____________'s P.O.V
Às vezes, tudo o que precisamos para ser feliz, é nos sentir amados... acolhidos e o mais importante, nos sentir bem. Eu tive todas essas especiarias apenas na adolescência, mas não soube bem aproveitar aquele momento e acabei ficando só, no final.
Desde os meus dez anos, comecei a ser treinada pelos meus avós, pais, tios e alguns primos. Eles me ensinaram a purificar este mundo, com a pior maneira possível. Aprendi a lutar, a ser uma guerreira e a não ter sentimentos... me transformei em um monstro de ódio, sentimento ao qual me forçaram a criar, e em um monstro de rancores, ressentimentos e em um que não sabia compreender a vida e não se importava com mais ninguém além de si.
No auge da adolescência, frequentando escolas e academia, conheci um jovem que aparentava ser um bom moço, dedicado, tolerante e bondoso. Foi nesse ponto que conheci um outro sentimento, diferente dos que Appa e Omma me obrigarão a sentir...
A dor.
Foi a pior sensação que senti desde o nascimento precoce até a adolescência precária. O mundo aos poucos foi se tornando obscuro e o sentido de viver já não era mais o mesmo.
7 anos atrás....
Hoje, como de costume, estou na biblioteca lendo alguns livros importantes que Omma recomendou. O silêncio era sereno como o canto dos pássaros, o lugar acomodável como as nuvens que dão cor ao céu, o ambiente refrescante como a brisa que sobressalta as árvores e as algas marinhas. O dia certamente se encontrava perfeito do lado de fora do grande espaço reservado aos amadores de um bom romance, suspense, terror e muitos outros gêneros.
No momento, em questão, em minhas mãos pairavam o livro de capas vermelhas, folhas velhas, e letras douradas para contrariar. Seu título se apresentava enigmático e cauteloso... para muitos apenas uma história alternativa, mas para mim, uma caçadora de vampiros, se transformava em um livro de ensinamentos e aprendizado. Appa e Omma disseram-me que neste mundo, habita seres sobrenaturais que precisam ser instintos para o bem e salvação da raça humana que está em perigo. Fui ensinada, por eles, a matar e a limpar este mundo de uma vez por todas, assim garantindo nossa vitória e nossa salvação...
Passo, cuidadosamente, a página do livro assim chegando ao seu momento crucial. As palavras grafadas nele deveriam ser memorizadas por mim para um melhor entendimento do texto, de acordo com vovó.
Tudo nele era cativante e intelectual, despertava minha curiosidade ao extremo e hipnotizava minha mente, fazendo com que toda a concentração se voltasse apenas para ele. Me sentía em um mar de fantasias e glorificação, era como se fosse eu ali, vivenciando toda aquela cena de suspense e drama que automaticamente me comovia ainda mais com cada detalhe descrito no mundo em que uma jovem caçadora viveu.
" os passos do vampiro eram silenciosos, com ar de suspense e sutileza. Receio que ele consiga fugir e coloque meu plano por água abaixo... de esguilha observo-o de longe apenas esperando o momento certo para contraatacar e dar um fim neste ser repulsivo. Ao meu lado repousa uma adaga, que será usada para atingir seu coração assim acabando com o mau que abriga aquele corpo. Sinto meu coração se acelerar e as veias pulsarem desgovernadas, o suor frio que desce pelo rosto e contamina minha pele, o gosto metálico de sangue atingir o paladar. Ouvi seus passos finalmente ecoarem pela sala e pûs-me a recolher a adaga a apertando sobre meus punhos cerrados. Esperei até que fosse o momento certo e a hora exata para sair finalmente do lugar ao qual uso como esconderijo, porém, o tempo parecia não se passar e cada vez mais os minutos começavam a se transformar em horas... minha vontade era de me desmascarar e começar logo este conflito, colocando-me em risco de vida abundante. Cada vez mais me sentia inquieta, e isso se tornava perigoso, pois o ser de olhos vermelhos poderia acabar me localizando e assim colocando em meu tempo de vida um ponto final. Como paciência não se encaixava em meu dicionário de vida, com agilidade e sutileza me dirigir a um local mais aberto e com melhor ponto de vista. Observei cada canto ao extremo mas nenhum sinal do indivíduo foi notado por meu olhar intimidador e especializado. Ele não poderia ter saído com tanta facilidade assim comigo aqui dentro, o encurralando... mas os malditos vampiros sabem como se esconder bem e esse é um dos meus maiores problemas se averiguado a situação. Morrer ou ser ferida não está em cogitação e preciso com urgência terminar logo com isso!.. sem escolhas ou melhores opções, uso a adaga que carrego comigo para fazer um pequeno corte na parte inferior de meu braço o fazendo sangrar. Em questão de segundos os passos voltam a se ecoar pelo galpão me fazendo sorrir... vampiros não resistem ao cheiro de sangue e se sentem vulneráveis quando estão feridos, assim, sem escolhas, vão atrás de qualquer animal ou pessoa para saciar sua sede e recuperar as energias para voltar a lutar. Dei-me o sacrifício de sair do esconderijo, me revelando assim, para o sanguessuga que fareja o ar ao meu encontro. Nos entre olhamos e uma faísca de lembranças, como um dejavu, se contorna aos poucos tomando minha atenção me deixando vulnerável e exposta. Relutei contra aqueles malditos sentimentos mais não......"
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Black Swan: crónicas de uma caçadora
ParanormalMe chamo Wei ________ e sou a herdeira do trono da linhagem chinesa das caçadoras. Nasci sobre a cultura sul-coreana, e neste país fui encaminhada a matar sem piedade e sem fraquezas. Tinha algo dentro de mim que implorava o gosto metálico de sangu...