Dor e Dor, só fazem duas horas que Adam me deixou em casa e é só isso que eu consigo sentir.
Ainda não digeri o que aconteceu essa noite, com a missão, talvez seja melhor eu esquecer tudo isso, Meu pai dizia a muitos anos que uma boa policial só leva o aprendizado das coisas ruins que acontecem e não de fato as lembranças.
Vou direto pro chuveiro, ainda ando com dificuldade, aquele desgraçado me acertou em cheio no estomago e nas pernas, estou toda dolorida, sinto que se eu deitar não vou me levantar mais.
Paro em frente ao espelho e tiro a roupa devagar, vejo milhares de hematomas pequenos e no estomago um enorme roxo, meu Deus, estou horrível, ainda bem que não tenho nenhum encontro esses dias.
Entro ao chuveiro e paro na agua quente e forte... E como uma avalanche as imagens e gritos surgem na minha cabeça, vou caindo aos poucos e sento no chão... os socos, a ideia de me prostituir, a arma, a ameaça de morte, será que eu vou aguentar tudo isso? Soluço por um bom tempo, coloco tudo pra fora como uma onda, eu quase morri... ou passei perto, se não fosse Adam... Tremo só de pensar se algo tivesse acontecido com ele também, será que ele pensou a mesma coisa quando não queria deixar que eu fizesse a missão? Não sei o fazer, eu preciso esquece-lo, mas ao mesmo tempo não entendo porque ele quer cuidar tanto de mim, se ele é noivo e eu aqui, parecendo uma adolescente que acabou de conhecer um jogador mais velho da escola.
Preciso parar, preciso me recuperar e voltar ao trabalho.
Fico por mais alguns minutos sentada só vendo a agua jorrar meu corpo coberto de hematomas, saio depois, e vou direto para a cama, amanhã será um dia melhor.
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O Sol está tão forte que acordo com ele no meu travesseiro, me parece um dia bom para acordar feliz e ouvindo uma boa música, mas lá estou eu, mancando e mal consigo me vestir, se o hematoma não dói tanto na hora, um dia depois realmente é como uma sessão de socos.
Me arrumo lentamente e prendo o cabelo com minha fitinha preta, não perco muito tempo me olhando no espelho, prefiro nem ver como está meu rosto pálido e com alguns roxos ao lado do olho, quando cai na banheira devo ter batido ele em algum lugar, quem sabe.
Vou em direção ao 21º, realmente não me sinto à vontade de ir lá agora, queria que todos tivessem esquecido o que aconteceu, não gosto de chamar a atenção por nada, principalmente por quase ter morrido e destruído uma missão importante.
Entro no 21º e dou passos largos até a bancada, preciso pegar logo o carro e sair daqui.
- Burgess? É você? Está parecendo mais um projeto de espiã. - Diz a Sargento.
- Bom dia Sargento, desculpe, vim só pegar o carro e chamar Atwarer para fazer a patrulha.
- Sua ideia de fugir não deu certo Burgess, Voight pediu para que você subisse assim que chegasse, ele quer falar com você.
Sinto um calafrio, não quero ver ninguém, não do jeito que estou, preciso parecer forte, não quero ver Ruzek, não quero transparecer mais o que eu estou sentindo e....
- Burgess você é surda? Pare com essa cara de paisagem e suba logo para falar com Voight, Vou chamar Atwarer para vocês irem para a patrulha em seguida. - Diz a Sargento.
- Ok Sargento.
Subo mancando, pego o maior folego que consigo para andar o mais normal possível até o escritório de Voight.
- Ei Kim, Como você está? - Jay aparece e encosta no meu braço, estremeço com a dor.
- Oi Jay, estou bem, me recuperando, e como estão todos? - Tento fazer a menor cara de dor possível.
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Love Story
Roman d'amourKim Burgess é a mais nova Patrulheira do 21º Destrito de Chicago, Solteira e recém chegada na cidade, decide largar tudo para tentar uma vida policial, para futuramente ser do setor de Inteligencia. Adam Ruzek é um dos Detetives do setor de Inteligê...