4 - MUDAR

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NARRADOR POV

meu nome é Richarlyson e o seu? — os cachinhos pretos caiam sobre seus olhos esverdeados, ele tinha sardas que, segundo Felps, se assemelhavam a constelações, lindas constelações.

— Eu sou Leo! — o garoto mais novo arqueou uma das sobrancelhas, Leo era ruivo, com olhos azuis marcantes tal e qual cellbit, além do semblante divertido que trasmitía aquela doçura infantil

— a Leo ou o Leo? — o outro garotinho se encolheu e deu de ombros

— Tanto...faz — revelou receoso

— Oh! Eu também não me importo, meu pai Pac me chama de filha as vezes — deu de ombros também

— então você não vai fazer careta se um dia eu te pedir pra me chamar de o Leo? — Richarlyson fez uma careta e franziu o cenho

— porque eu o faria? — Leo sorriu aliviado.

Então era assim que ter um amigo era?

Cellbit encarava o quadro enorme atrás de Bagi, era a família real, Leo ainda era uma bebezinha na época. O loiro não sabia como se sentir a respeito de uma família, só foi descobrir o que era isso quando a favela six se tornou Favela six. Nunca teve um pai para lhe dar conselhos e nem uma mãe para de lhe dar colo quando precisava chorar, não que se lembre, sempre foi ele por Bagi e Bagi por ele, por mais que a garota fosse uma ótima conselheira e tivesse um ótimo abraço, sentia saudade dos pais que nunca teve.

— Gatinho, estás bien? — o loiro saiu do transe, se ajeitando na cadeira, seus olhos azuis se encontraram com os castanhos de Roier, o céu estava nublado, o olhar do homem era tão vazio que dava pena. Porque ele ficou assim em tão pouco tempo? Nem o próprio cellbit conseguiria explicar

— Não é da sua conta — respondeu ríspido, Roier se encolheu na cadeira, já cellbit bebeu todo o café que restava em sua xícara antes de levantar da mesa — to sem fome! — e saiu.

QUEBRA DE TEMPO

ei...— Quackity bateu na porta entre aberta chamando, imediatamente, a atenção do loiro — A vossa alteza pediu que eu viesse te acompanhar — Cellbit quase revirou os olhos, mas não achava que o moreno tinha muita culpa

— Oi! — acenou com a cabeça, permitindo a sua entrada

— o senhor precisa...—

— Cellbit! — interrompeu o — só Cellbit! Eu não sou da família real — o moreno sorriu pela primeira vez, se sentando em um daqueles banquinhos extremamente chiques, Quackity não era o melhor psicólogo, nem de longe! Mas era um ótimo ouvinte

— quer me contar o que aconteceu...Cellbit? — o loiro deu de ombros

— Me decepcionei com a empatia de vocês — mentiu

— você sabe que vamos ser parceiros por algum tempo, não tem que mentir...não pra mim — os olhos azuis pousaram sobre o outro e pela primeira vez, sentiu verdade em algo dentro daquele castelo

— Certo...eu só...pela primeira vez eu não sei o que fazer! — revelou, já Quackity se moveu pensativo, em silêncio, levantou o olhar se permitindo encara-lo, não se lia nada além de uma escuridão indecifrável

— Bem, que tal fazer as coisas que você precisa fazer e depois...mudar?! — foi sugestivo — você é um rebelde, os rebeldes se adaptam não? — sorriu, misterioso, um enigma que cellbit iria adorar decifrar

— Você até que tem razão! — parecia que tinha um novo amigo agora.

Pac sorriu assim que se viu rodeado de tudo que gostava, máquinas, daquelas enormes e revolucionárias, químicos, goubles...tudo que um bom cientista precisava para ser bom! Além do cérebro claro! Na favela eles trabalhavam na Chumb labs, com recursos roubados da mesma sala que estava. Agora, aqueles recursos estavam ao seu dispor sem ele fazer muitos esforços.
Estava acompanhado de Fit, seu guarda oficial, era muito simpático e não parecia nada com alguém que habitaria esse castelo, não odiava o careca tanto assim. Assistia atentamente o moreno se movimentar fascinado com tudo aquilo, por vezes, parecia uma barata tonta acompanhando o garoto por cada canto do laboratório.
   
    E se você está achando estranho, um castelo ter um laboratório. É verdade! É bastante estranho, pra que ele serve? Bem, isso é um assunto para outro dia.

    Bagi estranhou a saída do irmão da mesa, mas não se ocupou em ir perguntá-lo. Se tinha alguém que conhecia muito Cellbit, para além de Felps, era ela, e sabia que, por vezes, era melhor deixá-lo lidar com os próprios demónios sozinho. Sem um irmão pra se preocupar pensou que finalmente teria um momento de paz, sozinha, para rondar o castelo descaradamente. Mas percebeu que não quando uma figura alta surgiu em sua frente.
   Quando digo alta, estou contando a verdade, o homem negro de cabelos tão negros quanto tinha para além dos dois metros, músculos aparentes e os olhos cor de safira que chamavam atenção de qualquer um. Bagi pensou que estava morta, mas por algum motivo ele se curvou.

— Olá senhora Bagriela! Eu sou BadBoyHalo, irei te acompanhar durante sua jornada no castelo — a loira arqueou uma das sobrancelhas, deu uns passinhos pra trás receosa e o analisou por completo

— Bem...pode me chamar só de Bagriela! Eu...não sou da realeza — ele concordou, voltando a esticar o corpo. Bagi teve que olhar para cima a partir dali, e olha que ela era alta, com seus 1,87, dois centímetros mais alta que seu irmão.

— Certo! Trouxe lhe notícias da sua nova rotina! Amanhã vai acordar, tomar o pequeno-almoço e, começar a rotina de treinos, você, seu irmão e Forever foram avaliados com um ótimo porte fisico! Depois, você irá ajudar seu irmão com documentos e alguns crimes, e depois terá aulas de algum instrumento a sua escolha — a mulher prestou bastante atenção na lista de coisas propostas, e por fim, não achou nada mal

— e o resto? O Richas? A Mouse? — Bad se endireitou, deixando os ombros retos

— Mouse passará por sessões de fisioterapia, e depois que estiver suficientemente bem poderá se juntar a vocês, agora ela irá descansar. Richarlyson, terá aulas com o resto das crianças! — Bagi franziu o cenho

— crianças? — o homem assentiu

— As crianças da realeza —

(In)felizmente você - Hideduo + Guapoduo + shyduoOnde histórias criam vida. Descubra agora