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Nós cavalgamos pela praia, logo descemos de nossos cavalos e começamos a brincar como se fôssemos duas crianças de antigamente, correndo sem se preocupar em problemas políticos, casamentos, economia, família, reinado. Nada era grande o suficiente para nossa mente se esquivar dali, mas olhando para onde Boruto estava, em pé no meio do mar, com as águas batendo em suas coxas, eu lembrei do que quis falar a ele. Era bobo? Era. Idiota? Com certeza! Mas eu não iria desperdiçar essa chance de me consertar com meu irmão e deixá-lo ser feliz. Poderia ser um jogo de interesses: deixar meu irmão se casar com a tal garota e receber o favor dele me conceder boa popularidade no reino. A mancha que eu tinha na população era uma reputação parcialmente real do que eu era e desejava mudar isso, já que eu sabia que meu pai estava começando a saturar em ficar sendo o responsável por aquele reino gigante por tanto tempo. Uma hora ele se cansaria de vez.

Devagar, me aproximei de Boruto e sorri de lado, lá vinha mais uma onda para jogá-lo de cara na areia e eu estaria aqui pra rir da sua cara, com toda certeza.

- O gosto está bom? – o bicolor riu com uma risada grossa e Boruto se levantava, cuspindo a areia que quase engoliu, indo até o irmão correndo quando viu mais uma onda forte vindo. – Eu que não vou ficar perto de gente que atrai tsunami.

- Ah, esqueci que você é um garotinho frágil com medo de água. – agora era a vez de Boruto rir, dando um tapa leve no ombro de Kawaki, que bufou, pegando uma porção de areia e jogando no rosto do mais novo. – Que porcaria, Kawaki!

- Você ainda não falou o gosto, pirralhinho.

- Tem gosto de amor. – o loiro gargalhou quando Kawaki jogou mais areia em seu rosto, começando uma guerra de areia entre os dois, mas acabou imediatamente quando viram a tempestade que subitamente queria vir, aterrorizando o loiro, que ficou quieto junto do irmão mais velho, sentando-se ao seu lado; tempestades lembravam Hinata acalmando os pequenos filhos nas noites de vento e chuva intensas. – Areia me lembra Shinki.

- Sim, ele era legal.

- Você falando que ele era legal? – Boruto riu desacreditado porque Kawaki costumava implicar com Shinki pela mania das pessoas sempre os acharem parecidos, além do bicolor sempre acabar perdendo uma luta para o filho do Rei Gaara, do Reino da Areia.

- Eu ainda tenho coração, sabia? – o moreno colocou uma mão no coração e riu, vendo a carranca de Boruto se formar. – Tenho respeito pelos mortos também.

- Ah, é. Isso é verdade. – Boruto olhou para o lado e viu a expressão séria de Kawaki e sentiu uma pontada no peito, sentia dó de ver o irmão criar aquele personagem frio para si invés de admitir quem realmente estava por trás daquela encenação marrenta que via a sua frente. Sua frase saiu em duplo sentido e sabia que isso atingiu Kawaki de alguma forma. – Eu espero que um dia você se cure e supere de verdade tudo o que aconteceu.

- E eu espero que você finalmente fique bem quando se casar com ela. – Kawaki jurou que estava a sombra de sorrir de canto, mas não estava, apenas observava a expressão assustada e confusa de Boruto. – Eu tive uma ideia, Boruto. É por isso que te chamei aqui.

- Que ideia?

- Pra você se casar com a Sarada.

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- Y-Yodo? – Shikadai sentiu o nome da princesa do Reino da Areia sair de sua boca como um sussurro, sendo ouvindo apenas por Denki ao seu lado. – Denki, você sabe o que ela está fazendo aqui?

- Não sei, deve ser alguma festa real ou algum compromisso político do pai dela com o Rei. – Denki olhou para o lado e viu o amigo estremecer conforme era analisado de cima a baixo pela princesa loira, que acenou lentamente para o moreno, o observando atentamente. – Acena pra ela, Shikadai.

Entre Reinos - Kawasumi e BorusaraOnde histórias criam vida. Descubra agora