Depois de um longo dia no colégio de jujutsu, finalmente chega a hora de ir embora, e é o que Satoru faz, com o colégio já vazio ele atravessa o portão, balançando os ombros, cantarolando e com um sorriso enorme no rosto, que logo some do rosto do mesmo quando te vê agachada no meio fio.
- Ei, ei, o que faz aqui ainda? Esqueceu o caminho de casa é? - Diz em tom de piada, para ver se tirava algum riso do rosto da garota, que a tristeza parecia já ser antiga.
- Ah.. não... quem me dera ter esquecido. - Você diz, dando a entender que não queria voltar para casa naquela noite.
- Por quê diz isso, hein? - Ele diz se agachando na sua frente e inclinando a cabeça, fazendo com que os brilhantes olhos azuis se encontrassem com os seus lindos olhos castanhos.
- Não é nada, é só meu pai. - Você responde, sem demonstrar nenhum sentimento em seu rosto além de tristeza.
- Nada? Hoje o dia foi bem puxado mas ainda consigo acabar com ele facinho, pode ficar só assistindo se quiser! - Não parecia piada, ele estava apenas se expressando, mas com o seu jeito engraçadinho.
- Humhum. - Você dá uma risada curta e sem graça, fazendo com que Satoru sentasse ao seu lado no meio fio, logo colocando a sua cabeça sobre o ombro dele, que passava os dedos em seus fios castanhos para tentar te reconfortar.
- Eu não tô afim de dormir na rua hoje, e nem de te deixar sozinha aqui, vem cá.
- Ele se agacha de costas nas sua frente, insinuando que é para você subir em suas costas, que seria sua carroagem até o palácio de Gojo.
- Aaah nem vem! - Você diz se levantando e fazendo o loiro de cavalinho.
- Agora vamo lá, desembucha. O que aconteceu pra você decidir se plantar na calçada uma hora dessas? - Ele fala de um jeito engraçado para descontrair e olhando de canto para você, que estava em suas costas.
- Não é nada de novo. - Você diz com sinceridade, não era nada de novo, nada que não acontecesse praticamente toda semana. - Sabe.. foi um dos surtos dele, eu não pensei muito nisso no colégio porque estava distraída, mas quando chegou a hora de voltar pra casa, veio tudo na minha mente novamente. Ah, me desculpa, eu disse que não era nada e acabei.... - “Não peça desculpas, 'seu nome'.” - Satoru te interrompe. - Eu perguntei porque quero saber, porque quero te ajudar. Você sabe o quanto eu me preocupo com você, não sabe? - Ele diz, fazendo você escorar a testa na nuca dele, não saia palavras de sua boca, o único barulho que Gojo poderia ouvir, era o de você segurando as lágrimas.
- Ei, ei, ei, não segure elas, não enquanto eu estiver aqui, não enquanto meu ombro estiver aqui para você, você pode contar comigo. - Ele diz entrando em casa, te colocando em sua cama, que apesar de bagunçada estava aconchegante e reconfortante.
- M..Muito obrigada, Satoru. - Você diz a ele sentada na cama, o olhando de baixo, com os olhos cheios de lágrimas.
- Não precisa me agradecer, princesa. - Ele diz logo fazendo uma baguncinha no seu cabelo com a mão direita, com um sorriso alegre no rosto, e indo em direção à geladeira. - Você gosta de doce, não é? Tem um bolinho de ontem, não tem problema né? Vou colocar em um prato pra você! - Dito e feito. - Aqui, aqui, come.
- Agora que já comeu, você.. quer conversar sobre o que aconteceu? - Ele diz enquanto coloca o seu prato na pia.
- A.. Ele.. Veio pra cima de mim de novo, eu fico me perguntando o porque disso acontecer comigo sempre, eu nunca dei nenhum sinal à ele e mesmo que eu tivesse dado, porra, ele é o meu pai. - Você fala com os olhos cheio de raiva e lágrimas.
- Aquele desgraçado.. Essa vai ser a última vez, eu juro meu amor. Eu não me importo com que monstro eu tenha que lidar, desde o seu pai até os seus pensamentos intrusos que te fazem se sentir culpada, eu acabaria com todos eles por você. - Ele fala de forma calma, como se não estivesse quase explodindo de ódio por dentro.
- Eu não quero te meter nisso.. Você não tem nada ha... - Não me fala isso, não me pede pra não me meter, não me pede pra não me preocupar, não me pede pra não proteger a pessoa que eu mais amo. - Ele te interrompe e te puxa para mais perto, lha abraçando forte, de forma que se sentisse acolhida. - Eu nunca, nunca vou te deixar na mão, tá me ouvindo? Seja quem for, eu passo por cima pra chegar até você. - Você não diz nada, não consegue fazer nada além de chorar, as palavras profundas e sentimentais de Satoru Gojo só a fazem não querer sair dali nunca mais, te fazem querer ficar presa aos braços do loiro para sempre, no abraço que te reconforta, no abraço que te acalma.
- Eu te amo. - A única frase que você consegue empurrar pra fora de boca nesse momento.
- Eu também te amo, e muito. Me deixa cuidar de você, me deixa te proteger. -
Ele diz afastando um pouco a cabeça da sua e olhando em seus olhos, que podia até ver o seu reflexo por conta das lágrimas, quando dá um beijo molhado e longo na sua testa. - Eu vou estar sempre aqui para você, tudo bem? - Ele diz direcionando a sua mão esquerda até o seu queixo, o puxando para um beijo lento e suave.
- Pode dormir aqui, não só hoje, mas pelo resto da sua vida. - Ele completa, te abraçando forte de novo, depois colocando tua cabeça em seu peitoral, onde sentia o coração de Satoru bater, que fazia você dormir com cafuné.
