Capítulo 3.

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Eu a ignorei, abri meu armário e isso fez com que dezenas de papéis caíssem aos meus pés. Olhei para baixo e reparei nas dezenas de fotos espalhadas no chão. Em todas elas eu estava levando o lixo para fora de casa.

Três vezes por semana, minha mãe me acordava mais cedo que de costume para fazer aquela tarefa imbecil e eu só levantava da cama do jeito que estava, pegava as malditas sacolas e resmungava enquanto ia ao latão que ficava na parte da frente de casa antes de voltar para o quarto e tentar dormir mais um pouco. Isso quer dizer que eu estava horrível em todas as fotos!

- Você é a coisa mais linda do mundo de manhã, alguém já disse isso? – O tom de voz divertido daquela idiota estava acabando com a paciência que eu não tinha, mas eu não poderia fazer da cara dela meu saco de pancadas porque Kai logo chegaria e eu precisava estar como uma lady.

Eu me virei de costas para a idiota, abaixei para pegar as fotos, assim que terminei de pegar a última um murmúrio dizendo "puta que pariu, que bunda linda". Levantei-me no mesmo instante e me virei para Ryujin. A cínica fitava os esmaltes gastos da unha.

- Ontem eu fui ao mercado para minha mãe e tinha uma foto da sua bunda exposta na sessão de melancias, por que será? – Eu iria matar aquela desgraçada por estar falando da minha bunda daquele jeito. Fechei os dedos nos punhos e me preparei para socar aquele rosto bonito dela.

- Bom dia, Ji! – Eu murchei na hora ao ouvir aquela voz maravilhosa e virei-me com meu melhor sorriso.

- Bom dia, Kai! – Ele sorriu para mim antes de olhar para Ryujin e seu sorriso maravilhoso se desmanchar.

- Bom dia, Jongin!

Aquele tom arrogante nunca desaparecia? Kai acenou com a cabeça para ela, pegou os livros, fechou o armário e foi embora. Até naquilo Ryujin conseguia estragar tudo!

Seguindo o mesmo exemplo de Kai, peguei meus livros e fechei o armário com a intenção de ir embora, mas uma mão fria agarrou meu cotovelo fazendo cada célula do meu corpo estremecer.

- Você acha que vai conquistá-lo assim? – Ryujin perguntou, levantando as sobrancelhas.

Como ela sabia? E se ela contasse para o Kai? Senti meu rosto pegar fogo com a possibilidade da Ryujin querer usar aquilo contra mim.

- Solte-me, sua idiota! – Tentei me desvencilhar e seus dedos se apertaram mais ao redor do meu braço o suficiente para me prender junto a ela.

- Cala a boca, venha comigo! – Contra a minha vontade, ela me arrastou pelo colégio enquanto eu tentava me desvencilhar sem fazer nenhum escândalo.

Alguns alunos nos observaram por alguns segundos sem dar muita importância porque todos naquele colégio já estavam acostumados com qualquer desavença entre Ryujin e eu. Não éramos mais novidade.

Passamos alguns corredores e ela me levou a uma área mais deserta na qual eu não lembrava de haver estado antes.

- Onde nós estam... – Antes que eu pudesse completar a pergunta, ela abriu uma das portas e me empurrou para dentro do cômodo escuro antes de entrar e bater a porta atrás de si.

Senti sua respiração no meu rosto e o cheiro de seu perfume suave tomar conta de todo o lugar. O diabo não deveria cheirar a enxofre? A luz do cômodo se acendeu e eu vi que a desgraçada havia nos fechado dentro do armário de vassouras. Ela estava mais próxima do que eu pensei e eu dei um passo para trás para me afastar dela, mas tropecei numa coisa que supus ser um balde.

- Tome cuidado! – Ela pediu, pousando a mão direita em minha lombar, desnuda pela camisa curta, para me segurar.

- Desencosta de mim antes que eu corte a sua mão fora, Shin! – Ela sorriu e me puxou para mais perto, fazendo todo o meu corpo estremecer de pura raiva.

- Eu só estou cuidando de você, Jiji! –Ela murmurou e eu senti sua mão subir pela linha da minha coluna, fazendo com que uma sensação desconhecida tomasse conta do meu corpo. Quando sua mão esquerda acompanhou a direita, eu despertei.

- Tira a mão de mim, sua idiota! Por que me trouxe aqui? Vai me matar e desovar meu corpo em algum lago? – Ela revirou os malditos olhos castanhos.

- Eu não seria tão clichê... Tenho uma proposta a fazer.

- Por que eu aceitaria qualquer tipo de acordo com você? – Cruzei os braços enquanto ela fazia o mesmo.

- Porque isso também é do seu interesse. – Ela olhou para o chão – Primeira coisa, eu já notei há tempos que você é caidinha pelo babaca do Jongin.

- Ele não é um babac...

- Ele é um babaca sim e eu ainda não terminei! – Ela levantou os olhos para mim – A questão é que ele está ficando com Karina e eu sou a fim dela. – Eu a interrompi.

- Você gosta de mulheres?

A panaca nunca havia dado sinais que gostava de garotas, mas tanto faz, aquilo não era do meu interesse.

- Você é ingênua ou o quê? – Ela fez uma careta franzindo as sobrancelhas e mostrando os dentes superiores. – É claro que gosto de mulheres! Mas isso não vem ao caso agora. – Ela deu de ombros – Karina e Jongin estão ficando e eu quero acabar com isso. É ai que você entra. – Seu indicador empurrou de leve o meu ombro esquerdo – Você já deve ter percebido que o idiota e eu não nos damos bem...

- Eu notei, ele tem bom gosto para pessoas. – Ela revirou os olhos e bufou.

- Nós fomos parceiros no time de baseball do condado durante um tempo antes dele se mudar para este colégio e posso dizer que infelizmente eu o conheço com a palma da minha mão.

Ela colocou as mãos nos meus ombros e eu nem me desvencilhei.

Como assim ela foi íntima do Kai?

- O acordo que eu tenho a propor é o seguinte... – Ela fez um pause – Não surta, okay? – Eu assenti – Eu quero Karina para mim e você quer o idiota do Jongin para você...

- Eu não sou retardada, já entendi.

- Você é chata pra cacete. Bem, eu vou te ensinar como conquistar o idiota o Jongin e como recompensa, a Karina ficará livre para mim. – Ela sorriu brevemente – O que acha do acordo?

You Hate Me While I Love You - Ryeji VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora