Clara

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O dia todo na agência, resolvendo vários pepinos, assinando vários contratos de trabalho com empresas e tudo mais. Dia cansativo, prefiro mil vezes ficar tirando foto o dia todo do que ficar dentro de escritório resolvendo papeladas. Mas como a vida não é um morango e eu que faço tudo por mim mesma, é isso, correria sempre. Só agradeço.

Peguei o elevador pra ir embora e pediram pra segurar, mas quando a pessoa falou, já tinha reconhecido a voz, Guilherme.

- Tá me seguindo? - rimos enquanto ele entrava e o elevador fechava

-Tô nada, po- ficou sem graça- Qual a boa?- perguntou

- Ir pra casa, né- encarei ele enquanto olhava o celular- Quinta feira ainda...

-Dia de começar os trabalhos

-Isso é um convite ou o que?- ficou me encarando com sorriso de canto- A sua sorte é que não tem como eu voltar pra casa agora

-Minha sorte? Nossa, né- fiz careta

Não teria como voltar porque está tendo tiroteiro, normal. E como nós já voltamos a nos falar normalmente, não custa nada uma saidinha de vez em quando pra mudar a rotina. Descemos no estacionamento e seguimos para o carro dele. Já entrei colocando música, a função do copiloto é essa. Ele queria ir pra restaurante, mas prefiro um barzinho com cerveja e petisco, nada melhor.

Assim que chegamos no que já fomos algumas vezes, já pedimos o de sempre e ficamos batendo papo. A conversa foi fluindo tão boa que nem percebi que meu celular estava no silencioso e todo mundo querendo saber onde eu estava. Tranquilizei todos.

Papo vai, papo vem. Nem sabia quantas cervejas já tínhamos tomado, mas eu já estava no brilhinho. Beber sentada é foda. Acabou que ficamos tanto tempo ali de fofoquinha, que o tiroteio no complexo já tinha acabado e dava pra eu ir de boas.

O Guilherme nunca que me deixaria ir sozinha, fez questão de me levar pra casa e quando ele parou pra eu descer, fiz o convite de ele entrar pra conhecer minha casa. Como se ele já não conhecesse, risos.

-Vai querer continuar bebendo?- perguntei alto pra ele enquanto ia para cozinha

-Se você continuar, eu te acompanho- parou no batente da cozinha me olhando, sorri abrindo a geladeira e pegando duas long neck de heineken, abri a mesma e entreguei uma para ele e brindamos, depois do primeiro gole ele me puxou pela cintura pra ficar colada com ele e iniciou um beijo, mas logo cortei passando por ele e indo pra sala colocando música na televisão, ficou me encarando sorrindo de lado

-Tu é meio acelerado, né?- falei enquanto me sentava no sofá e via ele vindo devagarinho se juntar à mim

-Você me deixa assim...- falava enquanto acariciava minha perna puxando pro colo dele

-Assim como? - joguei meu cabelo de lado e dei um gole na cerveja, ele analisava cada coisinha que eu fazia; tocava Giveon, eu comecei a cantar me sentindo a cantora e meu celular que estava em cima da mesa de centro começou a tocar, olhei a tela e vi que era o Rato, virei a tela pra baixo silenciando o mesmo

-Se eu estiver atrapa...- coloquei o dedo na boca dele pra ele ficar quieto, segurei o queixo dele em seguida trazendo sua boca pra perto da minha e levantei num pulo deixando ele sem entender nada

-Minha cerveja acabou, quer mais?- riu passando a mão em seu short que já fazia volume, mordi os lábios para provocar ele que me puxou e me deitou no sofá

Nosso beijo era acelerado e cheio de mãos bobas, estávamos numa competição de prazer. Nos afastamos um pouco nos encarando ofegantes, com desejo... Ele tirou a camisa e depois veio tirar minha roupa. Aproveitou pra alisar, apertar, beijar e mordiscar todo o meu corpo. À medida que o desejo aumenta, aumenta também a intensidade do toque. Ele colocou a camisinha, me virou de bruços como se eu fosse uma boneca e afastou minhas pernas. Passou o dedo e enfiou, depois tirou e meteu em mim. Daí pra frente foi só pegação firme de todos os jeitos nessa sala que ficou pequena pra gente. 

Depois de tomarmos banho juntos, ele deitou na minha cama e apagou. Peguei meu celular, começou a tocar. Atendi, mas desligou na mesma hora. Escutei um assovio. Fui até a porta, abri a mesma e vi o Rato, fazia um tempo que eu não falava com ele.

-Vai ficar nessa até quando?- ele estava gato como sempre, dessa vez estava com boné enterrado na cabeça, mal se via seus olhos.

- Boa noite pra você também - debochei. Ele cruzou os braços - Nessa o que, Kauã?

-Não se faz de maluca, tu sabe que tu tá me ignorando a uma cota já- deu um passo pra frente, fechei mais a porta- Não vai me deixar entrar?

- Eu não tenho nada contigo, Kauã, então não faz diferença se eu falar contigo ou não...- ignorei a pergunta dele-

-Vamos entrar pra conversar direito- tentou abrir a porta-

-Não tenho nada pra conversar contigo, tudo o que eu tinha pra falar, eu já falei.

-Quem tá aí?- tossi uma risada negando -

-Eu não quero que você entre- Frisei o 'eu' e ele ficou bem pertinho de mim me encarando de cima, me scaneando -

-Então bora lá pra casa

-Você não está escutando o que estou falando?- perguntei-

-Vai lá trocar de roupa- neguei, ele deu um soco na porta que abriu toda e acabou machucando meu braço que estava segurando a mesma. Ele passou por mim pra entrar, mas eu cravei minhas unhas no braço dele tentando parar ele. Ele parou e eu entrei na frente dele - Porra Barbie.

- Olha o que você fez, você tá maluco?- ficou parado me olhando mostrar meu braço pra ele -

- Eu só tô te pedindo uma coisa, melhor tu vê a melhor forma- segurei na porta de novo e ao invés de ficar segurando a mesma, eu saí, ele me seguiu - Quem tá aí? - Insistiu -

- O que você quer? - Ele me analisava. Abaixou a cabeça passando a mão no rosto e me encarou. Pegou minha mão e alisou o braço que tinha machucado -

- Desculpa, eu tô estressado, várias coisas na mente e eu só queria ter uma conversa contigo pra gente vê qual vai ser, tá ligada?- falou mais calmo. Bufei -

- Espera aqui... 

Entrei pra trocar de roupa. O Guilherme estava desmaiado na minha cama, não iria acordar nem tão cedo e eu pretendo voltar rápido. 

Troquei o short do pijama por um jeans e vesti um blusão por cima da blusinha do baby doll mesmo. 

Bati o portão e subi na garupa dele que alisou minha perna enquanto dava a partida. Ele foi igual a um foguete como sempre, estacionou a moto e ele abriu a porta me deixando passar primeiro e já entrou tirando a blusa. 


Depois que eu te vi [PAUSADA!]Onde histórias criam vida. Descubra agora