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Me chamo Kawaki Uzumaki, o novo rei de Konoha e essa é minha história para quem quiser ouvir. Sei da minha fama de príncipe paquerador, príncipe marrento, príncipe egoísta e príncipe adotado. Com certeza posso ter qualquer definição que o povo queira ter de mim e eu não estou me importando, mas também sei que sou conhecido como um rei grandioso, um rei que garante a paz e um rei que conseguiu transformar um reino fadado a um possível fracasso em um reino prodígio, rico e populoso. Estou escrevendo isso porque sei que tenho homens e mulheres fortes no meu reino que são capazes de um dia serem o que quiserem, mesmo no período mais baixo de suas vidas, e eu sei que irei servir de inspiração para vocês.

Agora se inicia a história que começou entre reinos e terminou entre pessoas.

Se não fosse sério e compenetrado, eu, Kawaki, iria temer o que Boruto faria comigo depois de entrar na Sala Real. É, eu estava exausto de tentar proteger minha família e jurei a mim mesmo que eu não iria mais facilitar e já estava decidido; Himawari iria estudar longe para se tornar a ministra do meu reino, Boruto iria se tornar general do meu exército e eu iria ser rei, ajudando meu pai com a sua velhice, que não estava próxima, mas seu emocional era como de um veterano de guerra de 85 anos com olhos de mil jardas.

Olhos de mil jardas, por um minuto não os tive depois da morte da minha mãe, mas eu me pegava olhando no espelho com ele, com esse maldito olhar. Eu me punia toda vez que lembrava dela, afinal, ela nunca foi minha mãe legítima e eu não deveria sentir tanta falta, certo? Errado. Eu não conseguia evitar a falta que eu sentia de Hinata, do seu carinho e, acima de tudo, do seu amor. O amor, tantas faces do amor que ela falava. Um era fraternal, o outro era profissional e o outro era o encantado, aquele que ela sempre dizia que iríamos encontrar e eu até hoje queria saber como. Era bem notório que seria difícil alcançar esse sentimento, que parecia utópico para mim, já que eu ficava enfurnado no castelo para treinar e, no meu tempo livre, eu ia descansar em meu quarto, lendo os livros e revisando o que eu precisava para me tornar um bom monarca. Era minha rotina, meu passatempo, era minha vida: a vida ao trono e não ao amor.

Eu não era um idiota, eu sabia o que o povo falava de mim: ''Oh, como um príncipe tão lindo fica sem uma pretendente, todas estão aos seus pés''. Para mim, aquilo não passava de pura encenação, todos sabiam que eu era uma pessoa má, não má do tipo que tortura pessoas fisicamente, mas emocionalmente. Inabalável, desde a morte de Hinata eu permiti meu coração se fechar. Portanto, em alguns poucos momentos eu sorria, dançava com meus irmãos quando podia e beijava as servas do palácio quando queria. Eu queria quebrar corações como o meu foi quebrado, atingir o ponto mínimo da desgraça emocional que a perda faz. Sim, sempre me orgulhava disso, afinal, não seria eu que sofreria.

Sendo que até o final da minha história eu acho que não teria tanta certeza disso.

- O que você fez, Kawaki? – o moreno riu revirando os olhos, arrancando um respirar de ódio de Boruto, que estava vermelho de raiva. – Kawaki, se você contou pro papai que eu...

- Eu contei e vai ser pro seu bem, irmãozinho.

- Você é um idiota! Quantas coisas eu fiz por você calado?! Quer que eu te lembre da sua linda amiguinha Ad...

- Boruto. – a voz rouca e grave de Naruto ecoou pela Sala Real, que adentrou o local completamente sério, interrompendo Boruto e chamando a atenção dos filhos; um calmo e sorridente e o outro raivoso e descontente. – E Kawaki, como vocês estão?

- Bem.

- Mal.

- Até que enfim voltaram a ser os mesmos. – Naruto riu sem humor e Kawaki sorriu sarcástico, colocando os braços para trás, olhando de canto para o irmão, que não o olhava e só focava na figura do pai. – Faz um bom tempo que você não tem ficado em casa, Boruto. Isso tem a ver com o que Kawaki me contou?

Entre Reinos - Kawasumi e BorusaraOnde histórias criam vida. Descubra agora