OBSESSÃO FATAL

1 - O CASAMENTO

Minha cabeça martela forte enquanto tento abrir os olhos sem sucesso por causa da ressaca.

Admito que dei uma exagerada ontem. Na verdade, tenho exagerado muito nos últimos meses. Nos últimos doze meses para ser sincera.

Já faz quase um ano, mas o meu maldito coração sente como se fizesse um dia, e por isso, minha vida está uma completa bagunça.

Bem que eu poderia morrer aqui e agora. Seria uma forma bem dramática de chamar a atenção, e eu não teria que lidar com a droga daquele maldito casamento hoje.

Como eu poderia resistir ao pedido que James fez para mim? Ainda me lembro como ele me olhava com aqueles lindos olhos grandes e suplicantes.

Como eu poderia resistir?

Nós fomos amigos durante anos, na verdade a nossa história começou quando começamos a nos aproximar como amigos durante o ensino médio.
James era um rapaz bonito, ambicioso e de boa família. Isso sem falar que nossos pais são muito amigos. Na verdade, o meu pai é sócio do pai dele. Juntos, administram uma das maiores redes de vinhos do país, mas ao contrário dos nossos pais, eu e James tomamos caminhos diferentes.

Outra parte interessante sobre a minha família e a de James é que todos somos cristãos, então ir aos cultos nos domingos se tornou uma tradição.

Sempre tive a fama de boa menina e James não era diferente de mim. Nós somos o orgulho da família, bom... pelo menos ele ainda é.

Com o passar do tempo nossos pais queriam que nós cuidássemos da empresa, mas nós -James e eu - não queríamos administrar uma rede tão grande e no fim acabar "não tendo vida." Não queríamos passar os dias vivendo atrás de uma mesa quebrando a cabeça com milhares de funcionários e indústria para administrar. Nossos planos eram outros.

Cresci com uma base familiar muito conservadora, basicamente puritanos. A regra era bem clara: estudar, me formar na faculdade, namorar, noivar e por último casar.
VIRGEM.

James se tornou o meu maior confidente. Não existia Amber sem James. Éramos como Romeu e Julieta em uma paixão avassaladora, mas que não tínhamos coragem de admitir. Até que fomos para a faculdade, mas não para a mesma juntos. Ele entrou para uma universidade fora da cidade e eu fiquei na universidade da minha cidade. Mas, mesmo longe, não deixávamos de nos falar. Nos falávamos por horas ao telefone e foi então que iniciamos um namoro à distância.

Ele cursava medicina em uma universidade longe de mim, então dormia no campus. Eu cursava literatura na época, mas não precisava dormir na universidade, dormia na casa dos meus pais já que era a vinte minutos de casa...
E logo, um pedido de namoro se fez.
Ainda me lembro como ele estava bonito aquela noite. Ele chegou na casa dos meus pais em Seattle e convidou todos para um jantar.

Lembro que meu coração martelou tão forte quando ele me pediu em namoro. Eu era a mulher mais feliz do mundo naquele momento.

Se eu fechar os olhos, ainda posso sentir os braços dele em volta do meu corpo e o gosto dos seus lábios nos meus quando eu disse sim.

O som das palmas e risadas dos nossos familiares...
O sorriso dele e seus olhos brilhando...
Nosso namoro foi maravilhoso apesar da distância por causa dos estudos e da pressão da família para nós nós mantermos firmes até o casamento. E quando digo firmes, quero dizer virgens já que viemos de famílias religiosas. Assim que concluí meu curso, James me pediu em casamento e nós ficamos noivos, e foi aí que eu decidi largar a minha vida em Seattle para morar em Chicago com ele.

Compramos uma casa... Uma bela casa em um belo bairro verde rodeado por árvores e casas exuberantes um pouco distantes umas das outras.
Lembro de sentir meu queixo cair quando entrei nesta casa. Tão perfeita e iluminada. Uma pequena mansão luxuosa cercada por piso de mármore e paredes grandes de vidro. A casa vazia estava prestes a ser decorada por mim.
Eu estava feliz. Não pelo tamanho da casa, pois nós dois fomos criados em casas assim, mas feliz por saber que era a nossa casa.