Capítulo 17 - Pode se dizer que sim

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Maraísa point of view

- Quer me falar o que tá acontecendo? - Perguntei ríspida para a mulher a minha frente.

- Vim te pedir para deixar o Lyan passar o final de semana comigo. - Falou calmamente. - Ele me mandou mensagem e eu não podia recusar.

- Eu devo tá ficando louca, só pode. - Ri sarcástica. - Cê pirou?

- Por quê todo esse drama Maraísa? Qual o problema dele passar o final de semana comigo? - Me fitou com o cenho franzido. - Não é como se eu fosse sequestrar ele.

- Não, ele não vai. - Alterei o tom de voz.

- Maraísa se acalma. - Maiara segurou meu braço quando viu que eu ia pra cima da mulher a minha frente.

- Olha, eu sei que eu não tenho nenhum direito de pedir isso, mas o garoto é meu filho também.

- Não, ele não é.

- Maraísa. - Suspirou. - Meu sangue pode não correr pelas veias do Lyan mas ele ainda é meu filho, cê deixou ele me chamar de mãe. O que mudou agora?

- Já faz muito tempo Mari, meu filho tem outra mãe que não é você. - Falei e sai do quarto indo em direção da cozinha.

Eu sei que estou sendo injusta com a Mari, ela sempre fez de tudo pelo Lyan sempre. Se mostrou ser uma mãe incrível pra ele mas agora as coisas são diferentes. A Marília tá de volta e eu sei que ela quer se reaproximar do filho.

- Mãe, eu posso passar o final de semana com a mama? - Lyan aparece na cozinha me assustando.

- Melhor não filho.

- Por quê?

- Porque ela não é sua mãe.

- Eu sei que ela não é minha mãe biológica, mas eu a amo como se fosse. E desde quando isso virou um problema?

- Filho. - Respirei fundo. - A gente precisa conversar sobre a Marília.

- O que tem ela?

- Eu conversei com ela hoje.

- E?

- Você lembra que eu disse que todas as histórias tinha dois lados, e que eu poderia te contar somente o meu lado?

- Lembro sim, porquê?

- Eu agora sei o lado da história da Marília e você precisa saber também.

- Sou todos ouvidos.

Respirei fundo e contei tudo para meu filho, mas dessa vez sem chorar. Ele escutava atentamente e em nenhum momento falou nada.

- Ela quer te ver, conversar com você.

- Eu vou conversar com ela, mas não hoje, amanhã ou sei lá, semana que vem. Eu achei que estaria preparado mas é totalmente o contrário.

- Leve o tempo que precisar. - Abracei ele.

- Posso passar o final de semana com a mama?

- Lyan, eu já disse que ....

- Que ela não é minha mãe, eu sei. - Revira os olhos interrompendo minha fala. - E quem é? A Marília? - Começou a se alterar. - Em toda a minha vida as únicas pessoas que eu tive afeto de mãe foi você e a Mari. Então sim, ela é minha mãe sim.

- Lyan fala baixo com a sua mãe. - Mari aparece na cozinha. - Lembra do que a gente conversou? - Abraçou o garoto.

- Desculpa. - Falou baixo.

- Não é a mim que você tem que pedir desculpa.

- Desculpa mommy. - Me olhou por breves segundos. - Uma vez cê me disse que família não começa com sangue e não precisa terminar com ele. Família ama você, apoia você, tá ali pra você. - Fez uma pausa. - Não temos o mesmo sangue mas ela é minha família também.

- Tudo bem filho. - Sorri para ele. - Você tem razão.

- Eu te amo mãe. - Me abraçou. - Pra sempre vou te amar.

- Eu também te amo filho. - Beijei sua cabeça.

Lyan estava certo, a Mari fez parte de boa parte da vida dele. Só tenho medo do que pode acontecer no futuro, Marília com certeza não vai aceitar isso.

- A gente pode conversar civilizadamente agora? - Mari pergunta assim que Lyan sai da cozinha.

- Pode falar.

- Eu sei que a nossa história não foi uma das melhores. - Fez uma pausa e se aproximou de mim. - E que a gente não deu certo por causa do trauma que a Marília deixou em você. Mas ....

- Onde cê quer chegar Mari? - Corto sua fala. - Hum?

- Me dá outra chance, pra mim te mostrar que eu sou diferente da Marília. - Segurou minha mão. - Eu te amo mais do que tudo nessa vida.

- Mari eu .... - Perdi minha fala quando ela se aproximou ainda mais. Podia sentir seu hálito quente em meu rosto.

- O quê? - Sua voz saiu baixa e sedutora.

Eu não sabia descrever o que eu sentia pela Mari, talvez desejo, paixão. É algo inexplicável. Ver ela cada vez mais perto de mim, me fazendo embriagar em seu perfume doce. Me deixava com as pernas bambas e o coração acelerado. Então sem pensar muito lhe beijei, o beijo era desesperado. Como se nossas vidas dependesse desse beijo. A cada segundo que passava o beijo ficava mais intenso e só paramos pela falta de ar.

- Volta comigo? - Falou quase que em um sussurro tentando normalizar sua respiração.

- Vamos com calma tá? - Lhe beijei, mas dessa vez foi um beijo calmo.

- Eu te amo Maraísa e sinto que já perdemos muito tempo.

- E se eu te machucar de novo?

- Só saberemos se tentarmos.

- Compre uma aliança e peça em namoro de forma decente. - Falei divertida.

Ela não respondeu nada, apenas me beijou de forma suave. Como eu amo o beijo dessa garota, e quando ela sorrir em meio ao beijo? Minha perdição. Fomos interrompidas por Lyan entrando na cozinha.

- Vocês voltaram? - Lyan perguntou nos olhando de forma curiosa e esperançosa.

- Pode se dizer que sim. - Mari respondeu com um sorriso no rosto, me dando um selinho em seguida.

- Ebaaa. - Lyan gritou na cozinha e abraçou nós duas. - Amo vocês.

- A gente também te ama meu amorzinho. - Beijei sua testa.

Após me despedir dos dois, voltei para o quarto onde estava Maiara deitada na minha cama assistindo um filme.

- Folgada igual calça de palhaço. - Falei me deitando ao seu lado.

- Eu que não ia atrapalhar seus pegas com a Mari. - Sorriu maliciosa e dei um tapa em seu braço. - Cês voltaram?

- Pode se dizer que sim.

Autora ✍️

Amores, me perdoem pelo capítulo horrível. Mas é que a autora tá de luto, doente e cansada tanto psicologicamente quanto fisicamente. Prometo que os próximos capítulos serão melhores.

Não esqueçam da estrelinha e comentem o que cês tão achando, isso me motiva a continuar :)

My Best Version || MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora