capítulo 2

375 46 66
                                    

Duas semanas haviam se passado desde o acidente. Minho se encontra sentado na cadeira ao lado da cama de seu namorado, observando e prestando atenção em cada respiração que o mais novo dava.

Félix estava ligado a várias máquinas, cada uma com uma função, seja pro coração, pulmão, checagem dos batimentos, pressão arterial, tudo estava ligado nele.

Duas semanas haviam se passado, e Félix continuava em coma.

Minho se desdobrava ao máximo entre faculdade, trabalho e o tempo que passava ao lado de seu namorado. Durante o dia, cumpriria suas obrigações e, à noite, vinha para o hospital para ficar com Félix.
Estava cansado, se fosse sincero, estava esgotado, mas não deixaria Félix naquele momento, não quando ele precisa de Minho.

A mãe de seu namorado também ia visitá-lo, passando a tarde ao seu lado e, muitas vezes, trazendo o jantar para Minho, garantindo que ele comesse algo decente.

Nas suas folgas, Minho permanecia o dia inteiro no hospital. Não conseguia suportar a ideia de voltar para uma casa vazia e sem vida. O silêncio era ensurdecedor, e ele preferia a companhia do hospital do que ficar em casa.

"Filho, você precisa ir para casa e dormir em uma cama", dizia a mãe de Félix.

"Não posso, sogra. Preciso estar aqui quando ele acordar. Ele precisa saber que fiquei aqui o tempo todo e não o abandonei", Minho diz com voz cansada.

"Ele sabe disso, meu amor, ele nunca duvidaria", fez um carinho na cabeça de Minho. "Bom, eu vou indo. Me liga, qualquer coisa. Dentro da bolsa tem o seu jantar. Por favor, Minho, você precisa se alimentar. Não quero ter outra pessoa que eu amo presa nessa cama."

Minho não conseguiu responder e nem olhar para a mulher. Aquela frase o afetou de uma forma que ele não imaginava, e começou a chorar, clamando para que Félix voltasse para ele.

Minho olhava para Félix com tanta admiração, como se ele fosse o ser mais precioso da Terra, porque, para Minho, ele era.

"Estou com saudade, amor. Volta para mim logo. Quero ouvir sua risada de novo, o timbre da sua voz quando você acorda. Sinto falta dos seus abraços, dos seus carinhos, de ouvir você dizer que me ama..." Minho murmurou essas palavras com a voz embargada de emoção, enquanto encostava a testa na mão de Félix. As lágrimas começaram a fluir, e ele se sentiu como uma criança que acabara de perder seu brinquedo favorito. "Volta para mim, meu amor. Nada faz sentido. Preciso de você comigo."

Chorava copiosamente, seu corpo doía e tremia de tanto choro e do esforço que fazia.

"Eu trouxe um presente para você. Não sou tão bom quanto você, mas dei o meu melhor." Minho se levantou da cadeira e foi até a mesa para pegar o arranjo de flores. "Trouxe dálias e tulipas vermelhas. Você sempre gostou de flores, achei que você iria gostar de vê-las."

"Você provavelmente sabe o que elas significam, não é? Mas vou falar mesmo assim. Passei muito tempo tentando escolher a flor perfeita para você, mas acho que o atendente teve pena de mim e veio me ajudar. Dálias representam o compromisso duradouro, e as tulipas vermelhas, o amor verdadeiro. E é isso que a gente tem, né?" Minho se afastou e deixou o buquê na mesa ao lado da cama, perto da cabeça de Félix. "Nunca imaginei que amaria alguém como te amo. Você é a minha pessoa, amor. Você seria a primeira pessoa que eu ligaria caso precisasse esconder um corpo. E como diria sua amada Phoebe Buffay, 'you're my lobster'" ele riu ao lembrar o quanto Félix era fã da personagem. "Volta para mim logo, amor. Estou com saudades."

Ficou mais um tempo ali, olhando para seu namorado e desejando com toda suas forças que ele abrisse os olhos e voltasse para si. Acabou pegando no sono e dormindo naquela posição.

minlix - comaOnde histórias criam vida. Descubra agora