Capítulo Dois - I'm doing good, I'm on some new shit

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Upper East Side, New York

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Upper East Side, New York. September 05;
05h15 PM.


Florence Turner Point Of View

🎸

SINTO A BRISA SUAVE ACARICIAR MEU ROSTO ENQUANTO ME PERCO NAS águas da aquarela, um pedaço da minha alma deslizando pelo papel. O pincel dança em minhas mãos, trazendo à vida cada nuance, cada memória, como notas em uma partitura.

A varanda do meu apartamento se tornou meu refúgio, um santuário onde as cores se misturam em harmonia, assim como faziam as notas do baixo naquelas noites de palco. Lembro-me das multidões, dos amplificadores vibrando sob meus dedos, da energia que fluía entre nós, uma sinfonia de almas unidas pela música.

A taça de vinho repousa à minha espera, testemunha silenciosa desta jornada de autodescoberta. Cada gole é um brinde à mulher que fui, à artista que me tornei. Às vezes, parece que foi ontem que as luzes do palco cintilavam sobre nós, mas o tempo é um mestre implacável, esculpindo marcas e revelando verdades.

Os fios dourados que caem sobre meus ombros agora são uma lembrança das estradas percorridas, das canções entoadas, das batalhas vencidas. A música ainda pulsa em minhas veias, mas agora ela encontra novos caminhos, fluindo através das cores e formas que ganham vida sob minha mão.

Olho para o quadro tomando forma diante de mim e vejo fragmentos da minha história se entrelaçando, cada pincelada uma melodia, cada sombra uma lembrança. As cores dançam e se misturam, criando um universo único, assim como as músicas que compúnhamos juntos.

A noite se estende, mas não sinto pressa. Estou em paz, imersa na criação, na música silenciosa que ecoa dentro de mim. Cada traço é uma nota, cada matiz é uma emoção. Sinto-me completa, mais do que nunca.

Às vezes, é preciso se perder para se encontrar. Enquanto observo o pôr do sol tingindo o céu com sua paleta de cores, sei que esta é a minha sinfonia, minha obra de arte, minha jornada de autodescoberta. E estou pronta para cada novo acorde, cada nova pincelada, sabendo que a música nunca para, e nem eu.

Recordo-me dos dias em que as cordas da minha velha guitarra ressoavam nos porões sombrios dos clubes. Eu era a baixista daquela banda enérgica, e a música era minha língua materna. As notas pulsavam em minhas veias, uma extensão natural de quem eu era.

No entanto, o tempo foi implacável e levou consigo os dias de turnê e os palcos empoeirados. Às vezes, para encontrar a si mesma, é preciso se perder primeiro. Abandonei as luzes ofuscantes e os amplificadores ensurdecedores em busca de uma quietude que até então me era estranha.

A aquarela se espalhava, delicada e impetuosa, como a vida que trilhei. Cada traço, cada sombra, era um fragmento da minha história. O vermelho carmim evocava a paixão que queimava dentro de mim quando subia ao palco. O azul cerúleo trazia a calmaria que encontrei nas tardes solitárias de criação.

A taça de vinho ao meu lado exalava um aroma terroso e acolhedor. Um brinde aos altos e baixos, aos acordes dissonantes que me levaram até aqui. O vidro era transparente, mas continha em si a riqueza de um longo caminho percorrido.

Enquanto o sol se punha lentamente no horizonte, suas cores se mesclavam com as da minha obra. Uma metáfora sutil de como a vida e a arte se entrelaçam, transformando-se mutuamente. Eu me reconhecia na tela, assim como me via nos trilhos tortuosos que me conduziram até este momento de introspecção.

A brisa noturna acariciava meu rosto, sussurrando segredos do passado e promessas do futuro. Na quietude da varanda, eu encontrei a verdadeira essência da minha expressão artística. Não mais limitada pelas notas pré-determinadas, eu era apenas jovem Florence vinda do sul da Inglaterra com pais Latinos, agora eu estava reescrevendo minha história da minha própria maneira.

À medida que as últimas pinceladas preenchiam o espaço em branco, senti um profundo senso de realização. Aquela aquarela era mais do que uma simples obra de arte; era um reflexo tangível da minha evolução, uma testemunha silenciosa da mulher que me tornei.

Assim, naquele instante de serenidade, ergui minha taça em um último brinde, agradecendo à música que me guiou e à arte que me acolheu. Eu, Florence, a ex-baixista que encontrou sua verdadeira voz na paleta de cores e na dança das pinceladas. E ali, na varanda do meu apartamento, eu sabia que o meu caminho artístico estava apenas começando.

 E ali, na varanda do meu apartamento, eu sabia que o meu caminho artístico estava apenas começando

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Capítulo curtinho apenas para começar a introduzir a trajetória de autoconhecimento e autodescoberta da Florence 😫🫶

Capítulo Não Revisado!

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