MANUEL CAPASSO.

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#POV: Agatha Nunes.

Argentino esquentadinho e gostoso, e que ainda por cima é jogador; Sendo que, dentro de campo, é um psicopata. Daí rendeu o apelido "Psicapasso".

Eu imagino ele sendo o tipo de cara que te proporciona três meses de namoro e três anos de terapia. Inesquecível. Em vários sentidos.

Ele pode até ser o assunto da minha terapia, mas infelizmente não é do jeito que eu quero.

Digo isso porque nunca chegamos a trocar palavras, de fato. E o que eu sei sobre ele vem de ex namoradas e ficantes dele.

Mas é típico da minha profissão saber tudo sobre a vida de um jogador. Eu como uma boa jornalista esportiva, procuro saber sobre todos os âmbitos da vida dos atletas. Isso pra ter um embasamento deles pra caso haja alguma entrevista e saber o que perguntar.

Uma pena isso tudo ser teoria. Ainda sou uma simples estagiária com o desejo de trabalhar no meu time do coração, o Vasco.

- Agatha, nós podemos conversar? - saí dos meus pensamentos ao escutar o meu patrão e concordei respirando fundo.

- sim senhor. Licença. - entrei na sala dele e me encolhi. Sua sala era grande demais, cheia de fotos e camisas de jogadores.

- fica a vontade. O que eu tenho pra falar com você é breve. - ele disse e eu engoli seco. Pronto. Vem aí a minha demissão. Entrei em pânico e a minha respiração falhou. Escutei ele pigarrreando e o olhei. - bom, eu não sei se você sabe, mas a nossa equipe está aumentando aos poucos. E acho que está na hora de você ser promovida. - a cada palavra dele o meu coração palpitava de uma forma diferente. Ser promovida? Finalmente?! - conversando com alguns dos seus superiores, achamos que está na hora de você alcançar novos vôos e fazer um pequeno teste sendo setorista do Vasco da Gama. Você aceita?!

Arregalei os olhos com o corpo todo trêmulo e engoli o choro olhando ele. TRABALHAR NO VASCO? É ÓBVIO QUE EU QUERO!

- s-sim, senhor. É uma oportunidade e tanto. Obrigada por isso. Darei o meu melhor. - falei sorridente e passando a mão no rosto pra esconder as minhas lágrimas.

- se prepare então, Agatha. Sua aventura começará hoje. - ele me entregou um crachá especial e eu pendurei no pescoço me sentindo a pessoa mais sortuda do mundo.

Saí da sala dele saltitando igual criança quando vai pra uma loja de brinquedos e organizei a minha mesa, deixando poucos pertences a mostra. Segui as ordens dele e fui direto para o estacionamento. Lá, entrei no meu carro e coloquei o endereço do CT Moacyr Barbosa no GPS. Meu Deus, isso é um sonho?!

Chorei horrores no caminho, me sentindo realizada. Só de pensar que eu estou orgulhando a mini Agatha, o meu coração fica quentinho.

Cheguei no CT, parei o meu carro nas vagas destinadas à imprensa e saí com a minha mochila nas costas. Eu iria apenas acompanhar o treino, e, caso fosse possível, entrevistar algum jogador.

Isso se eu conseguir, né?! Porque eu tô tremendo mais do que a minha avózinha com Parkinson.

Fui andando com as pernas bambas até onde os profissionais estavam e cumprimentei todos, com um sorriso gigantesco no meu rosto.

Parei em um local estratégico, na qual eu conseguisse ver todo mundo de todos os ângulos e comecei a prestar atenção nos caras jogando futebol. Sonho de criancinha, juro.

E é real o que a minha mãe vive falando quando a gente vai em São Januário: o Puma Rodriguez tem uma panturrilha e tanto. Assim como o Vegetti é mais alto pessoalmente e o Orellano parece estar mais fortinho. Ri quando o Medel deu um pulinho; Ele é realmente baixinho, se comparar com o restante do elenco.

oneshots | Vasco da GamaOnde histórias criam vida. Descubra agora