Cap. 6: A rotina de uma autoridade policial

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Era mês de junho do ano de 2004. Passaram-se cerca de 5 meses após  a morte daquele inocente condenado, a vida das pessoas continuaram.

O universo continuou em sua "perfeita" continuidade. A terra continuou girando. As plantas continuaram fazendo fotossíntese.

O ser humano continuou escondendo sua verdadeira face. O mal continuou predominando sobre o bem.

Aqueles dois irmãos eram apenas como formigas esmagadas e, posteriormente, esquecidas ante sua "insignificância".

Césare chegou em sua casa após mais um dia no trabalho. Eudora ainda não tinha voltado da confeitaria, mas Alicia já estava lá já que estudava no período matutino.

A casa dele era localizada no bairro Flores II, o qual era relativamente próximo do bairro central, na cidade de Garoma.

Césare assim que chegou viu que a casa estava desarrumada, logo pensou:

— Essa menina mais uma vez não fez nada. Não pode ser, só fica nesse videogame e lendo esses quadrinhos. Dessa vez não dar.

Césare começou andar por toda a parte chamando por Alicia. Foi primeiramente na sala, Alicia gostava de ver seus animes na televisão da sala pois era maior do que a do seu quarto. Todavia ele não a encontrou lá.

Começou então a chamar por ela:

— Alicia. Alicia. Alicia, onde você está? Vem aqui agora. Menina, vem aqui. 

Andou pela cozinha e corredores, por fim foi até seu quarto. A porta estava fechada. Bateu nela duas vezes. Exclamou:

— Alicia, estou entrando, com licença. Estou entrando!

Ao abrir a porta se deparou com uma cena que já estava acostumado a presenciar: Alicia estava sentada em sua cadeira gamer jogando em seu videogame. A razão pela qual aquela jovem garota não respondeu o chamar de seu pai foi porque não o escutara, tendo em vista que estava usando seu  headset game.

Césare ao olhar para tela do computador viu monstros grotescos e horripilantes e em seguida viu disparos na direção deles.

Era Alicia, sua missão era matar aqueles monstros e sobreviver.

Ele então colocou sua mão direita sob o ombro da garota. Tal ato inesperado fez com que a garota se assustasse e quase caísse da cadeira, todavia, Césare impediu sua queda.

Após isso, Alicia retornou sua atenção a tela do computador e ao mesmo tempo indagou ao seu pai a razão por ele estar ali:

— Pai o quê aconteceu? Por que o senhor está aqui?

Indignado, Césare respondeu:

— Você ainda pergunta Alicia? A casa está toda desarrumada. O quê você fez a tarde toda? Diga-me?

— É óbvio que eu estava jogando. Preciso zerar esse jogo aqui! Está vendo, ele é novo, foi lançado essa manhã.

— Sério isso? Quanto tempo dura esse jogo para você ter ficado a tarde todo em frente a essa tela? 

— Não é assim pai! É um jogo de fases! Olha já estou na 11° fase, para zerar tenho que chegar na 30°.

— O quê? Ainda tem tudo isso? E você pelo menos comeu? Bebeu água? Foi ao banheiro?

— Na verdade... — a jovem deu uma pequena pausa tentando lembrar se havia ou não se alimentado ou bebido água — ... não lembro pai. Quando estou em frente ao computador perco a noção das coisas, principalmente do tempo.

Césare ao ouvir tais palavras balança a cabeça demonstrando reprovação a tal conduta.

Ele vai até o canto esquerdo do quarto e desliga o computador da tomada. Alicia, instantaneamente, fica irritada:

—Pai, por quê? Por quê fez isso?

— Ainda pergunta, vai agora para cozinha comer alguma coisa, já chega de jogo por hoje!

— Mas pai...

— Não tem essa de mais pais! Já para cozinha! Se não for, vai ficar de castigo e sem jogo por uma semana.

— Calma, ok! Ok! Eu estou indo, não fique bravo por favor! 

Alícia foi diretamente para a cozinha e logo atrás dela estava Césare. A jovem se sentou na cadeira da mesa.

Césare foi logo em direção a geladeira, pegou uma comida que estava congelada em um pote e uma garrafa com suco de cenoura e couve, colocou o pote no micro-ondas e apertou os botões daquele aparelho eletrodoméstico. Após isso, sobre a mesa da cozinha, deixou a garrafa.

O jovem delegado olhou para sua filha e disse:

— Pronto, a comida está esquentando e o suco está aqui. Agora você tem que se alimentar. Só vai sair daqui depois que comer direitinho. Não quero ver você passando mal.

—Está bem pai, vou fazer isso. Mas depois posso jogar? — indagou toda sorridente.

— Não. Após comer você vai aguardar um pouco para fazer digestão e em seguida vai me ajudar a arrumar essa casa. Sua mãe vai chegar daqui meia hora, vai estar totalmente esgotada do trabalho. Temos que arrumar logo essa casa. 

Com desânimo, Alícia respondeu:

— Entendi. 

—Que bom, agora trate de esperar a comida e comer bem!

— Ok pai, te amo!

Ao ouvir aquelas palavras, Césare se aproximou de Alícia deu-lhe um beijo na testa e falou:

— Também te amo!

No decorrer daquele fim de dia, pai e filha se juntaram para colocar fim a bagunça daquela casa e esperar Eudora, que chegou em seu lar por volta das 19h45min. Nas mãos da confeiteira estava um pacote e dentro deste um pudim chocolate, uma das sobremesas preferidas de Alícia.

No jantar comeram macarronada e como sobremesa aquele pudim. A hora de dormir chegou, e mais um dia na vida de Césare terminou. A rotina de um dia de uma autoridade policial chegou ao fim.







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⏰ Última atualização: May 13 ⏰

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