Capítulo Único - Sentir-se seguro.

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Ei, pequenos lobos, o que há de novo? Como vão vocês? Espero que esteja tudo bem.

Comigo nem tanto, infelizmente. Pode ser por minha própria culpa, é claro, mas não vamos nos aprofundar nisso… mentira, vou desabafar um pouco com vocês, se não se importam.

Por que é tão complicado voltar ao ritmo da escrita quando tiramos uma pausa? Quem escreve provavelmente vai me entender. Parece que todo o vocabulário some, indo para sabe-se lá onde, e, ainda por cima, leva junto tudo aprendido sobre construção de histórias e personagens — não deixando de citar também a sensação de que você desaprendeu a escrever. Voltar a me sentir conectada a narrativa da outra fanfic que já tinha começado foi o que me fez criar essa, para destravar meu bloqueio e sentir que não tinha perdido o jeito, foi como um exercício de escrita mesmo.

Por esse motivo, peço desculpas se não estiver muito coerente. Foi feito com muito carinho, no entanto, então espero que gostem.

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AVISO: A história pode conter gatilhos sobre afogamento e desencadear algumas pessoas, se você não se sente confortável lendo sobre esse assunto, sugiro que não inicie a leitura. Sua saúde em primeiro lugar, ok? Ok.

Caso percebam outros possíveis gatilhos, se sintam livres para falar.

*não betado.

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Se mantenham hidratados e saudáveis, tenham uma boa leitura e nos vemos em um futuro próximo!








Ele esperava o impacto que o corpo d'água deveria causar ao entrar em contato com sua pele. Os milissegundos de ardência da proximidade repentina vinda do líquido gelado, para, logo após, sentir o frescor característico de um mergulho.

Mas não há. E Derek está ciente de que não haverá, também.

Sua mente tenta lhe tranquilizar, enviando-lhe sensações calmantes ao longo do corpo. Entretanto, isso somente torna tudo ainda mais aterrorizante, já que o lobisomem se vê incapaz de mover um músculo sequer. E ele não se lembrava, suas memórias emaranhadas em nós confusos, o exato motivo de estar onde está agora; cercado de água por todos os lados, braços e pernas paralisados, respiração presa na garganta e olhos movendo-se desesperados por qualquer sinal de ajuda.

Sem ter o controle de virar a cabeça, Derek tenta direcionar sua linha de visão à mão esquerda, estendida ao lado do corpo, esforçando-se para mexer os dedos. Mas é um ato falho e ele sabe disso antes mesmo de o fazer.

Ele se concentra, então, nos seus sentidos de lobo.

É mórbido o vazio que sente em encontrá-los praticamente nulos. Os sons estão abafados — se pela pressão da água em seus ouvidos ou outra coisa, ele não pode dizer —, os únicos a chegarem até si sendo ruídos mínimos e baixíssimos. Seu olfato não sentindo nada além do cheiro forte de cloro. Sua transformação beta não vem à tona, não importa o quanto Derek imponha sua vontade.

O pânico, o medo, a angústia, ameaçam dominá-lo a cada segundo que passa. E ele sente no mais profundo de seu ser que o tempo está se esgotando.

É involuntário o modo como os únicos resquícios preciosos de ar deixam seu corpo, virando bolhas ao saírem por seu nariz e pairando diante de seus olhos, subindo para cima sem destino certo. Seus lábios também se separam sem seu comando e uma poderosa quantidade de água invade sua boca, abrindo caminho pela garganta e alojando-se nos pulmões. A sensação que ele tem, vagamente, é que o líquido queima e congela seus órgãos internos em igual medida e intensidade.

Abraços de Oxigênio |ˢᵗᵉʳᵉᵏOnde histórias criam vida. Descubra agora