Maria(Braarg)

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Maria,eu sempre achei que algo indicaria
Mas foi em qualquer outro dia comum
que você me deixou.

Luciano sabia que Martín poderia o deixar algum dia,mas achava que algo indicaria quando esse dia estivesse próximo,mas ele estava errado,foi em um dia comum,o dia havia cido comum,como qualquer outro.
O brasileiro não sabia o que Martín queria fazer ou ser,mas sabia que ele não estaria mais ali quando decidisse o deixar, sabia também o que o outro sentia em sua cidade, Luciano havia mudado pra a cidade de Martín quando era adolescente,a cidade que afogava Martín,o loiro queria mudar dali,fugir,mas não tinha coragem,e sabia que como o fogo precisava ir.

...

Naquele novembro eu corri até a sua casa
Mas só encontrei sua carta,e ela dizia
"Desculpa eu não consigo me amar
Do jeito que você me ama"

Luciano estava preocupado,Martín havia respondido apenas o seu bom dia,faltou do trabalho,e não mandou mais nenhuma mensagem,agora,estava a caminho da casa da casa do namorado. Enquanto andava,começou a reparar na fumaça que havia no céu,e em pouco tempo percebeu que a fumaça vinha da casa do Martín,do seu Martín,o moreno começou a correr em direção a casa do loiro,a vendo em chamar,várias pessoas na porta desesperadas,algumas olhando a rua torcendo para que o carro de bombeiros chegasse logo,mas Luciano não tinha tempo para isso,porra,seu namorado poderia estar lá dentro.

Luciano não aguentava a ideia de Martín estar lá dentro,passou por todos,e por ter um grande porte físico, ninguém conseguiu o segurar,por sorte,a parte da frente ainda não havia pegado fogo,dava para perceber que o fogo havia começado no fundo, provavelmente no quarto de Martín.
Luciano tentou entrar na casa,mas não conseguia passar da entrada, não dava para salvar nada da casa, a não ser as coisas seu ficavam na mesa ao lado da porta da entrada,era uma mesa de metal,Luciano olhou o único objeto da mesa,e logo o pegou,antes de ser arrastado para fora por alguns homens,o chamando de louco por ter entrado lá.

Luciano estava assutado, não sabia se Martín estava lá dentro, não sabia onde o loiro poderia estar,logo seus olhos se encheram de lágrimas incontroláveis,que ele não conseguia segurar,saiu para fora do quintal vendo os bombeiros começando a apagar o fogo. Algumas pessoas começaram a rodear Luciano vendo as reações do moreno,e o enchendo de perguntas como:

"Você é dono da casa??"

"Você conhecia o dono??"

"Sabe como o fogo começou??"

Luciano não conseguia responder,olhava para todos,sua voz não saia,apesar de querer responder.
Logo os bombeiros foram afastando as pessoas da casa,e levaram Luciano para um canto,para tentar conversar com o moreno por sua ação. Luciano olhava a casa,relembrando memórias por memórias de tudo que já havia vivido com Martín naquela casa,chorava incontrolávelmente.

–Senhor,pode responder algumas perguntas?–Um dos bombeiros se aproximou dele,Luciano assentiu com a cabeça.–O senhor mora nessa casa?

–Não... Eu não sou.–Luciano disse baixo.

–Então, você conhece o proprietário?–O homem respondeu,vendo os olhos do moreno se encher com mais lágrimas ainda.

–O meu namorado,Martín Hermanez,ele é o dono da casa.

–Certo...O senhor sabe onde o seu namorado está? Poderia falar com ele? Precisamos que ele sabia o que ouve.

–Eu... Ele não me responde desde hoje de manhã, não me atende,eu... Eu achei que ele estivesse aqui.

–Poderia nós passar o número dele e o seu? Assim podemos entrar em contato com ele e avisar o senhor.

–Claro,claro.

Luciano passou ambos os números,e logo foi para casa,ainda segurando carta que havia encontrado.
Andava olhando a carta vendo os detalhes. Assim que chegou em casa,sentou-se no sofá e pegou o celular,tentou ligar novamente para Martín,e novamente não teve resposta.
O que restava para Luciano era ler a carta,colocou o celular de lado e pegou a carta,tendo medo do conteúdo. Luciano sabia que precisava ler a carta, e mesmo com medo,abriu o envelope e começou a ler.

"Lucho, antes que nada quiero pedirte disculpas por no poder amarme como tú me amas.
Y decir que ahora no puedo volver atrás. Si estás leyendo esto, sabes que mi casa estaba en llamas."

Luciano lia a carta com lágrimas nos olhos,Martín realmente havia o deixado.

...

Martín estava sentado em sua cama,pensando em como fazer isso,como terminar de escrever a carta,nunca havia escrito nada parecido, quê realmente contasse seus sentimentos e pensamentos mais profundos,ainda mais pra Luciano.

Sabia que precisaria se deixar,deixar sua vida para se encontrar e saber o local que realmente pertencia,mas precisava mesmo deixar Luciano? Esse pensamento estava martelando em sua cabeça,Luciano o entendia como ninguém,e ele amava Luciano como nunca havia amado ninguém,nem si mesmo.

Martín decidiu,pela primeira e última vez colocar todos seus sentimentos em uma carta, colocou tudo que pensava. Apesar de tudo, Martín não se sentia mal,ela só não sentia mais nada enquanto saia de casa,tudo daria certo,no seu bairro não haviam câmeras,além da de sua casa,o incêndio provavelmente seria discreto como algo acidental,pensava ele enquanto saia de casa,apenas com uma mochila e seu celular.

...

Luciano estava procurando Martín por toda cidade, Martín não poderia ir ido tão longe, né? Nesse dia a rodoviária estava fechada, então não teria como Martín sair da cidade,mas, poderia esperar lá para tentar ir embora.

Era isso que Luciano pensava enquanto corria até a rodoviária. O local estava silencioso,sem ônibus,sem policiais,de um lado da rodoviária haviam apenas alguns mendigos e alguns bêbados. E do outro,havia apenas uma silhueta,moletom preta,calça jeans,all star azul claro,o mesmo all star que Martín usava sempre,Luciano correu até ele.

Martín,assim que percebeu a presença de Luciano,tentou sair,tentou correr,mas seu corpo não o obedecia.

–MARTÍN!–Gritou antes de parar a alguns metros de distância de Martín

–Déjame ir!–Martín gritou vendo Luciano o olhar com lágrimas nos olhos–Por favor,Luci, déjame ir.

–Martín... Conversa comigo,me conta tudo,me xinga se quiser,só não me deixa aqui,sozinho...–Luciano suplicou para Martín com os olhos molhados.–Eu faço qualquer coisa,a gente se muda,a gente some dessa cidade, só não me deixa assim.

–Luciano... Sabe que eu já tomei a decisão... Por favor, no hagas eso, no supliques así...

–Pelo menos conversa comigo,eu imploro,Martín.–Luciano disse se abaixando no chão, suplicando verdadeiramente para Martín.

–...Podemos conversar.

...

Oii! não sei se esse capítulo vai ter parte dois,mas eu amei muito escrever ele,Maria é uma das minhas fav de Super,curtam e votem mtoo,amo vocês!

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