às vezes são melhores quando intermitentes

106 13 13
                                    

Notas iniciais

Minha 10ª kidlaw e primeira kidkiller aaaaaaaaa na vdd é a primeira também, mas eu não tinha gostado do resultado e deixei pra lá, mas ai no desafio apareceu esse tema e a primeira música que vem é habits huehuehue mesmo que não fale diretamente. A inspiração veio mais do clipe hehe
Enfim, reescrevi pra poder postar no desafio. Espero que gostem <<3

Tema: Música que fala de álcool e droga
Música: Habits - Tove Lo

_________________________________________

Energético como primeira bebida do dia, pular o café da manhã, fumar um maço de cigarro por dia, passar horas do seu dia em um trabalho meia boca que só servia para afundá-lo ainda mais na miséria da sua existência eram hábitos nada saudáveis que Kid tinha em sua vida.

Todavia, sua rotina, por mais que não fosse o melhor exemplo de viver bem a vida e aproveitá-la ao máximo, não era ruim. Porque dentro dos seus péssimos hábitos, passar suas noites insone ocupado com a companhia de Trafalgar Law, afundar a cara em energético e cafeína no café da manhã com ele para se manterem de pé durante o dia e aguentar toda a merda que viria e fechar mais uma exaustiva jornada de trabalho com um baseado compartilhado para aguentar toda a merda que veio, não era de todo ruim.

Podiam ser ruins um para o outro, mas isso não era tão relevante quanto parecia, não quando havia amor naquela rotina, mesmo que de uma forma um tanto desajustada. Eram o ponto de equilíbrio que tornava toda aquela merda tolerável um para o outro.

Mas tão incerta quanto sua sanidade, era a longevidade daquela relação.

E logo que o amor deixou de fazer parte da sua rotina tudo desandou. 

Ou melhor, quando ele deixou de fazer parte da sua rotina. Porque se o amor não tivesse permanecido, Kid não estaria mais uma vez abrindo os olhos ainda atordoado, tentando identificar onde estava para perceber com algum tempo de retardo estar em seu quarto, novamente nu na companhia de um corpo estranho, qual não saberia – nem ao menos gostaria de – saber quem era.

Porque Law foi embora da sua vida, mas o amor por ele não quis deixá-lo. Ele seguiu com a vida enquanto Kid regredia com a sua, mas tendo que manter a fachada de que não estava no fundo do poço para não ser ainda mais patético continuar amando alguém que já não sentia mais nada por si, que não viria mais estender a mão para ajudá-lo a sair do buraco, tampouco se resignar a fazer companhia lá dentro, como antes.

Então, para todos ele tinha uma vida ótima, sendo alguém inteligente, com um bom emprego, sem quaisquer problemas com sua sexualidade ou ser afetado pela ignorância alheia quanto à isso, podendo sair para beber e se divertir com os muitos amigos que tinha, tendo quem quisesse em sua cama. 

Mas a porra de vida que exibia para quem ousasse achar que ele estava na merda, que exibia para ele não sentir pena do seu fim patético, não trazia o mínimo de felicidade. 

Fingir um sorriso doía, e doía mais ainda lembrar os motivos. Amor era uma merda. Era uma droga das mais letais que deveria ser erradicada; ela trazia um extremo prazer e satisfação, mas causava uma dependência intoxicante e no fim te destruía tanto fisicamente quanto psicologicamente. Era sinônimo de ruína e Kid havia se jogado de cabeça sem qualquer proteção, agora colhia as consequências da sua imprudência.

Levantou pegando suas roupas espalhadas pelo chão para ir até a sala. Jogou-se no estofado e acendeu um cigarro que sempre deixava na mesa de centro, permitindo que a fumaça tomasse espaço naquela porcaria de buraco que tinha no peito, aquela droga de vazio que a ausência do Trafalgar deixou, uma enorme ferida que não queria cicatrizar. 

Hábitos contínuosOnde histórias criam vida. Descubra agora