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Isadora point of view

City of Green Thursday 2030, 11 p.m.

Sendo sincera? Achei que poderia está melhor, olha pra mim tenho 23 anos, sou uma jovem com muito dinheiro, tenho tudo mais ao mesmo tempo nada.

Passei um tempo fora da cidade de Green, foi um tempo legal mas tomei a decisão de voltar pra cá, comprei uma casa grande e vivo lá sozinha, não totalmente sozinha, tenho o Carlos e o Augusto, eles trabalham lá e me dão a devida companhia. Eles são um casal muito fofo, Carlos cuida da casa e Matheus cuida de mim, claro que tem outras pessoas pra ajudá-los, mas eles praticamente moram comigo, os considero meus pais, já perdi as contas de quantas vezes já chorei no colo de Matheus enquanto ele me fazia carinho e Carlos me dava conselhos que levo pra vida.

Falando em pais, meu pai morreu faz três anos e minha mãe... Bem, não falo com ela faz tempo. Eu e meus irmãos saímos uma vez ou outra pra colocar o papo em dia e eu poder ver meu sobrinho.

Minha vida eu tenho dedicado a empresa que meu pai deixou pra mim, uma empresa de negócios altos. Vivo analisando algumas propostas, lendo e assinando papéis e nos bares. Sempre que possível estou bebendo algo chego em casa virada e recebo uma bronca de Matheus.

— A senhora deseja mais alguma coisa? — O garçom me perguntou

— Não — neguei com a cabeça — fecha a conta por favor

— Certo — O cara foi em bora mas voltou rápido trazendo a conta deixando em cima da mesa e saindo logo em seguida. Peguei minha carteira deixando o valor que devia e uma gorjeta um tanto alta. Me levanto pra ir embora e chamar um táxi, quando dou as costas sinto uma mão em meu ombro, me viro pra saber quem é...

— Que bom que te achei, precisamos conversar — a dona da voz se manisfestou antes mesmo de mim

— O que você quer? — Pergunto sem me virar totalmente pra ela

— Ana Júlia, ela precisa de ajuda — A verdade é que não converso com ana Júlia e com meus amigos de ensino médio a muito tempo

— Quem é você mesmo? — sim, eu não sabia quem era a pessoa.

— Você não lembra de mim?... Que merda... Jasiele sua amiga do ensino médio Isadora! — Ela falou com um tom de raiva, agora eu lembrei

— Complicado, eu não lembrava de você até você falar seu nome — coloquei minhas mãos no bolso da jaqueta que estava usando e dei um sorriso de lado

— Então naquele dia você não lembrou de mim? — Ela colocou uma expressão de chocada no rosto

— Err... Não — já eu mantive uma expressão neutra

— Tá, eu devia ter pensado nisso — ela colocou a mão na nuca — enfim, precisamos conversar, como eu disse Ana Júlia precisa da nossa ajuda ela tá correndo perigo... — ela falou séria

— Vamos conversar na minha casa — Segui pro lado de fora, pedi um táxi e fui em direção a minha casa

Cheguei lá paguei o motorista sai do carro, jasiele veio logo em seguida, toquei a campainha ouvindo a voz de Matheus perguntando sobre quem é...

— Sou eu Matheus, eu bebi por isso não estou de carro — passei a mão pelo pescoço

— Meu Deus Isa... Entre — Assim que ele falou o portão enorme abriu e eu segui por um caminho tanto quanto longo

Era pra ser andado por um carro não a pé, chegamos na porta de entrada onde Carlos e Matheus já estavam me esperando, Matheus com uma expressão preocupada, Carlos com uma expressão neutra como sempre. Cheguei perto deles e dei um sorriso sem graça recebendo outro em troca, acabei os abraçando.

— Garota estávamos preocupados com você, não faça mais isso — Carlos fala sendo o primeiro a desfazer o abraço

— Desculpa, devia ter avisado — Me desculpo com eles, que apenas sorriem pra mim, eles estraram olho pra trás e Jasi ainda está lá — Vamos

Entrando no salão de entrada, viro o corredor onde é meu escritório, vou para trás da mesa e sento na cadeira típica de empresários. Dou a falar pra Jasi e ela começa a me explicar sobre o que aconteceu, ela também me mostrou o vídeo me deixou muito indignada.

— De verdade Isa, eu não sei por onde começar — Jasi fala com cabeça abaixada

— Você já falou com os outros? — perguntei e ela diz que não com a cabeça

— Eu não sei se eles vão querer ajudar — fala já tirando uma conclusão

— Eles tem que ajudar e eles vão — pego meu celular e começo a ligar pra todos, um de cada vez...

— Te mando o endereço por mensagem, certo... Até — foi as últimas coisas que eu disse pra todos

— Eles... Eles vão vir? — Perguntou com brilho nos olhos

— Vão — Sorri — amanhã às 10h é bom você ficar sabendo

— Ok... Então... Como, tipo como você ficou tão... — Jasi parecia buscar palavras

— Rica? — Completei

— Isso! Quero dizer... É... — Jasi

— Não sei dizer — ela fez expressão confusa — bem, meu pai antes de morrer deixou esses dinheiro pra mim e eu nem sabia dessa porra

— Caramba — Ela mantinha uma expressão de surpresa

— Claro que não são tudo flores, eu tenho que trabalhar, pra manter o dinheiro aumentando, você trabalha naquela cafeteria a quanto tempo? — Perguntei mudando de assunto

— Um ano, é meu ganha pão, aquele emprego de merda — Jasi

— Que isso — dou uma risada — sabe o que seria legal? Você vir trabalhar comigo, se você quiser óbvio

— Ah--- sério? Tipo, sério?? — Ela arregala os olhos

— Sim? — cocei a nuca

— Seria uma honra, obrigada — Jasiele tenta me abraçar mas eu vou um pouco pra trás — ah claro, sem abraço — ela sorri sem graça

— amanhã, a gente resolve, tá tarde vai pra casa, vou pedir pra meu motorista te levar — Isa

— Ah, certo obrigada — Jasi

Assim fiz, pedi para meu motorista deixa-la em casa, e assim ela foi, subi pro meu quarto onde tinha uma visão incrível da cidade, acendi um cigarro e sentei na varanda vendo aos poucos as luzes da cidade de apagando.

De verdade não sei porque de jasi vir me procurar pra falar sobre Júlia, e pela primeira vez em 7 anos vamos nos reunir todos novamente.

After schoolOnde histórias criam vida. Descubra agora