#POV: Sofia Neves.
Ser fisioterapia esportiva às vezes é cansativo. Mas, quando se trabalha no seu time do coração, tudo muda. Aquela famosa frase "trabalhe com o que você ama e nunca mais precisará trabalhar na sua vida". Pode até ser clichê mas funciona. Pelo menos comigo.
Trabalho aqui no Vasco desde o meu estágio. Por sorte nenhuma gestão me mandou embora. E, pelo contrário, só me promoveram.
Pra quem começou de estagiária de fisioterapia no sub-12, ser fisioterapeuta dos quatro goleiros profissionais é um passo bem dado.
Na verdade, ser fisioterapeuta de goleiro é quase que trabalhar só pra um. Porque, na maioria das vezes, o reserva só está lá por estar. O terceiro e o quarto goleiro então... Só estão lá pra constar na lista obrigatória da CBF. Porque se dependesse do Vasco, era Ivan e Leo Jardim sempre.
Isso porque o pobre do Ivan nem pisa em campo direito. O Leo tem nos salvado bastante desde que tomou a titularidade. Mas ele ainda tem uns problemas de confiança, cheguei a comentar com a Catarina.
Assim, hoje era mais um dia de tratar do meu querido e quase exclusivo paciente. Cheguei mais cedo que eles, como sempre, e arrumei o CAPRRES pra recebê-lo. Hoje era dia de treino em São Januário.
Os primeiros a chegar foram o Cadu e o Halls. Fiz o básico neles. Só pra não falarem que eu não fiz nada. Em seguida, chegou o Ivan. Pra ele eu já tinha que dar um pouco mais de atenção, pois era o nosso substituto de imediato. Fortalecer os músculos, tanto das pernas pela impulsão, quanto dos braços para agarrar a bola. E treinar um pouco a mão dele, visto que ele já teve uma fratura na mão. Não é recente, mas é sempre bom tratar para melhorar ainda mais.
Por último, mas não atrasado, chegou o nosso goleiro titular. O salvador da pátria.
- bom dia, bom dia. - ele cumprimentou os amigos e falou comigo por último.
- bom dia. - sorri fraco terminando os procedimentos do Halls e do Cadu.
- fico em qualquer lugar? - o Jardim me olhou pegando os fones Bluetooth no bolso da bermuda.
- deita aqui perto. - falei calma e tirei as coisas que estavam em cima da maca atrás de mim. - já vou pra tua parte, tô só terminando essa daqui.
Falei descolando os eletrodos da perna do Cadu. Desde a base ele tem uns problemas na perna esquerda. Mas eu sempre trato.
Acabei a parte dele, liberei o Halls e passei um álcool na perna do Cadu pra tirar a cola deixada pelos adesivos do eletrodo. Sorri fofa assim que acabei e o olhei.
- liberado, Carlos Eduardo. - falei segurando a risada. Era um meme interno nosso. O ex-técnico do sub-20 só chamava ele assim.
- qual é, Sofia?! - ele riu alto se levantando e me olhou. - aí, tô pensando em quando sair daqui, ir lá no Nivaldo Pereira assistir o sub-20. Quer ir comigo?
Se tem uma coisa que eu sou apaixonada é assistir meus queridos meninos da base. Afinal, eu cresci com alguns.
- se você for, me avisa que eu vou. - pisquei pra ele e sorri fofa, indo dar atenção para o Ivan e o Leo.
Terminei os procedimentos do Ivan e o liberei para o treino em campo. Restava só eu e Leo na sala. Ele até tirou o fone. Pelo menos assim eu não me sinto sozinha aqui.
Comecei a massagem nas pernas e subi para as mãos. Fiz, como sempre, pra aliviar a tensão e relaxar os músculos.
Incrível como ele era cheiroso. Alto também. Perto dele eu me sentia uma criança com os meus um e setenta.
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oneshots | Vasco da Gama
FanfictionUma coletânea de oneshots e imagines baseado nos jogadores do Club de Regatas Vasco da Gama.