Capítulo 03

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༺ Chiara Bianchi ༻

Quando cheguei à mansão, percebi que Don Lorenzo estava saindo em seu carro com sua mulher. Ele me olhou por um instante e entrou no carro. Era óbvio que eles estavam brigados.

Seguindo as orientações do segurança, encontrei Carmela, que me levou a um dos quartos dos funcionários onde fiquei. Tomei um banho e decidi me deitar para organizar meus pensamentos. Naquele momento, eu só queria descansar e esquecer o que passei por algumas horas.

Na manhã seguinte, acordei me sentindo melhor e começando a aceitar a nova situação. Conversei rapidamente com Carmela e decidi explorar a mansão, onde ficaria pelos próximos seis meses. Estava fazendo isso para libertar minha irmã do cativeiro de Don Lorenzo, o homem mais temido da Itália.

Minha mãe não aguentaria ficar longe de Isabela, e como a irmã mais velha, sabia que era preciso fazer sacrifícios. Isabela era jovem demais para ficar nas mãos de Don Lorenzo, e eu tinha medo de que algo terrível pudesse acontecer com ela, considerando a fama cruel dessa gente.

Eu não sabia se eram apenas boatos ou fofocas, mas não queria arriscar. Minha irmã tinha um futuro brilhante pela frente. Quanto a mim, era mais madura e experiente.

Enquanto explorava os arredores da mansão, evitando as áreas proibidas, encontrei o belo jardim que cercava a propriedade. As rosas vermelhas em flor contrastavam com o clima sinistro da mansão. Nesse momento, uma brisa suave trouxe o perfume das flores, e senti uma breve sensação de paz.

Foi então que Don Lorenzo apareceu sem aviso. Seu sorriso era sutilmente audacioso, e seus olhos azuis me analisaram cuidadosamente. Ele quebrou o silêncio:

— Chiara, está mais calma agora, ou devo me preparar para lidar com a onça que vive dentro de você? Pronta para me atacar?

Engoli em seco, mas minha determinação não vacilou. Eu sabia que precisava manter minha postura e não demonstrar fraqueza. Respondi com firmeza:

— Don Lorenzo, estava nervosa naquele momento e me deixei levar. Não pretendo atacá-lo. No entanto, também não posso deixar de mencionar a conduta dos seus homens, em especial o segurança debochado e arrogante próximo ao portão, que me tratou com desrespeito.

Ele, em seu tom caracteristicamente arrogante, retrucou:

— Bom mesmo, oncinha. Saiba que, se ousar falar comigo daquela forma novamente, mandarei cortar sua língua e farei você engoli-la em seguida. Quanto ao meu segurança, é o jeito deles agirem dessa forma. Os treinamentos deles exigem que não sejam tão cordiais com ninguém, além de mim.

— Mas não é porque eles têm um treinamento como se fossem militares que devem tratar as pessoas como se fossem lixo. Mas talvez eu até entenda. Esse jeito arrogante e grosseria vem do próprio chefe, então não me surpreende que eles sejam assim.

Ele me observou por um momento, analisando-me de cima a baixo. Em seguida, pronunciou de maneira séria e arrogante:

— Pare de me desafiar, ou será pior para você. Se eu perder a paciência, mandarei dar umas chibatadas em você, como se fosse uma escrava que precisa ser punida pelo seu dono. Agora entenda o seu lugar e não me irrite. Tenho assuntos a resolver, sou um homem ocupado.

No entanto, antes que ele pudesse se afastar, não pude evitar uma resposta destemida:

— Se tive coragem de entrar na casa do próprio diabo, saiba que não tenho medo dele. Você pode impor medo nos seus homens, mas a mim, você não assusta.

Ele passou a mão na barba de maneira séria e parecia estar furioso pela minha resposta. Uma faísca de desafio e provocação surgiu no ar. O silêncio que se seguiu era quase palpável, como se o universo inteiro estivesse segurando a respiração. Nossos olhares, repletos de desafio, permaneceram fixos em um embate silencioso.

Aprisionada Pelo Don Lorenzo  ( Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora