O escudo não vai quebrar

Você diz que se importa.. E eu tento, tento acreditar

Se eu estivesse no seu barco nunca iria encostar na água, mas a gente não tá nem no mesmo mar
Mar - Bea Duarte

Ron suspirou fundo abrindo a porta para ir para a sala, quando ele desceu pela casa silenciosa e chegou a mesa onde Bill, Charlie e Arthur estavam sentados com os biscoitos que Ron deu a Charlie em mãos, todos meio mordidos e os três estavam com cara de profunda depressão.

Ron iria ignora-los e passar para a cozinha mas quando ele estava no meio do caminho escutou a voz de Bill:

— Escutei Charlie falando que você consegue fazer magia sem varinha.. — O olhar de Bill foi para as xícaras e o pote de biscoito flutuando atrás de Ron — Ele está claramente certo. Isso é bom, não sei se houve alguém da família bom nisso. —

— Eu sou mediano na melhor das hipóteses. — Ron disse e continuou andando até a cozinha levando a louça consigo fazendo a pia ligar a água e começou a lavar as xícaras.

Arthur olhou para o pote de biscoitos que descansou sobre a mesa. Um lado dele queria comer todos os biscoitos pois eles estavam muito bom mas o racional disse que seu filho fez isso para ele e a irmã quando eles estavam prestes a passar fome.

Eles verificaram os mantimentos, Molly realmente saiu e deixou a casa sem comida, a despensa só tinha um pouco de farinha de trigo e cebolinhas, as frutas as crianças aviam pegado nos arredores da floresta (embora alguns temperos Arthur não soube dizer onde eles pegaram e ficou com receio de que eles realmente entraram na floresta)

— Uma pergunta, se eu caçar um cervo da floresta conta como assassinato de propriedade alheia? Pois tava na floresta não devia pertencer a ninguém — Ron perguntou genuinamente curioso quando voltou para a sala de jantar.

— Não precisa caçar Ron, nós vamos comprar mantimentos. Nós só precisamos.. — Bill fez uma pausa olhando para o olhar cansado do irmão.

Quando ele disse que Ron era bom em magia sem varinha ele não ficou feliz pois não tinha ninguém para competir ou pomposo por ser o melhor, ele.. Na melhor das hipóteses para não dizer que ignorou Bill, ele achou seu desempenho mediano. Bill queria faze-lo enxergar que magia sem varinha era algo muito avançado que bruxos adultos não fazem pois não conseguem pois exige muita magia e foco, e Ron estava usando isso como um braço treinado.

— Precisam do que? — Os três mais velhos tinham tanta coisa para perguntar, tantas palavras para garguejar e tantas desculpas para dar que tudo que fizeram foi morder o lábio.

— Naquela hora.. — Charlie disse, olhos brilhando com lagrimas não derramadas que Ron não entendia. — Você disse que o feitiço favorito da mã- Molly era diffindo eu preciso.. que você explique como.. sabe.. — Arthur olhou para Ron com um olhar abatido, ele tinha tantas desculpas para dar por ser um péssimo pai, um péssimo amigo para seus filhos mas ele não conseguia colocar em palavras a tristeza.

Era oca e vazia, era algo avisando que não importa o quanto ele chorasse com Ron não iria desfazer oque ele causou "a dor da vítima é maior que a culpa do agressor" Arthur não era um agressor, ele não agrediu, mas ele sentiu que ele errou que ele agrediu seus filhos não intencionalmente durante sua negligência.

— Ron eu acho melhor apenas mostrar a eles — A voz de Ginny assustou as pessoas exceto o mencionado por ela.

— Pesadelos? — O menino disse gentil olhando para a irmã na ponta das escadas.