PABLO VEGETTI.

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#POV: Pablo Vegetti.

Mais um dia de treino. Meu segundo mês aqui no Brasil. Sozinho. Sem a minha família.

Mas tem uma pessoa específica que me faz repensar e remoer isso tudo. A Catarina, psicóloga do clube.

Hoje mesmo era dia de conversar com ela. Cheguei mais cedo que o normal, já que teria a consulta com ela e deixei os meus pertences no vestiário. Me troquei rapidamente e vesti o uniforme de treino. Passei a mão no cabelo e arrumei o short nas minhas coxas.

Saí do vestiário e fui para a parte principal do CT, me sentando em frente a porta da sala dela. Escutei um barulho mais alto na sala e respirei fundo escutando a voz dela. Sorri ouvindo a risada e fechei os olhos por alguns segundos, sendo interrompido pelo barulho da porta se abrindo. Travei o maxilar quando vi ela saindo da sala abraçada com o Alex Teixeira, sentindo uma pontinha de ciúmes me invadindo.

Bufei pegando o meu celular e entrei no Instagram pra me distrair. Curti algumas fotos aleatórias no meu feed e postei uma foto nos stories.

- vamos, Pablo? - escutei a voz da Catarina e a olhei com um sorriso fraco. Deixei, por alguns segundos, aquela sensaçãozinha de ciúmes de lado e me levantei, indo em direção a ela.

- buen día. - falei em um portunhol enrolado e me curvei levemente pra cumprimentar ela.

- bom dia! - ela riu e me deu espaço pra entrar, estendendo os braços logo em seguida.

Um risinho vitorioso saiu do meu nariz quando ela me abraçou. Era notável que ela me abraçou com mais intensidade do que quando foi com o Alex.

- tá bien? - falei a olhando e me sentei na cadeira, em frente a mesa dela. - se não tiver planos pra depois, queria que você me mostrasse alguns lugares aqui do Rio. - pedi calmo e com um sorriso fofo. - sabe como é, né?! Faz parte da minha adaptação... - fiz um leve drama e a olhei com carinha de cachorro abandonado.

Sorri de canto quando ela cedeu e ri.

- si, argentino. - ela falou em um meio carioquês e sorriu.

- sabia que você não iria negar, princesa. - sorri e ri sapeca, falando baixinho no meu idioma e puxando o máximo do sotaque pra que ela não entendesse de nenhuma forma. - você ainda vai ser minha, Cate.

Sorri e suspirei frustrado quando notei que ainda nem tinha olhado muito ela devido a esse estresse inicial.

Ela estava com a calça legging, a camisa polo cinza meio aberta e o tênis branco. Incrível como ela consegue deixar aquele tênis branquinho todos os dias. E as tatuagens.... Ah...... Respirei fundo desviando os meus pensamentos impuros e olhei pro lado.

A tatuagem do Vasco estava aparecendo no braço direito devido ao comprimento da manga da camisa. A tatuagem é linda.

Não só a tatuagem dela no braço é marcante, mas a da costela também. Essa eu ainda não vi pessoalmente, só por fotos.

- já te disse que tu tatuaje es hermosa? - olhei ela, que estava se sentando de frente pra mim.

- hoje ainda não, argentino. - ela me respondeu em um espanhol perfeito e eu gelei. Arregalei os olhos e engoli seco.

- vo-você entendeu... o que eu disse aquela hora?! - falei com a voz trêmula, sem parar de a olhar.

- não só aquela hora mas em todas as outras vezes, argentino. - ela falou calma e se inclinou na minha direção. Cacete.

Sorri animado e me levantei, indo em direção a cadeira dela. Me abaixei pra ficar em sua altura e virei sua cadeira pra mim.

- que bom que entendeu o recado. - falei baixinho, vendo ela se arrepiar toda. - a não ser que você namore com o Teixeira no off. - deixei bem claro que não havia gostado e fiz bico.

oneshots | Vasco da GamaOnde histórias criam vida. Descubra agora