O meu diário de imaginações

Diabo usa Dior

Lilian On 

- Eu não acredito que você vai ir mesmo na igreja Lilian! - Amber uma mulher muito bem estruturada e bonita se tornou minha amiga depois de ser traída pelo seu segundo marido. O primeiro ela matou, ele era um idoso multimilionário da zona oeste. 

- Aquele santo acha que pode simplesmente invadir o meu território e ir embora como se nada tivesse acontecido. - No meu corpo eu estava usando roupas que marcassem e dessem valor ao belo e escultural corpo que eu tenho. - Eu vou até a igreja sim, e vou doar metade do meu dinheiro para o coral mirim. 

- Lilian você não pode fazer isso. - Amber tem uma expressão assustada em seu rosto. - Eu entendo que você é milionária e só está aqui porque cometeu um erro, mas não pode simplesmente gastar todo o seu dinheiro para se sentir superior a um santo! 

- Eu não estou fazendo isso para me sentir superior a ele, Amber. - Pego um batom vermelho jogado encima da minha penteadeira e contorno meus lábios que me lembram um pequeno coração esticado. - Eu sou melhor que ele. Quem liga sobre ele ser um santo? Ele por acaso realiza milagres igual Jesus Cristo? - Pergunto olhando em seus olhos. A mesma apenas abaixa sua cabeça. - Exatamente. 

- Por favor Lilian. - Diz barrando a porta. - Pense um pouco antes de sair por essa porta. Você já vai para o inferno, se continuar nessa história de cão e gato com um santo, Deus não vai nem cogitar a ideia de te receber no céu.

-  Como você mesma disse, "eu já vou para o inferno". E eu não sei por que você está fazendo tanto drama assim. Não tem nada de errado em doar dinheiro para o coral mirim da igreja. - Pego meus óculos de sol e a minha pequena bolsa da Dior. Coleção limitada. 

- Você realmente não toma jeito. - Ela diz por fim e se afasta da porta. - Me traga um bolo de morango quando voltar. 

- Claro srta. Amber. - Digo saindo do quarto. - Bom dia! 

- Como você está bonita hoje Lilian! - Por onde eu passo recebo elogios, no começo era tudo muito estranho e novo para mim. Cheguei nessa pousada há alguns anos, havia acabado de fugir da igreja e do meu próprio casamento. Todos me receberam e me deram amor, amor esse que eu nunca recebi, mesmo tendo uma casa, dinheiro e fama. Eu não troco essas pessoas por nada, nem mesmo pela minha salvação e enriquecimento. 

- Muito obrigada! Vocês todos são muito bonitos também, Lilian ama todos vocês. - Jogo beijo no ar e saio da pensão. 

O vento faz meu cabelo balançar calmamente como se estivesse em câmera lenta. O dia está bonito, não tem nuvens e também não aparenta chover. O sol não está quente, um clima agradável de sair para caminhar com a família, amigos ou sozinha. As pessoas andam começam a se espelharem pelas ruas que estão incrivelmente calmas até agora. 

Checo as horas no pequeno relógio em meu pulso, indicava 7:35. 

- A missa das 8:00 eu consigo pegar. - Fala para mim mesma. 

(...)

Sempre fui criada na igreja, tudo o que tinha para ser feito eu fiz. Ao entrar sinto olhares de nojo sobre mim, sem me deixar abalar continuo caminhando até a frente dos bancos principais. 

Espero alguns segundos até ver uma figura alta com uma capa bege cobrindo praticamente todo o seu corpo. Um sorriso inocente cresce em meus lábios, já os dele se comprimem totalmente ao me ver. Ele caminha rápido em minha direção. 

- O que pensa que está fazendo aqui? - Ele pergunta me segurando pelo braço e me levando até um lugar mais calmo. - Por acaso na entrada está escrito "Bordel"? 

- A igreja entra quem quer. Pare de se achar o maioral aqui. - Respondo me soltando de suas mãos. 

- Ainda não respondeu a minha pergunta senhorita.