Lamento o tempo que deixamos passar

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Ondulante é o horizonte que se estende,
Refletindo cores mórbidas em sua grandeza,
E quando narrava sobre homens sórdidos,
Em seu olhar, não encontrava a sutileza.

Um temporal voraz ruge sem piedade,
No céu tempestuoso, relâmpagos cortantes,
Mas tu, inaudível, não ouviste a melodia,
Perdida em pensamentos distantes.

Desperdicei palavras belas e tocantes,
Como pétalas de rosas ao vento desprendidas,
Alegorias sutis, poesias entrelaçadas,
Num universo onde nossas almas se perdiam.

Ah, como lamento o tempo que deixamos passar,
Como pássaros que não voam em sinfonia,
Deixaste escapar a oportunidade de amar,
Tornaste nossa história vazia e sombria.

Mas que importa o passado, a dor vivida,
Pois um futuro de esperança ainda reside,
Entre as falhas que nos moldaram, oro para que renasceremos,
Preenchendo o vazio com amor e verdade.

Assim, seguimos adiante, alma renovada,
Em busca de um horizonte de cores vivas,
De ruídos que embalam a nossa sinfonia,
Escutando cada palavra que o coração cativa.

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Esse poema foi baseado na música, "Paisagem Da Janela", de Beto Guedes. E eu o dedico para minha avó materna, cuja foi tudo para mim um dia.

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