Capítulo 9

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Havia se passado alguns dias após o convite feito por Naruto para seu aniversário, que por acaso seria esse final de semana.

Por coincidência, esse final de semana Sakura, Ino e Temari estariam de folga do hospital, exceto se ocorresse alguma emergência. Mas, aparentemente, possuíam tempo para ir no aniversário.

E não foi muito difícil convencer as amigas, em especial Hinata, a mesma que tinham certeza de que havia "dado uns beijos" no aniversariante durante a festa de seu primo Neji.

Era sexta-feira, um dia normal de trabalho no hospital. Sakura havia auxiliado em uma cirurgia cardíaca feita por sua chefe e madrinha Tsunade, e estava fascinada com o trabalho impecável feito pela mesma. Desde pequena sempre admirou muito sua madrinha, que era como sua segunda mãe.

E por falar em mãe, durante o almoço decidiu fazer uma ligação para seus pais.

O senhor e a senhora Haruno eram pessoas completamente difíceis de lidar. Nunca tiveram tempo para a filha, estavam sempre "ocupados demais". Por isso, Sakura não costumava receber ligações dos seus familiares com frequência.

– Ah, oi Sakura, querida. – disse sua mãe, através da ligação.

– Oi mãe, como está? E o pai?

– Estamos bem.

– Ah... fico feliz! – sua mãe demorou um pouco para lhe dar uma resposta.

– Por que está nos ligando? – Sakura franziu o cenho, "que pergunta mais idiota".

– Estou com saudades dos meus pais! – disse, tentando medir seu nervosismo. Não obteve resposta de sua mãe. – Estava pensando... Se nós três, eu, você e o papai, poderíamos jantar juntos essa noite! O que acha? – agora havia se empolgado um pouco com a ideia.

– Ah querida, você se esqueceu? Eu e seu pai estamos em Veneza. – Sakura ficou ainda mais confusa. Franziu o cenho novamente, como sinal de dúvida.

– Veneza? Na Itália? Mas... Vocês não me disseram nada! – Sakura disse completamente confusa. – Meus pais estão em outro continente e eu não fazia a menor ideia! Desde quando vocês estão aí?

– Ah querida, a correria do dia a dia, você sabe como é. Agora beijinhos, vamos passear, tchau tchau! – ela desligou a ligação antes mesmo que Sakura pudesse responder alguma coisa.

Sentiu-se completamente inútil. Encostou-se na parede do hospital e deslizou até sentar-se no chão.

– Eu ouvi tudo.

Sentada no chão, Sakura levantou o olhar para observar quem havia falado com ela. Mas a voz era totalmente familiar. Uma figura feminina, muito conhecida por ela estava parada a sua frente, sua madrinha Tsunade.

– Madrinha...

– Não se chateie. Seus pais sempre foram desse jeito. – revirou os olhos. – Uma filha brilhante como você, seria o orgulho de qualquer pai, bobos são eles. – deu um sorriso. – Ainda bem que eu tenho essa sorte de ter você para mim.

Sakura se levantou e olhou fixamente para Tsunade. Quase chegando aos 60 anos e com o rosto de 30, olhos castanhos e cabelos loiros cumpridos. De fato, Tsunade era sua figura familiar mais próxima.

Sakura abriu um sorriso com lágrimas nos olhos e correu para abraçar sua madrinha. – A sorte é toda minha por ter você! – As duas ficaram se abraçando por demorados segundos.

Tsunade nunca teve filhos, seu noivo, Dan, havia falecido em um terrível acidente anos antes de Sakura nascer. E com certeza, da mesma maneira com que Sakura sentia que Tsunade era como sua mãe, ela tinha Sakura como uma filha.

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