CAPÍTULO 3 - Contra-Ataque

511 53 10
                                    

[JENNIE]

Deixei Rosé na fisio e resolvi ir pegar algo pra gente comer assim que ela saísse, tinha um restaurante ali perto e eles preparavam um sanduíche natural que a gente amava.

Enquanto estava dirigindo pelo estacionamento recebi uma notificação, era uma mensagem de Kai e acabei perdendo um pouco da noção por alguns segundos, o que me fez quase atropelar alguém, fiquei tão nervosa que assim que notei que estava tudo bem, apenas acelerei para sair dali quanto antes.

Cheguei no estacionamento do restaurante e fiquei por uns 10 minutos parada olhando a notificação de mensagem. Não sabia se deveria abrir, se deveria ignorar, estava completamente em choque. Pra não ficar me sentindo ansiosa durante o dia, acabei abrindo a mensagem que dizia.

"Estarei de passagem pela cidade, o que acha da gente se ver de novo? Estou com saudades"

Nojo, era a única coisa que eu conseguia sentir. Depois de tudo, ele ainda tinha coragem de pedir para me ver? Se Kai aparecesse na minha frente, confesso que gastaria meu réu primário sem o menor peso na consciência.

Decidi sair do carro e ir pegar o que fui buscar, estava tremendo de raiva. Fiz meu pedido e fiquei esperando até a moça embalar pra viagem, assim que estava pronto, virei em direção da porta e a vizinha nova estava parada na minha frente. Ela deu um sorriso estranhamente assustador.

— Qual é o seu problema comigo? — perguntou

— Nenhum — tentei sair, mas ela ficou na minha frente — com licença.

— Você quase me atropelou, tem noção do quão maluca tá parecendo?

— Ah, era você? — soltei, mais pra mim do que pra ela — Estamos quites então.

— É sério, qual é o seu problema comigo? Já extrapolou toda e qualquer razão minimamente razoável.

— Você, inteirinha, é o problema, simples. — disse — agora se me dá licença, realmente preciso ir. Mas se feri seu ego, só lamento.

Consegui me esquivar dela e sair. Coloquei o pacote no banco do carona e sai dali o mais rápido que pude. Rosé havia acabado de me enviar uma mensagem avisando que já estava saindo.

Ela entrou no carro, agradeceu pela comida, me explicou tudo que a Doutora falou pra ela. Pra recuperação ser mais rápida, ela faria duas sessões durante a semana e de seis meses, o tratamento poderia cair para dois.

Apenas fui assentindo com tudo conforme ela falava, mas estava com o choro engasgado na garganta e Rosé sabia, percebeu, mas me conhecia o suficiente pra saber que eu odiava chorar na frente das pessoas, isso incluía ela.

A deixei em casa e saí, como era a primeira consulta, pedi folga do estágio para caso precisasse, mas acabou não precisando. Como estava com a tarde livre, resolvi dar uma volta no shopping, espairecer um pouco, ver um filme e ocupar a cabeça com qualquer coisa que fosse completamente diferente de atletas e do meu ex-namorado.

[ROSÉ]

Aconteceu algo com Jennie, ela jamais iria me contar, mas eu sabia que havia acontecido e se meu palpite estava certo, era algo voltado a Kai. Sempre que tentei conversar em momentos assim, ela me xingava, então aprendi a dar espaço, mesmo desejando dar um abraço bem forte.

Entrei no quarto que transformamos em estúdio e uma pontada de tristeza tomou conta em não poder tocar, mas resolvi fazer algumas mixagens que estavam paradas há tanto tempo.

Estava tão focada em um projeto que não vi a hora passar. Já era noite e Jennie não havia voltado ainda, estava ficando preocupada. Mandei uma mensagem pra ela e assim que soltei o celular ele tocou, era um número desconhecido e por alguns segundos meu coração quase parou, mas era Suzy.

Na linha - uma história de JenLisaOnde histórias criam vida. Descubra agora