmungava pequenos palavrões ao seu lado, e levou até o casal a sua frente. Assim que seus olhos encontraram com os castanhos que tanto a encantava sentiu como se facas a atravessassem, um gosto amargo tomou sua boca e ela engoliu seco.

- Noiva?- Murmurou baixinho tentando compreender aquele impasse, cravou as unhas no braço de Rodrigo e sorriu forçadamente.

- Sim, vamos nos casar em 2 meses!- Carlos César falou com um sorriso largo nos lábios, a loira ao seu lado tinha os olhos arregalados e fitava Simone.

Ones Shots - Simoraya Onde histórias criam vida. Descubra agora