Ones Shots - Simoraya

Sforgasi (Parte II)

Narrador

Ficaram horas naquela posição, Soraya ressonava baixinho contra o pescoço de Simone e a morena apenas apreciava o sono tranquilo da outra. Tinha algumas reuniões naquela tarde mas estava com dor no coração por ter que acordar a loira, sem contar que ficar naquela posição estava fazendo sua coluna pedir socorro.

- Se você não me forçar a sair daqui eu não vou deixar você ir cumprir sua agenda de ministra!- Soraya sussurrou abrindo os olhos, havia acordado à alguns minutos e estava apenas apreciando o aconchego e seguranças que Simone lhe proporcionava.

- E nem você cumprirá a sua agenda de senadora!- Simone falou sorrindo, deslizava os dedos com caminho pelas costas de Soraya.

- O dever nos chama!- Soraya resmungou fazendo menção de levantar, mas o braços de Simone ao seu redor a impediram disso.

- Só quero ter certeza de que você está bem e aqui!- Simone falou prendendo a loira em um abraço, Soraya riu e escondeu o rosto nos seios da morena. Alguns segundos se passaram e foram obrigadas a se afastar, o dever as chamava. Simone ajeitou a roupa que estava levemente amassada e calçou os saltos, observou Soraya ajeitar os cabelos e sorriu.

- Obrigada por isso!- a loira falou sorrindo envergonhada e Simone soltou um suspiro, pegou a bolsa e caminhou até a loira.

- Não precisa agradecer, sabe que eu o faria novamente!- falou próxima o suficiente da loira, se curvou levemente e deixou um beijo em sua testa.

- Esperarei sua ligação ao final do dia!- Soraya falou e Simone sorriu acenando positivamente, se retirou do gabinete e seguiu para fora do prédio.

[...]

Chegou na esplanada dos ministérios e seguiu diretamente para uma reunião que tinha com a comitiva do MS, o governador Riedel e todos seus seguidores estavam ali, inclusive Eduardo que fintava a esposa com um olhar inquisidor.

Simone cumprimentou a todos novamente e se sentou na cabeceira da mesa, já sabia que aquela reunião se tratava de dinheiro, Riedel queria mais recursos federais para o "desenvolvimento" do estado, ou melhor, para seu próprio bolso. A ministra não estava disposta a ceder mais verba que o necessário, pois tinha mais 26 estados para se preocupar, estados esses mais necessitados que o citado.

- Irei analisar a situação!- Simone falou fechando a pasta que estava em suas mãos, aquela não era a resposta que os homens esperavam, esperavam que a ministra fosse aprovar de primeira. Eduardo lançou um olhar incrédulo para Simone que apenas lhe devolveu um com um ar de superioridade que ele nunca teria.

- Você devia aprovar, é o seu estado!- Rocha falou baixo o suficiente para apenas Simone ouvir, a morena o olhou incrédulo e sorriu.

- Não sei se você percebeu mas são 27 estados e eu não posso dar atenção exclusivamente apenas para um, como senadora eu podia fazer isso, mas agora como ministra eu preciso olhar pelo país todo. E eu não sei quem você pensa que é para dizer o que devo e não devo aprovar!- Simone falou séria sem um pingo de simpatia, afastou a cadeira e se levantou, dando assim por encerrada aquela reunião. Pegou a bolsa e saiu daquela sala, antes que pudesse chegar até seu gabinete sentiu seu braço ser segurado e se virou lentamente.

- Onde esteve?- Eduardo perguntou e Simone sorriu lançando um olhar incrédulo, desceu o olhar até a mão que segurava seu braço e olhou para o homem novamente.

- Eu não lhe devo mais satisfações sobre a minha vida, acho que fui bem clara quando disse que nossos assuntos eram únicos e exclusivos sobre nossas filhas e trabalho. Minha vida pessoal não lhe diz mais respeito!- O tom de Simone soou ameaçador, o homem soltou seu braço lentamente e ela se virou saindo dali, Eduardo ficou parado no meio do corredor todo vermelho e com cara de tacho.