O sentimento que Damian Hawthorn e Alma Venery sentiam um pelo outro há muito não era o mesmo.
Era algo sombrio, desastroso. Doloroso e profundo. Talvez a própria ruína.
Quando o único obstáculo que os impedia de se reencontrar é rompido bruscamen...
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005 — Predestinados, the destiny Cidade do Porto, atualmente
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"Não fique pensando no passado. Está na hora de mudar as coisas. Olhe ao redor, acredite no que vê. Eu voltei ao inferno." — Lilith
♰
ELE É TUDO QUE EU VEJO.
Damian Hawthorn.
Ele é tudo que mais irreal e fantasioso que me cerca. Eu recume-me acreditar, culpando minha mente pelo que meus olhos veem. Por suas íris soturnas avaliando-me. Eram as mesmas dúvidas cintilando em tons distintos. Isso é real? Eu preferia que não fosse, mas minhas pupilas se dilatam, ainda assim.
Cada poro meu espera um avanço hostil seu, mas ele não se move enquanto encaro seu rosto. Os fios quase negros soltos por sua testa, causando um contraste contra sua pele alva. Seu corpo alto e pouco esguio estava na soleira da porta. Em seus olhos havia a dúvida, questionando a realidade ou até onde sua loucura está disposta a ir.
Sei que é real. As sensações são reais. E tudo que se liga a ele é inesperado e incerto. Havia um corpo na sala localizada à frente. Ele quem o deixou, e embora parte de mim implorasse para que eu deixasse a torre o mais rápido possível, não consegui. A outra perspectiva era mais forte. A de que eu deveria permanecer aqui, porque fui designada a ficar e esperar.
Mesmo que no fim seja para ele que meu caminho retorne. Não posso evitar o inevitável. Engulo a seco, apertando os punhos. A confusão se dissipa tornando-se algo hostil. Repulsa me tomando e fazendo o sangue de minhas veias correr com mais rapidez.
A visão do corpo flutuando, cujos ganchos presos ao teto estavam enfiados em suas mãos, seu sangue sujando a parede como tinta respingada em uma tela em branco, me causava náuseas. A percepção do seu rosto definido, que ficara mais belo com o tempo e o peso de ações que certamente lhe pertencem, tornava mais evidente que se concretizou como um anjo que há muito caiu. Alguém cruel, mesmo que a juventude ainda lhe tenha nas mãos.
