eu não revisei este capítulo, então deve ter erros, mas espero que nada que atrapalhe a leitura
Antônio estava parado dentro do carro, em frente à casa de Irene, já fazia 10 minutos. Era estranho pensar que agora ela tinha uma casa dela e não tinham mais uma casa deles, que após 30 anos, não estavam mais juntos.
Já se passavam dois meses desde que ele e Irene assinaram o divórcio e um mês desde que ele e Agatha se casaram. O casamento não estava indo tão bem quanto ele esperava, e Antônio não conseguia entender o porquê.
Ele sempre amou Agatha. Em todos esses anos em que achou que a tinha perdido, pensou em como a vida deles poderia ter sido. Quando ela voltou e esse futuro impossível não era tão impossível, ele pensava em como seria voltar para ela. O que poderia dar errado se ele a amava tanto quanto um homem poderia amar uma mulher? Aparentemente, algumas coisas não seriam perfeitas, não importa o quanto de amor que sentia. As personalidades deles já estavam começando a entrar em conflito. Ele dizia a si mesmo que eram apenas problemas que a convivência diária gerava.
Hoje discutiram no café da manhã porque Agatha era uma mulher que não entendia que algumas coisas precisavam ser feitas com firmeza. Ela não percebia que, para afastar Caio de Aline, era preciso mais do que uma conversa com o filho teimoso e burro deles. Era necessário alguém como Ramiro ameaçando a viúva e o filho dela. No entanto, Agatha achava que conseguiria convencer Caio a desistir desse amor patético e fazer pai e filho se aproximarem apenas com suas conversas.
Ele nunca teve esse problema com Irene. Irene sempre foi uma mulher prática que sabia que bondade e gentileza não te levavam a lugar nenhum. Agora ele também dizia a si mesmo que era por isso que insistiu em entregar pessoalmente o documento da empresa, agora dividida por ambos, para ela assinar, quando poderia ter mandado qualquer funcionário fazer isso. Mas no fundo, ele sabia que só queria vê-la.
Passou esses meses tentando ignorar a dor e a raiva que sentia por Irene ter colocado um par de chifres em sua cabeça com aquele geólogo de merda. Lembrar da cena dele flagrando os dois em um motel fuleiro era o suficiente para fazer seu sangue ferver de raiva. Ele estava quase ligando o carro e indo embora quando viu a porta da casa se abrindo e o irmão saindo de lá.
O que Ademir estava fazendo na casa de Irene às oito da noite?
Antes ele nunca tinha pensado que Irene poderia traí-lo, mas a vida mostrou quão errado ele estava. Agora ele já não sabia se o geólogo tinha sido o único. Ela tinha se mostrado uma mentirosa e uma vagabunda que podia muito bem ter traído ele com a cidade inteira, até mesmo com o próprio irmão.
Ela e Ademir já tinham tido um filho juntos, ela mentiu por anos sobre a paternidade de Daniel. Poderia muito bem ter mentido sobre nunca ter se relacionado com o irmão depois que os dois já estavam casados.
Que outro motivo o irmão dele teria para estar na casa dela? Nunca foram amigos, e Antônio começava a pensar que a hostilidade dos dois poderia muito bem ser um disfarce para os chifres. e isso foi suficiente para fazê-lo sair do carro e ir falar com Irene.
*************
Irene estava sentada no sofá, vendo algumas ideias de decoração que a arquiteta tinha enviado para sua nova casa, quando viu Antônio entrar como um furacão em sua sala.
- Antônio? – não conseguiu esconder a surpresa em sua voz – o que você está fazendo aqui?
- Eu trouxe isso para você assinar – disse jogando uns papéis brutalmente em cima da mesinha de centro – assina rápido que eu tenho que ir.
VOCÊ ESTÁ LENDO
i'll leave with every piece of you
Fanficantorene tá separado mas não tão separado assim